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terça-feira, 28 de junho de 2016

MÉDIUM, CO-AUTOR?

 
"Qualquer que seja a natureza dos médiuns escreventes, quer mecânicos ou semimecânicos, quer simplesmente intuitivos, não variam essencialmente os nossos processos de comunicação com eles. De fato, nós nos comunicamos com os Espíritos encarnados dos médiuns, da mesma forma que com os Espíritos propriamente ditos, tão-só pela irradiação do nosso pensamento" - (KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns, Segunda Parte, Cap. XIX, item 225, Dissertação do Espírito Erasto).
 
Conforme o trecho que pusemos acima, da dissertação do Espírito Erasto, vê-se claramente que o pensamento é o meio de comunicação dos Espíritos com os médiuns e que, independente da classificação da mediunidade, o pensamento irradiado dos Espíritos é o que os médiuns percebem. Fica aí uma pergunta: Como apenas pelo pensamento pode o médium filtrar estilos diversos, não seria o caso de ele escrever e/ou falar com o seu próprio estilo, o seu próprio modo de ser? Para responder a esta questão, leiamos o que em sua dissertação expõe o Espírito Erasto em um outro trecho:
 
"Com um médium, cuja inteligência atual, ou anterior, se ache desenvolvida, o nosso pensamento se comunica instantaneamente de Espírito a Espírito, por uma faculdade peculiar à essência mesma do Espírito. Nesse caso, encontramos no cérebro do médium os elementos próprios a dar ao nosso pensamento a vestidura da palavra que lhe corresponda e isto quer o médium seja intuitivo, quer semimecânico, ou inteiramente mecânico. Essa a razão por que, seja qual for a diversidade dos Espíritos que se comunicam com um  médium, os ditados que este obtém, embora procedendo de Espíritos diferentes, trazem, quanto à forma e ao colorido, o cunho que lhe é pessoal" (Grifo nosso - KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns, Segunda Parte, Cap. XIX, item 225, Dissertação do Espírito Erasto).
 
Aí está a resposta de que, mesmo que se tenham sob as vistas comunicações de estilos diversos, poderá nelas se observar traços da personalidade do médium. Um excelente exemplo quanto a isso são as cartas familiares recebidas pelo médium Chico Xavier, muitos críticos observam que em muitas destas comunicações, os comunicantes, em especial os filhos, escrevem as expressões: "Querida mãezinha", "Mãezinha de meu coração", "Mãezinha", "Querida Mamãe", e ficam a questionar a veracidade das comunicações, esquecendo-se de observar o conjunto e não se prender apenas a uma expressão. Estas expressões nas cartas psicografadas pelo saudoso médium de Uberaba, mostram o traço da personalidade do Chico, o seu sentimento de amor em relação às mães e, assim, em geral, ele inicia as cartas dos filhos para suas mães, podemos ler na centena de livros de cartas familiares que através de suas mãos nos foi legado que as cartas trazem estas expressões, porém, há algo a também ser observado, é que através de outros médiuns, como o Eurícledes Formiga e o Júlio Cézar Grandi Ribeiro (Julinho), ambos também já desencarnados, os filhos comunicantes também usam destas expressões, o que nos conduz a pensar que, ainda que aí esteja um colorido, um traço da personalidade do médium, aí está também o amor, o carinho, a emoção dos Espíritos em contato com os seus entes caros. O que há na comunicação mediúnica fiel ao pensamento do Espírito é a reciprocidade de sentimentos e emoções entre médium e Espírito e, assim, o médium ao colocar no papel ou ao falar, visualizar, ouvir, interpretará com o seu vocabulário as ideias, sentimentos e emoções que o Espírito transmite, ele vestirá a percepção que está tendo com palavras e estas virão de forma tal a reproduzir o estilo do Espírito comunicante.
 
Em relação às comunicações estritamente instrutivas (falamos estritamente instrutivas, pois as cartas familiares também trazem instruções, basta ter 'olhos de ver'), perceberemos a necessidade de os médiuns estarem constantemente estudando e o porquê de os Espíritos sempre insistirem nisto. Ouçamos o Espírito Erasto, ainda:
 
"Por isso é que gostamos de achar médiuns bem adestrados, bem aparelhados, munidos de materiais prontos a serem utilizados, numa palavra: bons instrumentos, porque então o nosso períspirito, atuando sobre o daquele a quem mediunizamos, nada mais tem que fazer senão impulsionar a mão que nos serve de lapiseira, ou caneta, enquanto que, com os médiuns insuficientes, somos obrigados a um trabalho análogo ao que temos, quando nos comunicamos mediante pancadas, isto é, formando, letra por letra, palavra por palavra, cada uma das frases que traduzem os pensamentos que vos queiramos transmitir.
É por estas razões que de preferência nos dirigimos, para a divulgação do Espiritismo e para o desenvolvimento das faculdades mediúnicas escreventes, às classes cultas e instruídas, embora seja nessas classes que se encontram os indivíduos mais incrédulos, mais rebeldes e mais imorais. É que, assim como deixamos hoje, aos Espíritos galhofeiros e pouco adiantados, o exercício das comunicações tangíveis, de pancadas e transportes, assim também os homens pouco sérios preferem o espetáculo dos fenômenos que lhes afetam os olhos ou os ouvidos, aos fenômenos puramente espirituais, puramente psicológicos" (Idem, ibidem).
 
Com um médium que ofereça material em seus arquivos mnemônicos, os Espíritos apenas precisam dar um  impulso e, então, a ideia, o assunto que eles querem expressar começa a fluir, não é raro que médiuns experientes, particularmente no setor da psicografia, digam que o pensamento lhes corre célere, de um jato e mais que depressa eles o colocam no papel.
 
