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quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

MENSAGEM DE FIM DE ANO DO DR. BEZERRA DE MENEZES AOS SEMEADORES DA PAZ

 
Meus filhos,
o Senhor da Vida vos abençoe!
 
Mais um ano se finda e nova etapa no calendário humano começa. É o momento de se refletir se cada ação no Bem, cada pão doado, cada cobertor ofertado, cada pregação realizada, cada desabafo ouvido, cada realização de ações caritativas, vos moveram para o essencial: a mudança de vós mesmos, a vossa transformação moral.
 
Se, ao realizardes todos os atos que, sim, são essenciais ao exercício do amor, da fraternidade, eles ficam incompletos sem a mudança íntima que deve se traduzir por esforço diário, do contrário havereis apenas de dar alguns passos no caminho, mas não de superar a estrada de velhos hábitos que ainda vigem em vós.
 
Que estas nossas palavras não soem, porque não o são, como nenhuma espécie de julgamento, simplesmente reflexão que deve vos servir para orientardes os passos e semeardes a paz não apenas por fora, mas dentro de vós.
 
Na certeza e na confiança de que cada um isto quer vivamente realizar, rogo as bênçãos do Excelso Mestre Jesus e de Sua Mãe Santíssima a todos vós,
do irmão e servidor humílimo,
 
Bezerra
(Página recebida em reunião pública do Grupo Espírita Semeadores da Paz, Campos, RJ, no dia 03/12/2016 pelo médium Leonardo Paixão
).

terça-feira, 29 de novembro de 2016

MENSAGEM DE AUGUSTO

"Onde houver duas ou mais pessoas reunidas em meu nome, ali eu estarei" (1)
 
Boa noite meus amigos!
 
Sempre que a vida se mostrar rude ou áspera aos vossos corações, reflitam acerca da vida de Nosso Senhor, que tudo suportou por amor a nós.
 
Se nossos desejos mais caros parecem ruir, lembremos de nossos irmãos desvalidos, que passam necessidades de toda ordem, que choram a perda de entes queridos, que não tem paz no viver, devido à solidão, ao vazio interior, tristezas das mais diversas.
 
Alinhemos nossos pensamentos com as vibrações do amor do Pai e estaremos preenchendo nosso interior com o mais puro alimento, a luz que nos aquece e a tudo vivifica.
 
Sigamos louvando a glória de nosso Deus e dando graças pela oportunidade de trabalho na seara de nosso Mestre Jesus.
 
Augusto
(Página recebida em reunião íntima do Grupo Espírita Semeadores da Paz, Campos, RJ, no dia 19/09/2016 pela médium Fátima Bernardo)
 
(1) Nota do Revisor: Mateus, 18:20
 
 

sexta-feira, 28 de outubro de 2016

GUIAS ESPIRITUAIS

Por Leonardo Paixão(*)
 
“Que se deve entender por anjo de guarda ou anjo guardião?”
“O Espírito protetor, pertencente a uma ordem elevada”. (O Livro dos Espíritos, questão 490)

Defrontamo-nos assim que começamos os nossos estudos do Espiritismo com a expressão “Anjo da Guarda”, muitos companheiros e companheiras de nosso Movimento ainda mantém dúvidas, devido, claro, à falta de estudo das Obras Básicas, confundindo tal termo poético usado pelos Espíritos e por Allan Kardec com os conceitos advindos de outros credos religiosos.
Temos também lido artigos onde se colocam definições a respeito dos termos “anjo da guarda”, “mentor”, “guia”, “protetor”, o que consideramos equivocada tal posição, pois diante do que lemos a respeito em O Livro dos Espíritos (questões 489 a 514), fica lá muito claro que todos estes termos se referem a uma mesma classe de Espíritos, os Guias Espirituais ou Mentores Espirituais. É importante que elucidemos quem são e o objetivo dos Guias Espirituais, já que ouvimos certa feita de dirigente de Instituição Espírita que considerava que “Anjo da Guarda” era um anjo mesmo, criatura à parte da criação e que o Guia ou Mentor Espiritual fosse um Espírito subordinado ao “Anjo da Guarda”, quanta falta faz o estudo sistematizado da Doutrina Espírita!  e, por falta deste, vemos muitos dirigentes despreparados doutrinariamente, verdadeiros iniciantes que por motivos vários, nem sempre louváveis, são colocados em encargos de altíssima responsabilidade e, por isso mesmo, não raro, desvirtuando os caminhos do Evangelho Redivivo nas Instituições que administram. Ter boa vontade ou ser um bom administrador não supre a falta do estudo doutrinário que nos orienta para a melhor forma de ação.
Em resposta a um leitor da Revista Eletrônica O Consolador (1) a respeito de “Anjos da Guarda”, “Mentores”, “Protetores” e suas supostas diferenças, o confrade Astolfo Olegário de Oliveira Filho faz um resumo da explicação de Kardec e dos Benfeitores Espirituais nas questões por nós citadas acima:
1.   Cada anjo de guarda tem o seu protegido, pelo qual vela, como o pai pelo filho. Alegra-se, quando o vê no bom caminho; sofre, quando ele lhe despreza os conselhos.
2.   Anjo de guarda ou anjo guardião é o mesmo que Espírito protetor, pertencente a uma ordem elevada.
3.   Sua missão é como a de um pai com relação aos filhos: guiar seu protegido pela senda do bem, auxiliá-lo com seus conselhos, consolá-lo nas suas aflições, levantar-lhe o ânimo nas provas da vida.
4.   Cabe ao Espírito protetor o direito de escolher os seres aos quais irá proteger. Essa tarefa para alguns é um prazer; para outros, missão ou dever.
5.   Diferentemente dos Espíritos familiares, o Espírito protetor, anjo de guarda, ou bom gênio, é o que tem por missão acompanhar o homem na vida e ajudá-lo a progredir. É sempre de natureza superior, com relação ao protegido.
6.    O Espírito protetor não abandona seu protegido, mas pode afastar-se quando vê que seus conselhos são inúteis e que mais forte é, no seu protegido, a decisão de submeter-se à influência dos Espíritos inferiores.
7.    Nem nos cárceres, nem nos hospitais, nem nos lugares de devassidão, nem na solidão, estamos separados do Espírito que nos protege.
8.    O Espírito protetor pode influenciar-nos mesmo estando milhões de quilômetros distante de nós.
9.    A ação dos Espíritos que nos querem bem é sempre regulada de maneira que não nos tolha o livre-arbítrio, porquanto, se não tivéssemos responsabilidade, não avançaríamos na senda que nos há de conduzir a Deus.
10. O Espírito protetor, que consegue trazer ao bom caminho o seu protegido, adquire um mérito que lhe é levado em conta, seja para seu progresso, seja para sua felicidade.
11.  Uma vez no plano espiritual, reconheceremos o Espírito que foi na Terra o nosso protetor.

