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quinta-feira, 26 de junho de 2014


CRÍTICA LITERÁRIA

 



 

Autor: Humberto Vasconcelos

Editora: Casa Editora “O Nazareno” Ltda.

Número de Páginas: 363

Lançamento: 3. ed. revista e atualizada em 2011.

Leonardo Paixão (*).


            O livro é uma compilação de fatos da vida do médium de efeitos físicos Francisco Peixoto Lins. O Autor na “Apresentação à Terceira Edição” diz que o livro “propiciará aos leitores de todo o país a oportunidade de conhecer e estudar as experiências de efeitos físicos produzidas a partir da mediunidade de Francisco Peixoto Lins – Peixotinho, bem como aspectos da vida do grande trabalhador cristão, importantes até como exemplo a ser seguido pelas novas gerações de estudiosos da Doutrina Espírita” (p. 5).

            Continuando a falar acrescenta que a obra “Atende a uma demanda que se intensificou com o esgotamento da segunda edição, ante o surgimento de novos grupos de estudos científicos do Espiritismo que requisitam estes escritos, notadamente entre médicos, biólogos, físicos e centenas de trabalhadores que integram centros e instituições espíritas no Brasil e no exterior” (p.5).

            “Espiritismo é filosofia, religião e também ciência, e ciência se constrói com registros e correta divulgação” (p.6)

            Este é um alerta importante e o autor afirma no trecho acima citado que os novos grupos de estudiosos e trabalhadores da Doutrina devem ser “mais cuidadosos em relação ao registro de seus estudos e experiências” (p.6).

            Na “Apresentação à Segunda Edição” colhemos a seguinte advertência: “Peixotinho sempre procurou fugir das armadilhas do elogio fácil e até mesmo do endeusamento, perigos que rondam os trabalhadores da mediunidade e que têm sido responsáveis por inúmeras falências” (p. 13).

            É uma advertência esta para aqueles que não trilham pela vigilância, se preocupando com o seu nome e não com a obra do Cristo, esquecendo-se das palavras de João Batista, anotadas por João Evangelista no capítulo 3, versículo 30 de seu Evangelho: “É necessário que Ele cresça e que eu diminua”.


            Uma significativa lição de Peixotinho é a seguinte frase: “O fenômeno convence, mas não edifica. Muito menos converte”. Acrescenta o Professor Humberto que “Esta frase era constantemente repetida por Peixotinho. Conversão e aquisição de consciência, mergulho definitivo no poço profundo do próprio Eu. Esta, a maior experiência humana, encontro do homem com ele mesmo e com o Pai, sonho do filósofo ainda não concretizado” (p.31).

            De nada adianta querer demonstrar a Imortalidade da Alma para quem não deseja. Na “Mensagem de André Luiz” no livro “Nosso Lar”, aconselha o nobre Espírito: “A existência humana apresenta grande maioria de vasos frágeis, que não podem conter ainda toda a verdade. Aliás, não nos interessaria, agora, senão a experiência profunda, com os seus valores coletivos. Não atormentaremos alguém com a ideia da eternidade. Que os vasos se fortaleçam em primeiro lugar”.


            “Os médiuns são pessoas especiais. Dotadas de grande sensibilidade, frequentam sempre uma perigosa zona de fronteira, entre o êxito e a queda. Firmam-se definitivamente como médiuns, ao lado de seus orientadores, ou se perdem nos labirintos da vaidade, motivo mais constante das falências. Assim tem sido” (p. 35, capítulo Caminho de Damasco).

            Aqui novamente o alerta para a vigilância que os médiuns devem ter constantemente, relembrando o que está escrito em “O Livro dos Médiuns”, de Allan Kardec, no item 197, onde estão relacionadas as características dos bons médiuns.

            O autor relata a experiência mediúnica de Peixotinho com a sua filha desencarnada por volta de seus dois anos de idade: “A qualquer gesto seu, que contrariasse os compromissos superiores assumidos, Aracy, em espírito, acendia como luz diante de sua vista mediúnica. Graciosamente meneava a cabeça, em gesto negativo: - Não, papai. Não ao cigarro. Não à cervejinha aparentemente inofensiva. Não às fraquezas do espírito, em geral, bravatas da imaturidade dos homens.” (p. 35-36).

            Peixotinho haveria de confessar: “Minha Damasco”.  “E o novo servo de Deus aceitou a superior vontade”.

            O trabalhador espírita responsável não se deixará envolver nestes processos viciosos do mundo, temos aqui o exemplo de Peixotinho que se imbuiu da responsabilidade do serviço, fazendo lembrar a advertência de D. Yvonne Pereira aos médiuns, de que o serviço mediúnico exige renúncias para se fazer satisfatório e verdadeiramente amparado pelo Alto (Conforme À Luz do Consolador, p. 65-67, 2. ed. FEB, cap. O Grande Compromisso).

            Sobre o homem Peixotinho falará o Autor: “sua casa era refúgio de quantos se encontrassem sobrecarregados, lugar para conversas e confissões, onde os amigos procuravam espairecer nos momentos de dificuldades. (...) os aflitos encontravam sempre ouvidos atentos e solícitos, mãos que ajudavam, palavras de consolação e otimismo. Não se diziam cansados de servir” [ Peixotinho e sua esposa Benedita Muniz Vieira – D. Baby] (p. 53).

            Na página 54 deparamos com este salutar conselho sobre reuniões mediúnicas:

            “As reuniões no ambiente doméstico, recursos desaconselháveis para qualquer tipo de reunião mediúnica”.

            Hoje com a facilidade que temos para frequentar as Casas Espíritas e com o estudo que nos dá o discernimento para percebermos se a Casa está bem orientada ou não, dispondo-nos então ao trabalho do auxílio quando assim for necessário e assim formos chamados, já não cabe realmente nenhuma proposta de trabalhos de tal natureza no lar, onde não se terá o ambiente propício para tal, que os trabalhadores da Causa estejam atentos a isto.

            A partir da página 131 nós temos Depoimentos diversos de pessoas que participaram das reuniões com o médium Peixotinho, onde muito poderemos aprender sobre os fenômenos ocorridos através do médium como cirurgias, retratos de Espíritos, Psicografia, Psicopacitografia, etc...

            Nas páginas 163-165 há uma carta de Chico Xavier ao médium onde este o chama de “Amado Filhinho” e uma carta de próprio punho da médium Yvonne do Amaral Pereira enviando solidariedade à família pela partida do devotado trabalhador.

            A partir da página 268 o livro traz algumas Atas das Reuniões realizadas com o médium no GE André Luiz, no RJ.

            Por estes preciosos ensinamentos e pelo resgate histórico da vida e da obra de Francisco Peixoto Lins recomendamos a sua leitura.

(*) -  Leonardo Paixão é Orador espírita (que tem viajado por alguns Estados brasileiros, quando possível, na divulgação da Doutrina Espírita), articulista, poeta, tem críticas literárias publicadas no site orientacaoespirita.org e um artigo publicado em Reformador em Agosto de 2010, A Revelação - uma perspectiva histórica e tem escrito alguns artigos no jornal eletrônico O Rebate. Participa com um grupo de amigos de ideal do GE Semeadores da Paz em Campos dos Goytacazes, RJ, onde exerce direção de estudos e trabalhos na área mediúnica, atuando como médium psicofônico na desobsessão e como psicógrafo de mensagens esclarecedoras, poesias e cartas consoladoras.

           

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