Vejamos o que nos diz o Espírito Emmanuel a respeito de sintonia mediúnica:
 
"Para cooperar na mediunidade, a serviço do bem, não deves esperar que os instrutores desencarnados te impulsionem as peças orgânicas, como se fosses um fardo movido a guindaste.
No reino da alma, o trabalhador, conquanto precise de inspiração, não pode considerar-se mola inerte.
Indiscutivelmente, o mecanismo espontâneo é nota destacada e importante, à feição de novidade para a convicção; contudo, as edificações do sentimento e da ideia exigem vigilância da consciência.
Por isso mesmo, em qualquer condição da força medianímica, podes colaborar com as Inteligências superiores, domiciliadas na Vida Maior, em favor do progresso humano.
(***)
Em toda parte, pensas e fazes algo sob a influência de alguém.
E, entendendo que todos nos encontramos consideravelmente distantes do bem verdadeiro, não percas tempo perguntando se o bom pensamento te pertence à cabeça.
Recorda, acima de tudo, que o bem puro verte essencialmente de Deus e que os mensageiros de Deus tomar-te-ão sob a tutela do amor, se te dispões a servir" (XAVIER, Francisco C. Seara dos Médiuns. 2ª edição. Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira., 1961. pp. 171 e 172).
 
Feitos estes esclarecimentos, a pergunta ao título deste artigo só pode ser afirmativa, pois, apesar de se colocar que o trabalho do médium é todo mecânico, sem o material de que se precisa, os Espíritos ficam impossibilitados de se comunicar.
 
O Espírito Emmanuel, digno instrutor espiritual, através da mediunidade abençoada de Chico Xavier, em prefácio ao livro Caminheiro, do Espírito Eurícledes Formiga, psicografia de Carlos Antônio Baccelli, no ano de 1989, já nos responde a esta questão ao dizer no segundo parágrafo de seu prefácio: "Tanto o Autor quanto o co-Autor são suficientemente conhecidos para que lhes façamos a apresentação" (grifo nosso). Precisamos estudar os prefácios de Emmanuel com atenção, pois neles há instruções e revelações que nos dão desdobramentos das instruções dadas a Allan Kardec.
 
Encerramos com estas sábias palavras de Emmanuel:
 
"Não há desenvolvimento mediúnico, para realizações sólidas, sem o aprimoramento da individualidade mediúnica.
No caso da terra, o lavrador será mordomo vigilante.
No caso da mediunidade, o médium será o zelador incansável de si mesmo.
E médium algum se esqueça de que é na terra boa abandonada que a praga e a serpente, o espinheiro e a tiririca proliferam mais e melhor" (XAVIER, Francisco C. Seara dos Médiuns. 2ª edição. Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira., 1961. p. 132).
 
(*) Leonardo Paixão é trabalhador espírita em Campos dos Goytacazes, RJ, colaborando com amigos de ideal no Grupo Espírita Semeadores da Paz.
 
 
 
 
 
 
 
 
 

segunda-feira, 27 de junho de 2016

DIREITO À PESQUISA

Por Leonardo Paixão (*)
Publicado também em:
http://orebate-jorgehessen.blogspot.com.br/2016/06/direito-pesquisa.html
 
Como ocorre nas Ciências, sejam Naturais, Exatas ou Humanas, assim também ocorre na Ciência psíquica ou Transcendental: a imaginação sonhadora não deve ser parte das pesquisas realizadas, tanto quanto não confiarmos de maneira absoluta no que os seres de Outro Mundo ditam aos médiuns. Há imensa necessidade, neste caso, do uso da mais acurada razão e do bom senso, pois tal como nós humanos, os Espíritos descrevem o Mundo Espiritual de acordo com o seu grau evolutivo e o seu ponto de vista e ponto de vista, sabemos bem, pode ser apenas a vista de um ponto. Quantos pontos faltarão para informes claros e corretos? O Mundo Invisível contêm diversas categorias de Espíritos e não é porque um Espírito dita uma obra que temos que concordar com o que ele diz, Kardec em sua sabedoria afirmou: "Uma só garantia séria existe para o ensino dos Espíritos: a concordância que haja entre as revelações que eles façam espontaneamente, servindo-se de grande número de médiuns estranhos uns aos outros e em vários lugares" (O Evangelho Segundo o Espiritismo, Introdução, item II).
 
Desta afirmação do Mestre depreende-se, como está claro, que tal concordância universal refere-se às revelações que os Espíritos transmitem, no entanto, o que vemos em muitos espíritas é o repetirem frases ditas por Espírito X ou Y, dando-se uma confiança demasiada no que falam os Espíritos, onde aí o caráter racional da doutrina Espírita? Não estamos a desmerecer os valiosos ensinos dos Espíritos, mas é preciso que se compreenda que o progresso da Ciência Espírita não se faz só pelas revelações que os Espíritos dão, sim também pela pesquisa séria efetuada por nós, os encarnados, e exemplos não nos faltam, graças à pesquisa de Hernani Guimarães Andrade, Carlos Bernardo Loureiro, Jorge Andréa, Herculano Pires, Bezerra de Menezes, Deolindo Amorim e muitos outros, alcançamos maiores conhecimentos sobre reencarnação, mediunidade, premonição, evolução, criminologia, pedagogia, etc. O trabalho não é somente dos Espíritos, se assim pensarmos estaremos há um passo da mistificação, pois teremos excluído o raciocínio que leva à análise crítica das informações transmitidas.
 