Em O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. 18, item 11 assim está:
“Além do anjo guardião, que é sempre um Espírito superior, temos Espíritos protetores que, embora menos elevados, não são menos bons e magnânimos. Contamo-los entre amigos, ou parentes, ou até, entre pessoas que não conhecemos na existência atual. Eles nos assistem com seus conselhos e, não raro, intervindo nos atos da nossa vida”.
 
Yvonne do Amaral Pereira, digna médium que nos deixou instrutivas obras seja pela psicografia seja pela inspiração, em nota a este trecho do Evangelho, em seu livro “Recordações da Mediunidade”, cap. 7 – Amigo Ignorado nos esclarece que o anjo guardião é: “Chefe da falange ou da legião espiritual a que pertencemos, Espírito de alta elevação moral e intelectual”.
Este esclarecimento de Yvonne Pereira se confirma diante dos fatos de que Emmanuel, guia espiritual de Chico Xavier o acompanha desde longas eras, assim como Joanna de Ângelis, guia espiritual de Divaldo Franco o acompanha desde muito, também o guia espiritual do médium Raul Teixeira, o Espírito Camilo, o acompanha há tempos tendo-lhe revelado que “nosso envolvimento mais profundo se deu nos tempos das arenas romanas e que, no século XII, com os labores do Iluminado de Assis, na Úmbria, assumimos compromissos graves que, por minha vez, não consegui cumprir” (2). E assim foi com a própria Yvonne Pereira que está ligada ao seu guia espiritual, o Espírito Charles por diversas existências e assim, conforme temos observado, se dá com a maioria dos médiuns.
Qual a função, o trabalho dos Guias, é apenas proteger os seus guiados, orientá-los ou vai mais além? Em nosso livro virtual “Dimensões Espirituais da Vida” (3), respondemos a isso de forma simples, fácil ao entendimento:
“O trabalho dos Guias
Os espíritos Guias são os que têm uma visão ampla da vida, são os chefes da falange espiritual da qual fazemos parte. Eles nos orientam para o Bem e para o nosso bem. O trabalho deles, ainda que possam nos auxiliar em algum sentido material, é o de nos mostrar o caminho a seguir para cumprirmos com o nosso avanço na caminhada evolutiva.
Guias verdadeiros não nos dirão em que número de loteria ou jogo de bicho marcar. Não. Guias verdadeiros nos auxiliarão à medida em que estivermos com os nossos canais abertos, ouvindo-os intuitivamente e agindo positivamente, culminando as nossas ações em bem para nós mesmos e para outros. Guias não são egoístas e suas intuições não favorecem tão-só o guiado, mas ensinam a ele o valor da fraternidade.
Resumindo: o trabalho dos Guias é o fazer avançar a espécie humana”. (Cap. V – O Auxílio da Luz).
E para os trabalhadores do setor mediúnica nas Instituições Espíritas, a salutar instrução do Espírito Yvonne Pereira:
“À ESPERA DOS GUIAS
Toda reunião de intercâmbio espiritual objetiva amparo, socorro, aprendizado e esclarecimento. Todavia, muitos grupos mediúnicos fascinam-se à espera de grandes orientadores da humanidade.
O intercâmbio com o Além não é uma caixa mágica, de onde salte a solução para todas as indagações humanas e de onde procedam as respostas para todos os problemas.
Mediunidade é sintonia e necessita de instrumento bem habilitado e moralmente renovado para ligar-se a esferas maiores.
Entretanto, os efetivos guias da humanidade não costumam condicionar os homens ou aprisioná-los com fenômenos; pelo contrário, gostam de incentivar o estudo e a liberdade de raciocínio. Solicitam, antes, a análise rigorosa de tudo quanto ditam, desenvolvendo, nos partícipes, a necessária parcela de contribuição, como demonstrou Allan Kardec.
Os verdadeiros amigos espirituais são discretos, sinceros, quase sempre orientam de modo geral e nunca, jamais impõem suas instruções.
Dessa feita, os grupos que estão insistentemente à espera de guias, preocupem-se em bem proceder, em exaltar a verdade, na prática silenciosa da benemerência, porque somente assim, agindo e vivendo os princípios do Evangelho, atrairão a presença dos bons Espíritos.” (Yvonne entre Nós/ pelo Espírito Yvonne do Amaral Pereira; [psicografado por] Emanuel Cristiano; apresentação de Therezinha Oliveira. Campinas, SP: Allan Kardec, 2006. pp. 26-27).
Notas:
(2) Correnteza de Luz. [psicografado por] J. Raul Teixeira; pelo Espírito Camilo. 4. ed. Niteroi, RJ: Fráter Livros Espíritas, 2011. p. 13.


