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terça-feira, 19 de março de 2013


ESPIRITISMO: CAUSA DO ESPÍRITO
Por Leonardo Paixão
(artigo escrito em 03/05/2010)

        O Espiritismo, surgido em meados do século XIX, começou com manifestações ruidosas: pancadas e barulhos que assombravam as casas, a mais famosa destas foi a das irmãs Fox em Hydesville, E.U.A, mas tal fenômeno ocorrido em todas as partes do mundo, chamou a atenção de homens de ciência que decidiram por os pesquisar afim de encontrarem a explicação científica para o fato de os “raps” demonstrarem inteligência ao responderem às perguntas feitas sobre diversos assuntos, desde os mais simples às altas questões científicas e filosóficas, descobriu-se que o fenômeno era obtido com o auxílio de médiuns que doavam inconsciente ou conscientemente os fluidos necessários às Entidades comunicantes para a produção dos fenômenos.

        Para que o Espiritismo viesse a se afirmar como Ciência várias pesquisas foram realizadas por homens como William Crookes, membro da Sociedade Real de Londres, Prof. Cesare Lombroso, criador da Antropologia Criminal, Ernesto Bozzano, cientista e médico, Prof. Charles Richet, Nobel de Fisiologia, entre muitos outros que confirmaram a sobrevivência do Ser após a morte do corpo. Infelizmente a ciência não admite a existência do Espírito, apesar dos esforços realizados pelos nomes supracitados e continua a acusar os que se convenceram de ingenuidade e, tal como os cientistas que menosprezaram os dois colegas de renome do Stanford Research Institute, da Califórnia, que aceitaram os fenômenos obtidos pelo médium israelense Uri Geller (o "poder" de Geller aqui referido não tem nada a ver com entortamento de colheres, sendo na verdade visualização através de "clarividência" de desenhos feitos por outras pessoas isoladas dele), dizem: Populus vult decipi, ergo decipiatur (O povo quer ser enganado, portanto que se engane). Diante disto como se pode entender que o Espiritismo é ciência, já que a ciência em si mesma não considera a realidade do Espírito? É preciso convir que para os fenômenos espíritas ocorrerem são necessárias certas condições que determinados cientistas declaram como propícias à ação fraudulenta como, por exemplo, a obscuridade em que são realizadas as sessões de materialização, no entanto, muitas pesquisas foram realizadas por anos a fio por homens de ciência altamente capacitados como Sir William Crookes e que eram extremamente desconfiados e prevenidos na realização das experiências. Sobre as prevenções de William Crookes relata o notável pesquisador Carlos Bernardo Loureiro:

 

“William Crookes era extremamente cuidadoso na realização das experiências. Para prevenir a fraude ele chegou a utilizar o teste elétrico aconselhado por Cromwell Varley. Consistia em colocar a médium em um círculo elétrico conectado com uma bobina de resistência um galvanômetro. Os movimentos do galvanômetro eram mostrados em outro recinto para as irmãs de Florence Cook. Se a médium fizesse qualquer movimento, o mais leve que fosse, o galvanômetro apresentaria violentas oscilações.

         Entretanto, nada ocorreu de suspeito, embora o Espírito de Katie King, durante a materialização balançasse seus braços, sacudisse as mãos dos presentes e escrevesse uma mensagem. O galvanômetro permaneceu completamente imóvel, nenhuma deflexão foi notada. Como medida extrema, William Crookes solicitou ao Espírito Katie King que colocasse as mãos numa solução química, pois, no caso de Katie ser Florence, teria os fios molhados e a solução química teria, infalivelmente, modificado a corrente do aparelho. E nada disto ocorreu”(LOUREIRO, Carlos Bernardo. As Mulheres Médiuns. Rio de Janeiro: FEB, 1996. p. 416-417).

 

        Outros muitos fatos poderíamos citar, basta porém consultarmos a extensa bibliografia sobre o assunto que encontraremos diversos relatos sobre as prevenções tomadas nas pesquisas, mas os cientistas, com raras e honrosas excessões, continuam a agir como os que acusaram os eminentes físicos Sir William F. Barret e Sir Oliver Lodge. Eis trecho do artigo da revista trimestral Bedrock a respeito do trabalho sobre telepatia realizado por estes dois físicos:

Não é necessário nem encarar o fenômeno da chamada telepatia como inexplicável nem considerar a condição mental de Sir W. F. Barret e Sir Oliver Lodge como indistinguível da idiotice. Há uma terceira possibilidade. A vontade de acreditar os levou a aceitar rapidamente indícios obtidos sob condições que eles teriam reconhecido como sem solidez se tivessem uma formação em psicologia experimental (APUD: KAKU, Michio. IN: Hiperespaço: uma odisséia científica através de universos paralelos, empenamentos do tempo e a décima dimensão. Rio de Janeiro: Rocco, 2000).

        Apesar da crítica ferrenha aos dois eminentes físicos, no século XX o prof. Joseph Banks Rhine pesquisou entre outros o fenômeno da telepatia e declarou:

“Na situação atual só se podem explicar as provas a favor da telepatia com uma espécie geral de troca extra-sensorial de pessoa para pessoa. O conceito de Espírito não se desvanece. Esta mesma dificuldade com relação ao Espírito contribui para manter a importância do problema da telepatia” (APUD: LOUREIRO, Carlos Bernardo. IN: Op. Cit., p. 378).

        Diante disto torna-se vital para o desenvolvimento da Ciência, a pesquisa séria dos fenômenos extra-sensoriais para “o engrandecimento e consolidação da causa do Espírito, Senhor do Tempo e dos Elos Perdidos...”(Carlos Bernardo Loureiro).