Se aos Espíritos Superiores cabe a nossa instrução em assuntos transcendentes, a nós cabe o colaborarmos com eles para o desenvolvimento destes, vejamos o que diz Kardec no tópico 50 do I Capítulo do livro A Gênese:
 
"A terceira revelação, vinda numa época de emancipação e madureza intelectual, em que a inteligência, já desenvolvida, não se resigna a representar papel passivo; em que o homem nada aceita às cegas, mas quer ver aonde o conduzem, quer saber o porquê e o como de cada coisa - tinha ela que ser ao mesmo tempo o produto de um ensino e o fruto de um trabalho, da pesquisa e do livre exame. Os Espíritos não ensinam senão justamente o que é mister para guia-lo no caminho da verdade, mas abstém-se de revelar o que o homem pode descobrir por si mesmo, deixando-lhe o cuidado de discutir, verificar e submeter tudo ao cadinho da razão, deixando mesmo, muitas vezes, que adquira experiência à sua custa. Fornecem-lhe o princípio, os materiais; cabe-lhe a ele aproveitá-los e pô-los em obra".
 
Aí estão as palavras claras do Mestre, o bom senso encarnado, no dizer de Camille Flammarion, nelas vemos que não bastará apenas aguardarmos por revelações retumbantes do Além-Túmulo, se assim fosse, não haveria necessidade do imenso trabalho que teve Allan Kardec para por em ordem as  instruções dos Espíritos e em perceber que no Mundo Invisível tanto quanto na sociedade humana, há Espíritos de diversas gradações de saber, desde os mais ignorantes aos mais adiantados, para tal fato Kardec chamou a atenção no tópico 15, do I Capítulo de A Gênese:
 
"Passa-se no mundo dos Espíritos um fato singular, de que seguramente ninguém houvera suspeitado: o de haver Espíritos que se não consideram mortos. Pois bem, os Espíritos Superiores, que conhecem perfeitamente este fato, não vieram dizer antecipadamente: Há Espíritos que julgam viver ainda a vida terrestre, que conservam seus gostos, costumes e instintos". Provocaram a manifestação de Espíritos incertos quanto ao seu estado, ou afirmando ainda serem deste mundo, julgando-se aplicados às suas ocupações ordinárias, deduziu-se a regra a multiplicidade dos fatos análogos demonstrou que o caso não era excepcional, que constituía uma das fases da vida espírita; pode-se então estudar todas as variedades e as causas de tão singular ilusão, reconhecer que tal situação é sobretudo própria de Espíritos pouco adiantados moralmente e peculiar a certos gêneros de morte; que é temporária, podendo, todavia, durar semanas, meses e anos. Foi assim que a teoria nasceu da observação. O mesmo se deu com relação a todos os outros princípios da doutrina".
 
De tudo o que até aqui foi dito, devemos observar que o estudo, o recolhimento, e a seriedade, jamais serão recomendações excessivas, como diz Allan Kardec, o Espiritismo é a Ciência do Infinito e interessa a todas as questões de metafísica e de ordem social (cf. Introdução de O Livro dos Espíritos), é um campo vastíssimo e há aqueles que se especializam em determinadas áreas. Uns pesquisam e estudam o Magnetismo, outros as técnicas de obsessão e prática de desobsessão, há os que dentro da sua área de formação acadêmica estudam temas da Medicina, da Psicologia, da Psiquiatria, da Pedagogia, da filosofia, da Química, da Biologia, da História, da Geografia, etc...à luz do Espiritismo, trazendo os resultados de suas pesquisas em artigos, livros, seminários, congressos, para o esclarecimento de outros com o objetivo de, tal como fez o Nobre Mestre Lionês com a Revista Espírita, "sondar a opinião dos homens e dos Espíritos sobre alguns princípios, antes de os admitir como partes constitutivas da doutrina", referimo-nos é óbvio às pesquisas dignas de tal nome, pois muitos há que obtendo certos resultados e apoiados na opinião de um só Espírito, proclamam aqueles como verdades absolutas.
 
Que o Movimento Espírita e os adeptos da Doutrina, que podem ou não estar envolvidos com o Movimento, não tentem cercear a liberdade de pensamento - em nosso país conquistada a tão pouco tempo -, e não se fique a achar que nada mais há que acrescentar por muitos serem os livros quer mediúnicos ou não que temos para longo tempo de estudo. É certo que há material suficiente, mas também é certo que deste material inúmeras coisas necessitam de desdobramentos outros, o que se fará quando nos decidirmos a pesquisar. Este o caráter progressivo da Doutrina.
 
(*) Leonardo Paixão é trabalhador espírita em Campos dos Goytacazes, RJ, colaborando com um grupo de amigos de ideal no Grupo Espírita Semeadores da Paz. 

segunda-feira, 20 de junho de 2016

ECTOPLASMA - ROMPENDO A FRONTEIRA DA FÍSICA

No mundo das manifestações espirituais, vários fatos e fenômenos compõem um vasto conjunto de provas da existência de uma realidade espiritual e de como essas energias conscientes entram em contato com o mundo físico. Uma das mais impressionantes manifestações é a formação do ectoplasma, um fenômeno que ainda aguarda uma investigação mais efetiva.
 