(*) - Leonardo Paixão é trabalhador espírita em Campos dos Goytacazes, RJ, colaborando com amigos de Ideal no Grupo Espírita Semeadores da Paz.

sexta-feira, 21 de outubro de 2016

MISTIFICAÇÕES

Artigo publicado também em:
 
 
Por Leonardo Paixão (*)



“1ª As mistificações constituem um dos escolhos mais desagradáveis do espiritismo prático. Haverá meios de nos preservarmos deles?”
“Parece-me que podeis achar a resposta em tudo quanto vos tem sido ensinado. Certamente que há para isso um meio simples: o de não pedirdes ao Espiritismo senão o que ele vos possa dar. Seu fim é o melhoramento moral da Humanidade; se não vos afastardes desse objetivo, jamais sereis enganados, porquanto não há duas maneiras de se compreender a verdadeira moral, a que todo homem de bom senso pode admitir” (KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns. Segunda Parte, cap. XXVII, item 303, pergunta 1ª. FEB).

Problema com o qual haveremos sempre de nos deparar nas lides espíritas enquanto estivermos no nível moral que nos condiciona à estadia em um planeta de provas e expiações: a mistificação.
No capítulo das obsessões ela envolve o grau de obsessão por fascinação, porém, é preciso separar mistificadores de mistificadores-obsessores.
Mistificar conforme o Minidicionário Antônio Olinto da Língua Portuguesa significa: Enganar; embair; abusar da credulidade de. Assim, o que querem os mistificadores, sejam encarnados ou desencarnados é nos ludibriar. E como não sermos enganados? Já orienta Allan Kardec de tudo se passar no que respeita às palavras dos Espíritos pelo severo crivo da razão e do bom senso, para isso é preciso que estejamos com boa disposição moral sem desejos de superioridade e nem de ser detentor de revelações.
Deixaremos aqui algumas experiências pessoais a respeito. Sabemos, conforme orientam as Obras Básicas e as subsidiárias sérias, de que os Espíritos sérios não se intrometem em assuntos humanos que cabe à própria vida terrena e às nossas escolhas. Pois bem, certa feita em que presenteamos uma amiga com uma ave para que ela pudesse abater e fazer uma celebração familiar, através de nós mesmos, manifestou-se um Espírito que recebe em religiões de matrizes afro a nomenclatura de “preto-velho” e que sabemos muitos deles serem bons e auxiliarem em reuniões mediúnicas e poderão ser até Guias se com suas instruções isso mostrarem. No caso em pauta, a nossa amiga lhe perguntou se deveria comer a ave, o espírito deu aval para tal. Ora, um Espírito que seguisse pelas diretrizes seguras da Codificação ou não responderia ou diria em poucas palavras que isso é assunto terreno e, portanto, de foro íntimo de cada qual, já que por escolha pessoal temos uma alimentação vegetariana e não por instrução deste ou daquele Espírito. O Espírito neste caso deve ser classificado de ruim, enganador? Cremos que não, porém, deixou claro a sua condição de não-superioridade, mas, caso, orientações assim começassem a ser realizadas e acatadas, tanto o Espírito quanto nós, estaríamos na classificação de mistificadores.
Outra coisa: em uma de nossas reuniões de tratamento à distância este mesmo Espírito anos atrás recomendou que passássemos amônia para limpeza fluídica do Grupo que até então estava instalado em uma pequena sala comercial. Ficamos quietos e pedimos em pensamento socorro ao nosso Guia, o Espírito Alberto e ele recomendou que relêssemos André Luiz, postura digna de um Guia verdadeiro que não nos deixa sem o trabalho de pesquisa e de estudo. Fomos então à leitura e encontramos o seguinte:
“(...) A higienização processava-se ativa.
O serviço reclamava cuidado.
Segundo apontamentos recolhidos por nós, em outras ocasiões, aqui surgiam aparelhos delicados para a emissão de raios curativos, acolá se efetuava a ionização do ambiente com efeitos bactericidas.
Alguns encarnados, como habitualmente acontece, não tomavam a sério as responsabilidades do assunto e traziam consigo emanações tóxicas, oriundas do abuso de nicotina, carne e aperitivos, além das formas-pensamentos menos adequadas à tarefa que o grupo devia realizar” (Nos Domínios da Mediunidade. Ditado pelo espírito André Luiz; [psicografado por] Francisco Cândido Xavier. 27. Edição. Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira, 2000. Cap. 28, Efeitos físicos. p. 260).
E também esta referência em obra de outro autor que se reporta à André Luiz com frequência: “A preparação do ambiente operada pelos espíritos era outra referência interessante. O ambiente era ozonizado e ionizado” (VASCONCELOS, Humberto. Materialização do amor: vida e obra de Peixotinho. 3. Ed. revista e atualizada – Recife: Gráfica Barreto, 2011. Casa Editora “O Nazareno” Ltda. p. 70).