 

sábado, 2 de março de 2013


EVIDÊNCIAS DA INDIVIDUALIDADE E INDEPENDÊNCIA DA ALMA APÓS A MORTE
 
Por Leonardo Paixão

        Que prova podemos ter da individualidade da alma após a morte?

            - Não tendes esta prova pelas comunicações que obtendes? Se não estiverdes cegos, vereis; e se não estiverdes surdos, ouvireis; pois frequentemente uma voz vos fala e vos revela a existência de um ser que está ao vosso redor.

(O Livro dos Espíritos, questão 152)

        Após a conclusão da grandiosa obra da Codificação Kardequiana uma nova ordem de fenômenos espíritas atraiu a atenção dos sábios: as materializações de Espíritos. As pesquisas realizadas no final do século XIX e início do século XX por notáveis cientistas como Sir William Crookes, Sir William F. Barret, Sir Oliver Lodge, Cromwell Varley, Paul Gibier, Ernesto Bozzano, Charles Richet e César Lombroso, para só citar alguns, evidenciaram a realidade da vida após a morte. As pesquisas modernas sobre Experiência de Quase Morte (EQM) evidenciam também a persistência do Ser, notadamente quando ocorre durante esta, a comunicação do enfermo com um seu parente já morto e este lhe revela fatos ocorridos em sua vida desconhecidos do paciente e comprovados depois, provando-lhe assim a sua identidade e independência. Para maiores detalhes sobre as EQM’s indicamos ao leitor as obras Vida Depois da Vida, do Dr. Raymond Moody Jr. e Morte, Estágio Final da Evolução, da Dra. Elizabeth Kübler-Ross.

        A Sociedade para Pesquisas Psíquicas, de Londres, instituição centenária que contou em seu início com a participação de sábios como Frederic Myers, Edmund Gurney e Frank Podmore, têm um estudo recente (ano de 2009 – acessível no site da Instituição, em inglês) sobre os fenômenos de Poltergeist, onde se afirma a influência de mentes humanas extra-físicas agindo no meio físico. Entretanto, apesar das conclusões a que chegaram diversos cientistas, os incrédulos de plantão vieram à tona com as suas teorias que buscavam derrubar o edifício da Eternidade. O psicólogo William James falou sobre a existência de um “reservatório cósmico das memórias individuais”, ao qual os médiuns teriam livre acesso, extraindo dele tudo o de que necessitam, mistificando os míseros mortais. Hipótese milagrosa demais, pois faz da mente do médium um repositório da Sabedoria Universal. Mais tarde, estudando atentamente os fenômenos, notadamente com a médium Leonore Piper, e também os fenômenos religiosos, James considerou “que a telepatia e a real comunicação de um espírito poderiam explicar (...) experiências religiosas”. Outra hipótese, aventada pelo alemão Von Hartmann, é a de que os médiuns se poriam em relação direta com Deus, o Absoluto. O filósofo e professor alemão Friedrich Von Schiller argumentou decisivamente em relação a estas hipóteses ao falar do caso Patience Worth*:

      “(...) Se me ponderarem que uma personalidade finita não pode deixar de ser uma “seleção” do Absoluto, responderei que semelhante explicação explica demais, visto que se, nesse sentido, Patience Worth não passa de uma “seleção do Absoluto”, todos nós, então, somos, do mesmo modo, “seleções do Absoluto”, o que equivale a dizer que, nos limites da argumentação exposta, Patience Worth seria um “espírito” como todos os outros” (In: BOZZANO, Ernesto. Xenoglossia. 4. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1998)

        Para concluir não poderíamos deixar de citar a resposta do Mestre de Lyon no comentário que fez à questão 152 de O Livro dos Espíritos, numa notável antecipação:

      “(...) Se não houvesse, após a morte, senão o que se chama o Grande Todo, absorvendo todas as individualidades, esse todo seria homogêneo e então as comunicações recebidas do mundo invisível seriam todas idênticas. Desde que encontramos seres bons e maus, sábios e ignorantes, felizes e desgraçados, desde que há de todos os caracteres: alegres e tristes, levianos e sérios, etc, é evidente que se trata de seres distintos.

         A individualização ainda se evidencia quando esses seres provam a sua identidade através de sinais incontestáveis. De detalhes pessoais relativos à vida terrena, e que podem ser constatados; ela não pode ser posta em dúvida quando eles se manifestam por meio das aparições. A individualidade da alma foi teoricamente ensinada como artigo de fé, mas o Espiritismo o torna patente e de certa maneira material”.

 

*Patience Worth é o nome do Espírito que se comunicava com a sra. John H. Curran e ditou uma série de romances e poesias. O poema que mais causou sensação foi o de título TELKA, escrito em língua anglo-saxônica do século XVII e combinado com expressões dialetais da época. Suas primeiras obras foram ditadas em inglês moderno, entretanto, ela decidiu a ditar algumas em língua inglesa e nos dialetos do século XVII, afim de provar a sua independência espiritual em relação à médium.

“Pelo que toca ao poema TELKA – esclarece o Prof. Bozzano – adiantarei que, na época em que foi transmitido, Patience Worth deixara de empregar o instrumento mediúnico denominado OUIJA e ditava romances e poesias pela boca da médium, o que significa que esta última, conquanto conservasse plena consciência de si mesma, percebia uma voz subjetiva que lhe ia ditando palavra por palavra, de modo que ela não fazia mais do que repetir, em voz alta, as que ouvia e que um secretário ia escrevendo” (APUD: LOUREIRO, Carlos Bernardo. IN: As Mulheres Médiuns. Rio de Janeiro: FEB, 1996. p. 67).