No fim do século 19 e início do século 20, houve uma intensa busca para se compreender os fenômenos espirituais que tomavam conta dos salões onde ocorriam os chamados fenômenos espirituais. Evidentemente, a base desses encontros eram os contatos com entidades espirituais, mas também significavam divertimento – algo de novo sendo introduzido numa sociedade que começava a se preparar para encarar essa nova realidade. A intensa utilização de médiuns e os fenômenos que eles apresentavam, também levaram a uma vulgarização dos acontecimentos do "mundo do além", especialmente devido à grande quantidade de fraudes, muitas delas desmascaradas pelos cientistas que pesquisavam o assunto.
 
A intensidade dos fenômenos e a profusão dos “poderes” dos médiuns – que passaram a surgir em cada esquina – originaram uma grande quantidade de estudos sobre tais fenômenos, desenvolvidos por cientistas credenciados. O resultado foi a elaboração de vários trabalhos e documentos que atestavam a existência de eventos parapsicológicos legítimos, como a clarividência, a materialização, a comunicação com os mortos, etc.
 
De todos os fenômenos estudados, um dos mais impressionantes, atraindo inúmeras pessoas e os jornais sensacionalistas, foi a ectoplasmia ou materialização. Centenas de casos, devidamente comprovados, foram fotografados e medidos por diversos pesquisadores que relataram detalhadamente as manifestações e produziram uma base científico-espiritualista para compreender a produção nos mais diversos ambientes e condições da “matéria espiritual”.
 
Como sempre ocorre com os fenômenos espirituais, os enganadores tentaram se aproveitar da credulidade e da fé das pessoas, muitos deles sendo desmascarados como fraudes. Alguns faziam uso de luvas, vapores e de ilusionismo para enganar a platéia que ia ver os “espíritos”. Essa situação acabou por gerar uma grande dose de desconfiança e a perda de prestígio dos fenômenos parapsicológicos na comunidade científica de forma geral (que, em grande parte, se mantém cética até os dias atuais, apesar das evidências reunidas).
 
Contudo, existiam médiuns que produziam eventos legítimos de materialização que podiam ser devidamente comprovados como reais e incontestáveis. Muitos pesquisadores, mesmo contra as opiniões contrárias, continuaram pesquisando e descobrindo as peças que formavam o quebra-cabeça das materializações.
 
As idéias apresentadas nos trabalhos de diversos estudiosos, levaram à aceitação de que o ectoplasma é gerado mediante uma notável interação entre diversos planos físicos e espirituais, durante a qual as vibrações etéricas acumulariam matéria das pessoas envolvidas nas manifestações e reproduziriam as intenções do espírito manifestado de uma forma consistente e material.
 
Os estudiosos concluíram que, na verdade, existe um número reduzido de pessoas capazes de produzir casos autênticos de ectoplasmia, mesmo sem ter de recorrer a ritos específicos ou realizar as chamadas "sessões". Acredita-se que os médiuns aproveitam as energias etéricas, magnéticas e do seu envolvimento com o mundo espiritual, somadas às vibrações emanadas das pessoas presentes ao experimento, e assim produzem as energias e condições necessárias para a manifestação.
 
No Oriente, essa idéia já foi muito discutida e difundida, além de experimentada, ao longo de milhares de anos. Aqueles que possuem tais poderes (siddhas) não são necessariamente sábios (rishis, pessoas de conduta irrepreensível e de profundo saber espiritual); na verdade, muitos deles fazem uso de suas capacidades para ganhar a vida, como se fossem pianistas, desenhistas ou qualquer profissão que exigisse algum dom especial.
 
 
O Médium
 
A manifestação de ectoplasma causa esgotamento físico nos médiuns, pois eles cedem parte de sua “energia vital” para produzir e enriquecer a materialização periespiritual. Isso foi devidamente comprovado por uma série de investigações realizadas por W. J. Crawford, professor de Engenharia Mecânica da Queens University, de Belfast. Ele se dedicou a estudar uma médium famosa na Irlanda, conhecida como Goligher, e descobriu que, durante as sessões (quando surgia o ectoplasma), tanto a médium quanto seus assistentes perdiam peso. Com um conjunto complexo de medidas, ele determinou que, nas manifestações de ectoplasma (quando ele saía pela boca da médium), ela perdia cerca de vinte e seis quilos (algo considerável para qualquer ser humano), e ainda anotou em seus estudos que a perda de peso de massa era evidente no corpo da médium, pois ela definhava a olhos vistos.
 
O professor Crawford, segundo foi relatado por várias pessoas próximas, estabeleceu uma teoria coerente para explicar o surgimento e a materialização do ectoplasma, plausível tanto para os cientistas quanto para os espíritas; só que essa teoria nunca chegou ao conhecimento do público, pois ele nunca a revelou a quem quer que fosse. Desde então, surgiram vários boatos, mas nada foi revelado, nem mesmo após a sua morte.
 
Um trabalho notável no que diz respeito à comprovação científica da ectoplasmia foi desenvolvido pelo barão von Schrenk-Notzing. Ele conseguiu obter um pedaço de ectoplasma e realizou mais de uma centena de exames laboratoriais. Descobriu-se a presença de leucócitos (células do sistema imunológico humano) e células epiteliais (pele, a primeira camada celular), colocando em cena os possíveis mecanismos psicofísicos da ectoplasmia.
 
Essa análise corroborava a idéia de que os médiuns contribuem ativamente com a sua própria “matéria” para a formação das materializações. O barão von Schrenk-Notzing ampliou as definições existentes sobre o ectoplasma, afirmando: “É uma matéria inicialmente semifluida, que possui determinadas propriedades da matéria viva, especialmente a capacidade de mutação de movimentos e de tomar diversas formas”. Como podemos perceber, o barão tinha a idéia de que o ectoplasma era algum tipo de interação orgânica entre o médium e as forças espirituais.
 