Após estas leituras fomos buscar na Internet no buscador do google o significado de ozonizar e ionizar e encontramos:
Ozônio - variedade alotrópica do oxigênio (O3), que se forma na alta atmosfera por reações fotoquímicas [Serve de filtro de radiações ultravioleta, com baixo comprimento de onda e nocivas aos seres, tb. us. como agente oxidante, no tratamento de água, rejeitos industriais vivos etc.].

Íon - Na área da Química, íon, iônio ou ionte é uma partícula, átomo ou molécula eletricamente carregada. É qualquer parte de um átomo ou de molécula deslocada pela aplicação de uma energia. Ionizar é o processo de transformar átomos de carga neutra em seus respectivos íons.

Vemos assim o quanto os Espíritos trabalham para facultar a nós um ambiente adequado, expurgando bactérias e toxinas próprias de nossos pensamentos manipulando as energias precisas para tal e que a nossa parte na higienização física da Casa Espírita é a mesma que realizamos em nossos lares com as diferenças de espaço e utensílios, na essência, porém, é a mesma. E nem se argumente que tal trabalho ocorre para reuniões de materialização ou efeitos físicos, porque sabemos hoje que tal higienização ou limpeza psíquica se dá em todo ambiente da Casa Espírita: salão de palestras, sala de passes, salas para reuniões mediúnicas, sala de evangelização, etc e que nos cabe o dever de mantermos as vibrações propícias ao ambiente com atitude respeitosa, sermos alegres sim, mas não eufóricos com gargalhadas, brincadeiras impróprias, uso de xingamentos, movimentação atabalhoada, dinamismo não significa nervosismo, apreensão, ansiedade, coisas que nos desequilibram o emocional, se mantivermos serenidade na vida cotidiana, de igual modo agiremos no recinto espiritual que nos acolhe. Silêncio interior também é oração.

