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quinta-feira, 24 de abril de 2014

ESPIRITISMO E ECUMENISMO
Por Leonardo Paixão
 
Por que escrever sobre o tema do ecumenismo em relação ao Espiritismo? Justifica-se tal fato devido à ignorância de muitos sobre o tema. Ao falarmos de ecumenismo e Espiritismo, temos de saber primeiramente o que este tem a ver com aquele. Em primeiro lugar e para espanto de muitos adeptos apressados, o Ecumenismo não tem nada a ver com o Espiritismo nem este com aquele.
 
O Ecumenismo proposto pela Igreja Católica Apostólica Romana tem por objetivo unir os chamados por ela de "irmãos separados" como os Luteranos, Calvinistas, Anglicanos e os Ortodoxos russos e gregos. Para que se dê esta união (teologicamente se chama "uniata"), é preciso que estes "irmãos separados" aceitem certos dogmas de fé, como o da infalibilidade papal, o que deixa claro a intenção da Igreja em restaurar o poder perdido sobre os diversos grupos da cristandade. Quanto às demais religiões como o Judaísmo, o Islamismo, o Budismo, o Hinduísmo e o aspecto religioso do Espiritismo o que há não é ecumenismo e sim diálogo inter-religioso, e a bem da verdade, em se falando de Espiritismo não há nada, nem ecumenismo nem diálogo inter-religioso, pois não considerando o Espiritismo uma religião cristã o ecumenismo não é para ele, em relação ao diálogo inter-religioso, segundo os parágrafos 2116 e 2117 do Catecismo da Igreja Católica (1), há a condenação explícita do Espiritismo e com um desconhecimento (será proposital?) profundo deste ao ombreá-lo com as diversas correntes da "New Age" que vem enriquecendo muitos espertalhões tanto quanto com práticas de magia ou feitiçaria que nada tem a ver com a Filosofia Espírita.
 
Não nos iludamos, o Espiritismo é ainda na visão tacanha dos líderes religiosos, especialmente dos líderes cristãos (ao menos se dizem), visto como obra demoníaca e ficam a citar textos da Bíblia isolados de seus contextos, quando a Bíblia é uma reunião de livros repletos de fatos mediúnicos desde a manifestação de Iavé no Sinai à materialização de Elias e Moisés no Monte Tabor (cf. Êxodo 19,20:19; Números 11, 29; Mateus 17, 1-9; Lucas 9, 28-36; Atos 2, 1-6; I Coríntios 12 - onde Paulo fala sobre os dons (vários tipos de mediunidade) à Igreja de Corinto).
 
O Espiritismo, disse Léon Denis na Introdução de "No Invisível", "é o futuro das religiões e não a religião do futuro", porém, para aí chegar há uma estrada longa a percorrer, pois a ignorância do que é o Espiritismo pelas religiões e até por adeptos mesmo da Doutrina Espírita atrasa a sua marcha, aqui repetimos Léon Denis (obra citada): "O Espiritismo será o que o fizerem os homens". E os homens e mulheres que estamos nos Centros Espíritas necessitamos de estudar o Espiritismo em suas bases: a Codificação e a Revista Espírita, bem como as obras subsidiárias de Léon Denis, Gabriel Delanne, Ernesto Bozzano, Alexander Aksakof, Paul Gibier, Alfred Erny, Gustave Geley, Friedrich Zöllner, William Crookes, Adolfo Bezerra de Menezes, Carlos Imbasshay, Deaolindo Amorim, Hermínio Miranda, José Herculano Pires, etc, e obras mediúnicas de Zilda Gama, Chico Xavier e Yvonne Pereira. O estudo destas obras nos faz conhecer o que é o Espiritismo, que permanece sendo o grande desconhecido, mas em sua marcha progressiva ele há de se fazer a Luz da Humanidade.
 
24/04/2014 - Campos dos Goytacazes, RJ.
 
Nota: (1) - Do Catecismo da Igreja Católica:
2116. Todas as formas de adivinhação devem ser rejeitadas: recurso a Satanás ou aos demónios, evocação dos mortos ou outras práticas supostamente «reveladoras» do futuro (45). A consulta dos horóscopos, a astrologia, a quiromancia, a interpretação de presságios e de sortes, os fenómenos de vidência, o recurso aos "médiuns", tudo isso encerra uma vontade de dominar o tempo, a história e, finalmente, os homens, ao mesmo tempo que é um desejo de conluio com os poderes ocultos. Todas essas práticas estão em contradição com a honra e o respeito, penetrados de temor amoroso, que devemos a Deus e só a Ele.
 
2117. Todas as práticas de magia ou de feitiçaria, pelas quais se pretende domesticar os poderes ocultos para os pôr ao seu serviço e obter um poder sobrenatural sobre o próximo – ainda que seja para lhe obter a saúde – são gravemente contrárias à virtude de religião. Tais práticas são ainda mais condenáveis quando acompanhadas da intenção de fazer mal a outrem ou quando recorrem à intervenção dos demónios. O uso de amuletos também é repreensível. O espiritismo implica muitas vezes práticas divinatórias ou mágicas; por isso, a Igreja adverte os fiéis para que se acautelem dele. O recurso às medicinas ditas tradicionais não legitima nem a invocação dos poderes malignos, nem a exploração da credulidade alheia.
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