Os cientistas e outros pesquisadores também coletaram centenas de fotografias das sessões de materialização; elas mostram imagens com formas e estruturas variadas. Geralmente, surgem em torno do médium das mais diversas maneiras: às vezes, de forma difusa, outras, de maneira bastante nítida. Formam rostos, fios translúcidos, pedaços de corpos, mãos e outras estruturas não-identificáveis.
 
Algumas das materalizações mais surpreendentes da época foram produzidas pelas médiuns Eva Carrière e Eusapia Palladino. Mesmo com um histórico polêmico quanto à autenticidade de suas manifestações, a produção de ectoplasmia das médiuns foi fotografada e analisada.
 
Um evento notável em sua extensão e nas conseqüências científico-espirituais, foi o ocorrido em 1913, durante uma convenção espírita em Moscou. Nela, um grupo de investigadores perguntou a um espírito materializado se havia algum problema em se realizar uma intervenção cirúrgica em seus antebraços ectoplasmáticos, para que pudessem ver a substância da qual eram compostos. Ele aceitou, impondo como condição que ele iria se preparar para que o médium nada sofresse no processo. Após cinco meses, os investigadores e o médium voltaram a se reunir, e a operação foi realizada. Em um dos antebraços os pesquisadores encontraram uma constituição perfeitamente humana (ossos, nervos, sangue, etc,), enquanto o outro era formado por uma substância gelatinosa, clássica nos casos de ectoplasmia, e sem definição de partes constituintes.
 
Esse fato contribuiu para colocar a materialização ectoplasmática novamente sob um prisma científico. Alguns experimentos chegaram a extremos, como no caso de médiuns colocados em cadeiras e equipamentos especialmente projetados para evitar fraudes e, ainda assim, os eventos ocorreram e foram detectados por aparelhos sensíveis , deixando de lado qualquer dúvida sobre a autenticidade do fenômeno.
 
 
Explicando o Ectoplasma
 
As teorias que procuram explicar a ectoplasmia partem de um ponto comum: a existência de uma forma energético-espiritual, denominada perispírito. Essa substância preencheria o corpo material enquanto encarnado, servindo como receptáculo da consciência durante a estada do ser no mundo físico-espiritual. É pela interação entre os perispíritos desencarnados e as energias espirituais dos encarnados que médium e espírito podem, então, romper os limites mentais e as fronteiras físicas, produzindo o ectoplasma.
 
Esse perispírito foi relatado por vários médiuns, que o descreveram das mais variadas formas. Geralmente, é visto como um vapor branco-azulado que se desprende dos corpos de pessoas mortas, saindo pela região do chacra coronário (alto da cabeça). Essa “matéria” teria uma existência intermediária entre as formas densa (atômica) e espiritual (etérea).
 
Segundo alguns estudiosos, isso também é comprovado por meio das fotografias Kirlian, que mostram uma estrutura energética envolvendo os mais diversos objetos e, em específico nos seres humanos, mostram uma profusão de cores e linhas que lembram os “caminhos de luz” descritos nos antigos textos orientais sobre a acupuntura, quando falam a respeito das linhas energéticas.
 
Segundo o que se conhece atualmente dos mecanismos da ectoplasmia, o médium usa seu perispírito para interagir com o perispírito do desencarnado; cedendo material orgânico e energético, gera o ectoplasma e auxilia, com sua carga cultural e imaginativa, para construir a materialização.
 
Não há qualquer dúvida quanto à razão da ectoplasmia atrair tanta atenção: é uma manifestação visível, palpável, muitas vezes mensurável. Ao contrário de outros fenômenos espirituais, ou parapsicológicos, se preferirem, causa um impacto mais imediato. E não são poucos os que se dedicam ao seu estudo que afirmam ser a ectoplasmia o fenômeno parapsicológico que apresenta o maior número de provas. Além disso, permite que os pesquisadores possam comprovar, de forma relativamente simples, se é uma manifestação verdadeira ou fraudulenta.
 
Não se sabe muito bem em que ponto se encontram as pesquisas científicas com relação ao assunto. Cientistas que não estão ligados ao espiritismo pouco ou nada falam sobre o assunto, ou então rechaçam completamente o fenômeno, entendendo que ele jamais foi devidamente comprovado, apesar das inúmeras evidências coletadas.
 
O que se sabe ao certo é que o fenômeno continua a ocorrer, e a ser registrado, em muitos centros espíritas e em locais que nada tenham a ver com a doutrina. Resta esperar que pesquisas mais afirmativas e profundas sejam realizadas.
 
 
Pesquisas Recentes
 
Quando se fala sobre o fenômeno da ectoplasmia, geralmente são apresentados documentos e fotos antigas. A verdade é que esses casos foram muito examinados nos primórdios das pesquisas parapsicológicas, fotografados e registrados com o rigor científico possível na época. Depois, a impressão que se tem é de que as pesquisas foram um tanto esquecidas.
 
No entanto, existem grupos de pesquisa, espíritas ou não, que continuam procurando obter registros cientificamente válidos para o fenômeno, e muitas vezes com êxito. As pesquisas não são muito divulgadas: o que se ouve dizer é que os pesquisadores preferem realizar suas experiências sem grande alarde, mantendo os resultados conhecidos apenas de um pequeno grupo de interessados, evitando o escárnio que geralmente ocorre quando se fala sobre certos assuntos.
 