Vejamos o que instrui Yvonne do Amaral Pereira a respeito:
“Existem os mistificadores, inofensivos, brincalhões apenas, que levam o tempo alegremente, se bem que também levianamente, cujas ociosidades e futilidades só a si mesmos prejudicam, e que todos consideram irresponsáveis quais crianças travessas, e a quem ninguém levará a sério. Na Terra como no Espaço, eles proliferam, sem realmente prejudicar senão a si próprios. Existem os hipócritas, perigosos, portanto, que sabem enganar porque se rodeiam de falsa seriedade, a qual mantém, apoiados em certa firmeza de lógica, e a quem somente observadores muito prudentes saberão descobrir. Na Terra como no Espaço, proliferam também esses, quer encarnados, como homens, quer como Espíritos já desencarnados, causando no seio das duas sociedades sérios desequilíbrios e danos vultosos, não raro desorganizando a vida e os feitos dos incautos que se deixam embair pelas suas atitudes dúbias. Dentro do Espiritismo, costumam estes, os desencarnados, causar sérios prejuízos aos médiuns orgulhosos insubmissos à disciplina em geral, que a boa prática da Doutrina recomenda, e também entre diretores de organizações espíritas pouco competentes, moral e intelectualmente para o importante mister. Suas atitudes mistificadoras, porém, serão facilmente observadas e desmascaradas por um adepto prudente, bom conhecedor do terreno prático da Doutrina, como da sua filosofia, e, acima de tudo, por alguém que, portador de qualidades morais elevadas, se haja tornado bem inspirado e assistido pelos planos superiores do invisível, pois de tudo isso mesmo nos adverte o estudo da Doutrina Espírita. Muito conhecidas são ambas as classes de mistificadores para que nos ocupemos a repetir o que todo aprendiz do Espiritismo conhece.
Há, todavia, ainda, uma terceira classe, a mais impressionante que se nos tem deparado no longo exercício de nossa mediunidade, a mais perturbadora, perigosa e difícil de ser combatida, porque geralmente ignorada sua existência pelos próprios adeptos do Espiritismo, e a qual age de preferência nas próprias paisagens invisíveis, em torno de entidades desencarnadas não devidamente moralizadas, mas também podendo interferir na vida dos encarnados, prejudicando-os e até os levando aos estados alucinatórios ou mesmo ao estado de obsessão, pelo simples prazer de praticar o mal, divertindo-se. Tais entidades são perversas, enquanto que as simplesmente mistificadoras nem sempre se apresentam verdadeiramente malvadas. Obtém aquelas resultados satisfatórios, na torpe tarefa de perseguição e engodo, contra pessoas que, com a devida confiança, não exercem a oração e a vigilância mental de cada dia, como defesa contra males psíquicos, as quais atraem para seus detestáveis agrupamentos espirituais durante o sono corporal, e também contra Espíritos desencarnados frágeis, revoltados, descrentes ou levianos, que a tempo não se harmonizam com o dever, o que lhes evitaria tais situações após o decesso corporal.
Geralmente, esses a quem aqui denominamos mistificadores-obsessores não foram inimigos das suas vítimas através das existências, nem mesmo as conheceram anteriormente, às mais das vezes. Se exercem a  perseguição e o assédio, alcançando funestos êxitos, será porque encontram campo aberto para suas operações nos sentimentos bastardos das mesmas, afinidades morais e mentais de má categoria, naqueles a quem se agarram, tornando-se, então, para estes, tais acontecimentos, o prêmio-castigo da sua incúria na prática de ações reformadoras, ou da má-vontade em se voltarem para os aspectos superiores da vida. A encarnados e desencarnados que lhes ofereçam, pois, afinidades, essas desagradáveis criaturas invisíveis frequentemente desgraçam, impelindo-as a desastrosas ações, até mesmo nos setores da decência dos costumes, cujas consequências, sempre lamentáveis, requererão, daqueles que se deixarem embair por suas artimanhas, longos períodos de sofrimento e reparações inapeláveis, muitas vezes, através de reencarnações amargurosas.
O leitor que, atento, perlustrar as páginas de algumas obras doutrinárias, mormente as psicografadas, há de observar citações sobre falanges inferiores do mundo invisível, que afligem e perturbam os recém-desencarnados desprevenidos, falanges cujos integrantes seriam vultos disformes, grotescos, extravagantes, e cujas configurações e ações pareceriam fruto de pesadelos àqueles que se não afinam com as blandícias da Espiritualidade. Provocam-nos, seduzem-nos, aterrorizam-nos, criando mil fantasmagorias que às pobres vítimas parecerão alucinações diabólicas, das mesmas se servindo, ainda, como joguetes para a realização de caprichos, maldades e até obscenidades. Comumente, queixam-se os suicidas de tais falanges, cujo assalto lhes agrava, no pélago de males para onde o suicídio os atirou, o seu já insuportável suplício. E nas sessões práticas, ou mediúnicas, da Doutrina Espírita, quando bem organizadas e dirigidas não é difícil ouvirem-se queixas idênticas da parte de Espíritos comunicantes muito inferirores, ou ainda de suicidas” (Devassando o Invisível. 3. Edição – Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira, 2010. Pp. 108-110. Grifos do original)

E encerramos com estas sábias palavras do Espírito Camilo:
“O que o movimento espírita precisa, em seus labores, é de indivíduos que se sintonizem com a lógica do pensamento espírita, aprumada nas considerações clarificadoras do Espírito da Verdade, capaz de facear o avanço intelectual terrestre, sem temores, sem tibieza, estabelecendo a inbalável fé, que faz a alma crescer, iluminar-se, libertando-se do cruel pieguismo ou da exaltação neurótica ou, ainda, do anseio de domínio da opinião, quando uma luz mais alto se ergue, a do Cristo, que o Espiritismo alimenta com os óleos da sua celeste inspiração” (Correnteza de Luz/ [psicografado por] J. Raul Teixeira; pelo Espírito Camilo – 4. Niteroi, RJ: Fráter Livros Espíritas, 2011. Cap. 07, Contrasserviços. p. 63)



            (*) - Leonardo Paixão é trabalhador espírita em Campos dos Goytacazes, RJ, colaborando com amigos de Ideal no Grupo Espírita Semeadores da Paz.

sexta-feira, 30 de setembro de 2016

VIDA NO ALÉM (CRIANÇAS)

Por Leonardo Paixão (*)

 

“Que sucede ao Espírito de uma criança que morre pequenina?

- Recomeça outra existência” (O Livro dos Espíritos, cap. 5, pergunta 199 – a).


Este é um tema que merece aprofundamento através do estudo das obras básicas e subsidiárias. Pairam no Movimento Espírita muitas dúvidas a respeito. Recorramos à algumas fontes, da vasta bibliografia espírita a respeito do assunto.

“Vale lembrar aqui que, certa vez em que fui arrebatada em Espírito pelos Instrutores espirituais, visitando o mundo invisível imediato à Terra, tive ocasião de ver um ambiente  como que hospitalar, um recolhimento transitório, onde Espíritos de crianças desencarnadas prematuramente aguardavam nova encarnação. Mantinham o aspecto espiritual da idade em que haviam desencarnado. Existia no agrupamento uma espécie de seleção de sexo.

Alguns conservavam ainda impressões da enfermidade que vitimara seus pequeninos corpos carnais, e arrastariam tais tendências para o novo corpo; outros se mantinham despreocupados, distraídos, alegrezinhos e nenhum demonstrava sofrimento.

Havia motivos de distrações e brincadeiras para todos: bonecas, carrinhos, bolas, livros e até latas, onde meninos pequeninos batiam com pequenos bastões, à guisa de tambores. Eram as reminiscências das brincadeiras que fizeram quando encarnados. O local era ameno e protetor, muito iluminado, sem ser superior, todos eram tratados com zelo e devotado amor por ilustres damas espirituais, que se diriam governantas maternais (guias espirituais femininos) de alto nível moral.

Uma gentil menina, aparentando quatro a cinco anos de idade, tinha o pescoço agasalhado por uma gargantilha de penas, e tossia, às vezes, com insistência. Explicava, então, que desencarnara de uma angina aguda, e que as reminiscências desse mal acompanha – la - iam na reencarnação próxima, afligindo-a nos primeiros anos de existência. Outra menina, de cor preta,, muito elegantezinha e espevitada, dizia que tivera um ataque de vermes, e por isso desencarnara. Um menino, regulando um a dois anos de idade, e que batia numa lata com um bastãozinho, distribuía beijinhos, e até eu mesma fui agraciada com essa honra, sentindo em meus lábios espirituais a umidade dos lábios dele. E todas essas gentis entidades revelavam inteligência e muita lucidez.

Fui informada, por uma daquelas damas espirituais que patrocinavam a instituição, que, dali, aquelas entidadezinhas voltariam à reencarnação, sem atingirem propriamente a espiritualidade; que muitas delas poderiam carregar, para o novo corpo físico, complexos mentais e vibratórios da enfermidade que as fizera desencarnar anteriormente, segundo o grau de depressão das vibrações que lhes caracterizara anteriormente, segundo o grau de depressão das vibrações que lhes fossem próprias, ou do estado mental pouco evoluído para superar as incômodas impressões; que nem todas as crianças falecidas são Espíritos adiantados que viveram a última existência terrena, e que esse fato é até muito raro; que comumente, elas desencarnaram devido à insuficiência orgânica, falta de assistência médica adequada, acidentes de várias naturezas, etc; e que, mais frequentemente, vieram completar o tempo  de existência prematuramente interrompida na encarnação anterior, por um suicídio, um acidente não previsto por lei, e muito próprio de planetas como a Terra, etc; enfim, por vários fatores que o homem ainda não compreendeu.

Disse-me ainda, a dama espiritual, que, muitas vezes, o que acontece é que a morte de uma criança demarca o final de um ciclo de encarnações terrenas punitivas, ou expiatórias, e que, de ali em diante, reencarnarão, sim, mas com lúcidos desejos e predispostos ao bem, a fim de continuarem progredindo não mais através de provações, mas de realizações beneméritas no vasto campo da moral, da justiça, da ciência, do amor, etc.

Esclareceram, as dignas preceptoras espirituais, que aquela ambientação do mundo invisível é subdividida em falanges nacionais, próprias de cada país, e que é a isso que os antigos devotos religiosos denominavam “limbo”, local indefinido, segundo a crença deles, onde permanecem almas infantis que não haviam recebido o batismo quando existindo na Terra. A verdade espiritual era então deturpada: tais Espíritos ficam, com efeito, separados dos demais libertos, não atingem a espiritualidade propriamente dita, mas não é pelo fato de terem deixado de ser batizados nesta ou naquela religião que assim permanecem, e sim porque seus perispíritos já estão preparados para a reencarnação; voltarão com presteza à vida terrena, e por isso não foram desambientados das condições humanas que, ainda ontem, experimentaram” (PEREIRA, Yvonne A. Cânticos do Coração, vol. II. Rio de Janeiro: CELD, 1994. pp. 14-17).

Estas informações de D. Yvonne Pereira concordam com o que também nos informa André Luiz:

“Hilário, que acompanhava a conversação com extremo interesse, considerou:

- Antigamente, na Terra, conforme a teologia clássica, supúnhamos que os inocentes, depois da morte, permaneciam recolhidos ao descanso do limbo, sem a glória do Céu e sem o tormento do inferno, e, nos últimos tempos, com as novas concepções do Espiritualismo, acreditávamos que o menino desencarnado retomasse, de imediato, a sua personalidade de adulto...