Nas pesquisas do dr. João Alberto Fiorini, que deverão ser publicadas em livro, ele informa que o ectoplasma é sensível à ação da luz comum (branca) e reage ao pensamento. Por outro lado, suporta bem as radiações pouco energéticas do espectro da luz, como o vermelho e o infravermelho. A temperatura é um pouco inferior à do ambiente em que se encontra o médium, e sua cor pode ser acizentada, branca, amarelada, malhada ou negra. Também se encontra em todos os estados, ou seja, invisível, visível, gasoso, plasmático, tangível, morfo, foculoso, filamentoso, sólido e estruturado.
 
Esperamos, em breve, poder apresentar algumas imagens e documentos obtidos a partir de pesquisas do gênero, no Brasil, assim como conversar com cientistas envolvidos na pesquisa parapsicológica, para que eles apresentem seus depoimentos a respeito e, quem sabe, algumas pesquisas científicas. (GS)
 
 
Fenômenos de Ectoplasmia
 
Ectoplasma:
O ectoplasma pode exteriorizar-se em qualquer parte do corpo do médium, ao qual está vinculado estreitamente. Dirigido pelas forças presentes, o ectoplasma pode causar o fenômeno da telecinesia, que é a movimentação de objetos. Em alguns casos, foi comprovado que o ectoplasma saía do corpo do médium e, apoiando-se no chão, formava uma espécie de alavanca, conseguindo assim erguer objetos bem mais pesados do que o médium.
 
Ectoplasmia:
Do grego ectós, "fora"; plasma, "coisa formada". Ectoplasmia designa o fenômeno; ectoplasma designa a substância.
 
Ectocoloplasmia:
Termo que foi utilizado para definir a "modelagem" do ectoplasma para formar membros ou partes de pessoas, animais ou objetos.
 
Fantasmogênese:
A produção ectoplasmática de um fantasma de pessoa, animal ou coisa, pelo menos aparentemente inteiro.
 
Transfiguração: 
A transformação do próprio corpo do médium por meio do ectoplasma.
 
Autor: Alex Alprim
Revista espiritismo e Ciência Vol. 3
 
 
Diferença entre ectoplasmia e materialização de Espíritos
 
Davilson Silva
 
Para quem gosta de ler, de pesquisar, de ouvir falar sobre Materialização de Espíritos, Ectoplasmia, o certo é: assisti a uma sessão de Materialização ou assisti a uma sessão de Ectoplasmia? Essas duas expressões têm o mesmo sentido? Pesquisadores denominam médiuns de ectoplasmia, ou médiuns ectoplastas, os que produzem ectoplasma. Há nos meios pelos quais se obtém os fenômenos físicos de características peculiares.
 
Ectoplasmia e materialização não denotam a mesma coisa. Ectoplasmia, ou processo ectoplasmático, entende-se por produto temporário de formações estruturais, mais ou menos metódico. Por se unir ao estudo do desprendimento ectoplasmático, esse termo também é empregado para designar “ciência do ectoplasma”, por causa da faculdade que alguns raríssimos médiuns possuem para fazer aparecerem formas materializadas perto ou longe deles.
 
Entende-se por ectoplasma uma substância plástica de natureza híbrida, possuidora de alto poder de dissolução, sensível à luminosidade do Sol ou da lâmpada elétrica, afora da lâmpada de irradiação avermelhada feito a de laboratórios fotográficos. (1) O ectoplasma se dispersa com a luz viva ou retorna ao organismo do médium. Em plena obscuridade, o ectoplasma pode se expor à vista em diversas e distintas fases, a modificar-se-lhe as formas em modelagem de bastões, alavancas, espirais, fios, cordas, teias etc. e alguns efeitos apreciáveis. Em contato com a luz, a sua estrutura molecular amolece, interrompendo assim o seguimento ectoplasmático que, não raro, assume caracteres anatômicos de vegetais, animais e até de seres humanos, total ou parcialmente.
 
Ectoplasmia e Materialização — A ectoplasmia não se resume na produção ectoplasmática de Espíritos materializados e seus correspondentes: desmaterialização e rematerialização. Já a materialização propriamente dita de pessoas desencarnadas e até mesmo encarnadas (muitíssimo rara) tem as suas particularidades.
 
A materialização é termo empregado para designar corporificação não só de seres humanos assim como de objetos, de plantas, de flores, de animais etc. Trata-se de um fenômeno complexo e observável sob diferentes pontos de vista, a respeito do qual ainda não se pode inferir uma categórica enunciação.
 
A materialização só pode se processar através da emissão do ectoplasma cujo ponto culminante resulta na sua consistência. Segundo um bem conceituado médico francês, Gustave Geley (1868/1924), autor de interessantíssimas obras a esse respeito, (1) o ectoplasma, quando emitido, logo de início, apresenta-se com uma aparência amorfa, ora sólida, ora vaporosa. Acabamos de dizer que o processo ectoplasmático está ligado à materialização — talvez, por isso, diversos pesquisadores entenderam-no por sinônimo de materialização, perfeitamente compreensível, levando-se em conta os primeiros passos metodológicos investigativos e a época em que principiara o interesse pelos fenômenos espirituais.
 
Eis sucintamente o que acrescentou Geley acerca da materialização:
 
Aí está a ectoplasmia, um fato simples considerado em si mesmo, desprendido de algumas complicações que deverão ser estudadas mais adiante, o fato nu dissecado, se assim podemos dizer, na sua estrutura anátomo-fisiológica.
 