- Em muitas situações, é o que acontece – esclareceu Blandina afetuosa -; quando o Espírito já alcançou elevada classe evolutiva, assumindo o comando mental de si mesmo, adquire o poder de facilmente desprender-se das imposições da forma, superando as dificuldades da desencarnação prematura. Conhecemos grandes almas que renasceram na Terra por  brevíssimo prazo, simplesmente com o objetivo de acordar corações queridos para a aquisição de valores morais, recobrando, logo após o serviço levado a efeito, a respectiva apresentação que lhes era costumeira. Contudo, para a grande maioria das crianças que desencarnam, o caminho não é o mesmo. Almas ainda encarceradas no automatismo inconsciente, acham-se relativamente longe do autogoverno. Jazem conduzidas pela Natureza, à maneira das criancinhas no colo maternal. Não sabem desatar os laços que as aprisionam aos rígidos princípios que orientam o mundo das formas e, por isso, exigem tempo para se renovarem no justo desenvolvimento. É por esse motivo que não podemos prescindir dos períodos de recuperação para quem se afasta do veículo físico, na fase infantil, de vez que, depois do conflito biológico da reencarnação ou da desencarnação, para quantos se acham nos primeiros degraus da conquista do poder mental, o tempo deve funcionar como elemento indispensável de restauração. E a variação desse tempo dependerá da aplicação pessoal do aprendiz à aquisição de luz interior, através do próprio aperfeiçoamento moral.

(...)

O nosso educandário guarda mais de duas mil crianças, mas, sob os meus cuidados, permanecem apenas doze. Somos um grande conjunto de lares, nos quais muitas almas femininas se reajustam para a venerável missão da maternidade e conosco multidões de meninos encontram abrigo para o desenvolvimento que lhes é necessário, salientando-se que quase todos se destinam ao retorno à Terra para a reintegração no aprendizado que lhes compete” (XAVIER, Francisco C. Entre a Terra e o Céu. Pelo Espírito André Luiz. 17. ed. Brasília, DF: Federação Espírita Brasileira. Cap. IX – No Lar da Bênção, pp. 64-65. Cap. XI – Novos Apontamentos, p. 68).

 

“- Você sabe, minha querida, que nem todas as crianças, não importando a idade, podem retomar de imediato as lembranças de sua última romagem terrestre. Algumas – quase a maioria das que abrigamos aqui -, por se encontrarem em tratamento vigoroso, devem, sem muita demora, retornar ao Plano Físico, para a continuidade de seus resgates e ajustamentos cármicos, limitando-se a manifestações simples, por impossibilidade evolutiva, já que, nesses casos, a mente ainda não granjeou segurança e lucidez suficientes para a própria gerência dos potenciais em expansão. E existem casos mais raros, como o seu, que assumem quase prontamente as conquistas levadas a efeito desde muito” (PAIXÃO, Wagner Gomes da. Na Bênção do Lar. Pelo Espírito Jacqueline Fernandes. Belo Horizonte: Fonte Viva, 2003. p. 23).

 

Compreendendo, através destes preciosos esclarecimentos que nos trouxe a Espiritualidade, cabe-nos esclarecer a respeito de manifestação de crianças em reuniões mediúnicas. Acompanhemos, ainda, as palavras dos estudiosos e pesquisadores:

“154. Qual é, na outra vida, o estado intelectual da criança morta com pouca idade?

O desenvolvimento incompleto dos órgãos não permitiria ao Espírito manifestar-se completamente. Separado desse invólucro, suas faculdades são o que eram antes da encarnação. Nada tendo feito o Espírito senão passar alguns instantes na vida, suas faculdades não se puderam modificar”.

NOTA – Nas comunicações espirituais, o Espírito de uma criança pode, portanto, falar como o de um adulto, pois poderá ser um Espírito muito adiantado. Se este usa, às vezes, a linguagem infantil é para não tirar à mãe o encanto que se liga à afeição de um ser frágil e delicado, dotado das graças da inocência (Revista Espírita, 1858, “Mãe, estou aqui”).

(KARDEC, Allan. O que é o Espiritismo. Cap. III – Solução de Alguns Problemas pela Doutrina Espírita. questão 154. Edição Edicel).

 

“São esses Espíritos, pois, que possivelmente se comunicam em nossas sessões experimentais, ou são percebidos pela vidência, com aparência infantil, e que se mostram, frequentemente, tais como eram ao desencarnar, assim consolando fortemente os pais atingidos no coração por sua ausência carnal. Esses Espíritos, porém, são adultos. As circunstâncias temporárias é que os levam a se conservarem infantis” (PEREIRA, Yvonne A. Cânticos do Coração, vol. II. Rio de Janeiro: CELD, 1994. pp. 17).

 

“Em determinadas circunstâncias, a criança desencarnada poderá se comunicar com os familiares que buscam o Centro Espírita ou médiuns, para dar notícias, reconforto espiritual aos seus afetos e prova de sua sobrevivência, sob a tutela de espíritos superiores. Somente aqueles que já perderam um ente querido e recebem a dádiva de uma comunicação espiritual, podem avaliar como é grande a Misericórdia Divina na concessão deste benefício.

Entretanto, estas comunicações exigem aptidão do médium, condições adequadas, merecimento de ambas as partes e estarão sempre resguardadas por espíritos que conduzem as crianças às reuniões mediúnicas. É importante enfatizar que a criança, mesmo estando em sofrimento no mundo espiritual, recolhida em hospitais ou lares que as protegem, nunca se apresentará em reuniões mediúnicas perturbadas, aflitas ou perdidas, necessitadas de esclarecimento ou doutrinação como ocorre com um espírito adulto.