Não forma agêneres — Para certos autores hodiernos, ectoplasmia não se restringe à formação de agêneres (figuras humanas). A diferença entre ectoplasma e materialização acha-se mesmo no modo pelo qual se lhes verificam os fenômenos, embora os fins se equivalham. A materialização origina-se no ato de um corpo orgânico ou inorgânico tornar-se denso ou mais ou menos transparente visto por todos que o observem. O termo ectoplasmia foi criado pelo médico e pesquisador francês, Charles Richet (1850/1935), duas vezes vencedor do prêmio Nobel de Fisiologia.
 
Quanto à pergunta de início, você pode dizer que foi a uma sessão de materialização assistir aos fenômenos de corporificação parcial ou total de Espíritos; pode dizer que foi a uma sessão de ectoplasmia a fim de apreciar apenas efeitos telecinéticos, pancadas (raps), o fenômeno de pneumatofonia, ou voz direta, o de formas e efeitos luminosos, o de suspensão e de transporte de objetos e até mesmo a própria materialização; veja, você pode ainda simplesmente dizer que foi assistir a uma sessão de Efeitos Físicos.
 
Eu, por exemplo, prefiro denominar “reunião de efeitos físicos”, em vez de “sessão de efeitos físicos” ou de “ectoplasmia”, ou de “materialização”. O termo sessão remete-se aos exaustivos ensaios científicos de antigamente os quais tinham em vista a prova dos fenômenos; sessão lembra as lamentáveis demonstrações em casa de espetáculos onde falsos médiuns cobravam ingresso do público para ver supostos Espíritos materializados. Acho melhor reunião de efeitos físicos. Sabe por quê? Porque os fenômenos podem até acontecer num mesmo instante, dependendo apenas do emprego das forças e faculdades humanas, principalmente, da competência medianímica do grupo de suporte ao médium físico, aquele que é o principal emissor do ectoplasma.
 
Notas :
 
1 - GELEY, Gustave. L’Ectoplasmie et la clairvoyance, observations et expériences personnelles (A ectoplasmia e a clarividência). S/ed. Paris: F. Alcan, 1924. p. 190.
 
2 - ANDRADE, Hernani Guimarães. A teoria corpuscular do espírito: uma extensão dos conceitos quânticos e atômicos à Ideia do espírito. São Paulo: edição do próprio autor, 1958, p. 207.

quinta-feira, 16 de junho de 2016

DOUTRINAÇÃO

O trabalho de doutrinação na Casa Espírita não está só na prática mediúnica. Este trabalho se realiza nas palestras públicas, na Evangelização Infantil e da Juventude e na assistência aos carentes.
Para um trabalho de doutrinação eficiente, precisa o doutrinador compreender que o desencarnado é um homem ou uma mulher que apenas deixou o corpo físico, mas que continua sentindo da mesma forma como o sentia quando encarnado.

 
Muitos creem que um diálogo de, no máximo dez minutos, pode fazer com que os Espíritos modifiquem suas ideias e opiniões. Ora, isto não é um contra-senso? quem em vida já convenceu em tão curto espaço de tempo?

Muitos doutrinadores se atem a conversar com os Espíritos num tom de conversão à Doutrina e se esquecem do principal: o consolo aos enfermos.

Imaginemos um hospital. Lá estão os enfermos acamados, uns calmos, outros irrequietos e revoltados. Ao visitar a estes, muitas vezes só teremos a caridade de uma prece. Porém, não se quer dizer que uma palavra confortadora também não possa ser dada.

A questão é delicada e complexa e, segundo nos ensinam as obras de André Luiz, o trabalho mesmo de doutrinação é feito no Além, sendo o momento mediúnico apenas o pronto-socorro para que o doente em aflição possa ser melhor atendido, já que estará em condições favoráveis após o contato com o corpo físico do médium.
Doutrinação, em verdade, é realizada pelos Espíritos Superiores, os instrumentos terrenos são apenas seus auxiliares, que devem desempenhar o seu papel com responsabilidade e confiança.

Spartaco Ghilardi
(Página recebida em reunião íntima do Grupo Espírita Severino Rosa, Campos, RJ, no ano 2011 pelo médium Leonardo Paixão)


Aqui nossa conversa (autorizada pelo Sérgio Rodrigues) via facebook com o irmão Sérgio Rodrigues que conviveu com o sr. Spartaco Ghilardi:

Sérgio Rodrigues:Essa mensagem veio por seu intermédio?

Leonardo Paixão: Sim.
Está entre parêntesis meu
nome ao fim dela

Sérgio: Pois saiba que essas palavras refletem exatamente o que ele sempre nos dizia. É impressionante!

Leonardo: Recebi-a no ano 2011, depois não mais me veio nada dele. Espero poder ser intermediário dele outras vezes.

Leonardo: Fico feliz por ter sido intérprete fiel!
 
Sérgio: Você nem sabe o quanto o foi!
 
 

quinta-feira, 9 de junho de 2016

PERISPÍRITO - ADOECE, ENVELHECE, MORRE E... RENASCE?

 
Um amigo, J. F.,  propôs a seguinte questão para estudo:
Uma questão para estudo.
O Corpo espiritual, também chamado perispírito semelhante ao corpo carnal, adoece envelhece e ... morre!

Quem confirma ?
Quem discorda?
 
Respondemos-lhe:
 
Caro irmão em Cristo, em meus estudos das obras do Espírito André Luiz, encontrei estas referências sobre o assunto proposto:


Ca. IV do livro 'No Mundo Maior", 21ª edição, FEB, pp. 59 e 61 - "(...) Nos dois lados da existência, em que  nos movimentamos e dentro dos quais se encontram o nascimento e a morte do corpo denso, como portas de comunicação, o trabalho construtivo é nossa bênção, aparelhando-nos para o futuro divino" (p. 59).


"(...) Importa reconhecer, porém, que a nossa mente aqui age no organismo perispirítico, com poderes muito mais extensos, mercê da singular natureza e elasticidade da matéria que presentemente nos define a forma. Isto, contudo, em  nossos círculos de ação, não nos evita as manifestações grosseiras, as quedas lastimáveis, as doenças complexas, porque a mente, o senhor do corpo, mesmo aqui, é acessível ao vício, ao relaxamento e às paixões arruinantes" (61).


Livro "Libertação", cap. VI, Observações e Novidades, 18 edição, pp. 85/86 - "(...) - André - respondeu ele, circunspecto, evidenciando a gravidade do assunto -, compreendendo-te o espanto. Vê-se, de pronto, que és novo em serviços de auxílio. Já ouvistes falar, de certo, numa "segunda morte"...
- Sim - acentuei -, tenho acompanhado amigos à tarefa reencarnacionista, quando, atraídos por imperativos de evolução e redenção, tornam ao corpo de carne. de outras vezes, raras, aliás, tive notícias de amigos que perderam o veículo perispiritual, conquistando planos mais altos. A esses missionários, distinguidos por elevados títulos na vida superior, não me foi possível seguir de perto.
Gúbio sorriu e considerou:
- Sabes, assim, que o vaso perispirítico é também transformável e perecível, embora estruturado em tipo de matéria mais rarefeita.
- Sim... - acrescentei, reticencioso, em minha sede de saber.
- Vistes companheiros - prosseguiu o orientador -, que se desfizeram dele rumo a esferas sublimes, cuja grandeza por enquanto não nos é dado sondar, e observaste irmãos que se submeteram a operações redutivas e desintegradoras dos elementos perispiríticos para renascerem na carne terrestre".


Livro "Evolução em Dois Mundos", 7ª edição, cap. II, item Corpo Espiritual depois da Morte, FEB, p. 31 - "Esse corpo que evolve e se aprimora nas experiências de ação e reação, no plano terrestre e nas regiões espirituais que lhe são  fronteiriças, é suscetível de sofrer alterações múltiplas, com alicerces na adinamia proveniente da nossa queda mental no remorso, ou na hiperdinamia imposta pelos delírios da imaginação, a se responsabilizarem por disfunções inúmeras da alma, nascidas do estado de hipo e hipertensão no movimento circulatório das forças que lhe mantém o organismo sutil, e pode também desgastar-se, na esfera imediata à esfera física, para nela se refazer, através do renascimento, segundo o molde mental preexistente (grifo nosso), ou ainda restringir-se a fim de se reconstituir de novo, no vaso uterino, para a recapitulação dos ensinamentos e experiências de que se mostre necessitado de acordo com as falhas da consciência perante a Lei".


Por estas informaçãos vemos que o corpo espiritual ou períspirito sim, adoece, envelhece e...morre, como também renasce, basta ler com atenção o que se fala no excerto de "Evolução em Dois Mundos" aqui transcrito.
 
Complementando aqui a resposta ao caro amigo J. F., vejamos o que consta no livro "Quem São", psicografia de Chico Xavier, Espíritos Diversos, organização do Dr. Elias Barbosa, 1982, no capítulo Manancial de Consolo e Paz, uma mensagem assinada por Maria das Graças Gregh que nos dará ideia de renascimento no Mundo Espiritual
 
"(...) Foi um sono indescritível, porque me vi, como num pesadelo, arrastada para fora do turbilhão de destroços e acomodada em grande maca, na ideia de que continuava em meu corpo físico, a caminho de um hospital.
Por mais estranho que possa parecer, o meu pesadelo-realidade era feito de impressões e dores condicionadas de um parto prematuro.
Achava-me dopada por medicamentos ou forças que até hoje não sei explicar e senti perfeitamente que uma cesariana se processava.
Sentia-me fora do desastre, entre o reconforto de ser mãe novamente e a dor da dúvida sobre o Waldir e sobre as crianças, que ficavam na retaguarda.
Depois disso, veio o sono de verdade, do qual acordei perplexa, perguntando pelos meus pais.
A criança repousava junto a mim.
Chamo Júnior o caçula que se me desgarrou do seio aqui, na Vida Espiritual".
 
No livro "Painés da Obsessão", cap. 16,  do Espírito Manoel Philomeno de Miranda, psicografia de Divaldo Pereira Franco há narrativa de caso semelhante.
 
No capítulo XIII, da Primeira Parte do livro "Evolução em Dois Mundos", no item Vida na Espiritualidade, temos esta revelação do Espírito André Luiz:
 
"As plantas, pela configuração celular mais simples, atendem, no plano extrafísico, à reprodução limitada, aí deixando descendentes que, mais tarde, volvem também à leira do homem comum, favorecendo, porém, de maneira espontânea, a solução de diferentes problemas que lhes dizem respeito, sem exigir maior sacrifício dos habitantes em sua conservação".
 
Temos nestes livros aqui citados, farto material de estudo e reflexão a respeito das propriedades do períspirito.
 
Não foi à toa que André Luiz colocou uma nota no livro "Libertação", cap. VI, Observações e Novidades: "O períspirito, mais tarde, será objeto de mais amplos estudos das escolas espiritistas cristãs".
 
(*) Leonardo Paixão é trabalhador espírita em Campos dos Goytacazes, RJ, colaborando com um grupo de amigos de ideal no Grupo Espírita Semeadores da Paz.