Existem médiuns “videntes” que, habitualmente, veem espíritos de crianças em reuniões mediúnicas. Segundo eles, estes espíritos, não raras vezes, dão conselhos como mentores ou guias. Sabemos que as leis morais que regem o mundo dos espíritos são mais rígidas e mais sábias que as humanas. Aqui em nosso mundo, são estabelecidas regras e condições pela faixa etária de seus habitantes, delimitando o ingresso em escolas, assembleias religiosas, casas de lazer e entretenimento, hospitais e até mesmo para a frequência em nossas reuniões mediúnicas. O bom senso nos indica que no mundo espiritual não será diferente e as crianças, cujos espíritos estejam, ainda, na forma perispiritual infantil, não poderão estar participando de reuniões mediúnicas na condição de guias ou sofredores.

Todo os espíritos desencarnados podem manifestar-se quando as leis da comunicação mediúnica permitem a ocorrência do fenômeno sob a permissão dos Espíritos Superiores. Todavia, determinados espíritos apresentando-se na forma infantil, têm como objetivo sua identificação aos pais e familiares, retomando a seguir sua condição de adulto se já possuem as características necessárias, isto é, governo mental e evolução espiritual.

(...)

Em algumas seitas onde predomina o sincretismo religioso, os espíritos se apresentam como crianças pois estão, como os participantes, condicionados pelas crenças primitivas. Geralmente são comunicações anímicas” (RAMOS, Lucy Dias. Mediunidade e Nós. Solidum, 2011. Barra Bonita, SP. pp. 40-41).


Crianças no Plano Espiritual
 

1 – Como encarar a manifestação de uma criança apavorada, que se diz num lugar escuro, onde apanha muito?

Há três possibilidades: trata-se de uma mistificação do Espírito, com a intenção de envolver o grupo; uma fantasia anímica do médium, que guarda afinidade com crianças, ou um desajuste do comunicante, que regrediu a um comportamento infantil, como acontece, não raro com doentes mentais.
 

2 – E quando se trate de Espírito imaturo, desencarnado na infância, não seria interessante o esclarecimento que poderia receber?

Seria totalmente ocioso. Geralmente o adulto recém-desencarnado, sem nenhuma noção sobre a vida espiritual, enfrenta dificuldades de adaptação em virtude de seus comprometimentos com os vícios, as paixões, as ambições do mundo. A criança não tem esse problema.

3 – Por quê?

Ao reencarnar o Espírito adormece e somente começará a acordar para a vida física a partir dos sete anos, quando se completa a reencarnação. Até então não detém o comando de sua existência, nem a possibilidade de envolvimento com as seduções da vida física. Embora possa trazer tendências inferiores cultivadas em existências pretéritas, elas ainda não se manifestaram e nem o comprometeram, razão pela qual a criança é considerada o símbolo da inocência.


4 – E o que acontece com as crianças recém-desencarnadas?

São imediatamente recolhidas por familiares ou mentores, que lhes darão ampla assistência. Se são Espíritos evoluídos, retomam a personalidade anterior. Se de mediana evolução, conservam a condição infantil, que será superada com o tempo, como ocorre com as crianças na Terra. Podem, também, retornar à reencarnação.
 

5 – Isso significa que crianças nunca se manifestam em reuniões mediúnicas?

Pode acontecer, mas em caráter de exceção. Um Espírito evoluído que desencarnou em tenra infância, atendendo à sua programação evolutiva, já reintegrado na vida espiritual, poderá manifestar-se como criança, com o propósito de consolar seus pais.
 

6 – Como deve o doutrinador agir quando lidando com suposta manifestação de criança?

Conversar normalmente, mas com a sutileza de quem sabe que está lidando com uma das três situações a que nos referimos, dispondo-se a abordar o assunto com o grupo, após a reunião, para os esclarecimentos necessários.


7 – Há grupos espíritas que se dizem especializados em doutrinar crianças desencarnadas. Como situá-los?

Provavelmente estão sendo envolvidos por Espíritos mistificadores, que exploram a ingenuidade dos participantes. As pessoas emocionam-se quando um Espírito situa-se como uma criança que estava sendo judiada num antro escuro da espiritualidade, sem considerar o absurdo de semelhante ideia.

E onde estavam os mentores e familiares desencarnados, a permitir que isso acontecesse com um inocente?
 

8 – Além dos argumentos apresentados, que mais se poderia dizer para os que têm dificuldade em aceitar que crianças desencarnadas não precisam de reuniões mediúnicas para receber ajuda?

É significativo considerar que não há uma única manifestação de criança nas obras de Allan Kardec, principalmente em O Livro dos Médiuns, o grande manual de intercâmbio com o Além, nem nos livros de André Luiz, psicografia de Francisco Cândido Xavier, onde temos a mais clara e objetiva visão do relacionamento entre o plano físico e espiritual.


Pinga Fogo – Richard Simonetti
 

(*) - Leonardo Paixão é trabalhador espírita em Campos dos Goytacazes, RJ, colaborando no Grupo Espírita Semeadores da Paz.