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terça-feira, 24 de novembro de 2015

PAUTA DA VIDA


Estagiamos na atual experiência reencarnatória para o aferimento de valores que venham a nos modificar íntimas estruturas.

Temos à nossa volta os desafios comuns à vida na carne.

Nunca será demais relembrar do amparo do Senhor a todos nós.

Ninguém há que esteja às mãos do desamparo na experiência do viver!

Assim como o reino animal é protegido dentro da dimensão que lhe é própria, as mãos divinas do Criador não nos deixam à deriva no barco da Vida.

O barco chamado Terra, balança, em meio à tempestade atual, refletindo a mudança que se fará dentro em breve.

Oremos para que o choque não se faça maior e exemplifiquemos moralidade e cristandade interior, pois sem isto, o nosso barco particular soçobrará.

Missionários no campo da Transição Planetária atuam sob as diretrizes do Cristo de Deus na gerência dos processos terrestres, especialmente nos gabinetes dos chefes das nações.

E no Plano Físico, contam eles com todos vós que ainda estais encarcerados no corpo carnal.

Vigilância e Oração nunca foram palavras tão apregoadas e tão necessárias nestes momentos de densas nuvens no Orbe.

Cultivemos o Evangelho por dentro de nós, eis o essencial.

ANDRÉ LUIZ
(Mensagem psicografada em reunião pública do Grupo Espírita Semeadores da Paz, Campos, RJ, no dia 07/11/2015 pelo médium Leonardo Paixão).

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

OBSESSÃO NOS GRUPOS ESPÍRITAS


Publicado em:




     Por Leonardo Paixão (*)

A obsessão é um tema sempre colocado em nossos agrupamentos espíritas, no entanto, vê-se ainda, infelizmente, um desconhecimento da parte dos próprios adeptos sobre esta questão. O capítulo 23 da segunda Parte de O Livro dos Médiuns e o capítulo XIV de A Gênese, a partir do item 45, nos trazem estudos que nos dão o conceito do que é obsessão, obsidiado e o reconhecimento de seus processos de instalação e o como agir para erradicá-lo. Além destes livros citados há outros, claro, de Allan Kardec e obras complementares como a coleção André Luiz e Manoel Philomeno de Miranda e obras de dona Yvonne Pereira, devotada médium que muito se dedicou aos obsessores e obsidiados, entre estas obras indicamos: Dramas da Obsessão, do espírito Bezerra de Menezes; Devassando o Invisível, inspirada por Charles, Bezerra de Menezes, Léon Denis, Inácio Bittencourt e Leão Tolstoi; recordações da Mediunidade, orientada por Bezerra de Menezes; a trilogia Nas Voragens do Pecado, O Cavaleiro de Numiers e O Drama da Bretanha, do Espírito Charles; Amor e Ódio, do Espírito Charles; Sublimação, dos espíritos Charles e Leão Tolstoi e várias obras que contém artigos de refinado valor doutrinário.

Adeptos há que se chocam ante posturas de outros adeptos que são incoerentes para com o Evangelho e a Doutrina Espírita e que se dão nos Grupos os mais diversos espalhados por nosso Brasil, esquecendo-se desta advertência de Allan Kardec em O Evangelho segundo o Espiritismo: “(...) Tampouco garantia alguma suficiente haverá na conformidade que apresente o que se possa obter por diversos médiuns, num mesmo centro, porque podem todos estar sob a mesma influência” (Introdução, item II). Todo um Grupo Espírita pode estar sob o império de uma obsessão e, para os que se dedicam aos estudos e atuam com coerência doutrinária, não é difícil perceber tal fato.

Os Espíritos têm alertado muito em suas obras sobre este processo, vejamos o que nos diz o espírito Manoel Philomeno de Miranda na obra Transição Planetária:

“... E os discípulos do Consolador, como se vêm comportando? Não existem já as diferenças gritantes em separatismos lamentáveis, através de correntes que se fazem adeptas de X, Y ou Z, em detrimento da Codificação Kardequiana na qual todos haurimos o conhecimento libertador?! Não surgem, diariamente, médiuns equivocados, agressivos, presunçosos, vingativos, perseguidores, insensatos, pretendendo a supremacia, em total olvido das lições do excelente Médium de Deus?!
Por outro lado, surgem tentativas extravagantes para atualizar o pensamento espírita com a balbúrdia em lugar da alegria, com os espetáculos ridículos das condutas sociais reprocháveis, com falsos holismos em que se misturam diferentes conceitos, a fim de agradar às diversas denominações religiosas, com a introdução de festas e atividades lucrativas, nas quais não faltam as bebidas alcoólicas, como os bailes estimulantes à sensualidade, com os festejos carnavalescos, a fim de atraírem-se mais adeptos e especialmente jovens, em vez de os educar e orientar, aceitando-lhes as imposições da transitória mocidade. Denominam-se os devotados trabalhadores fieis à Codificação, em tons chistosos e de ridículo, como os ortodoxos, e, dizem-se modernistas, como se os Espíritos igualmente se dividissem em severos e gozadores, austeros e brincalhões na utilização da mensagem libertadora do Evangelho de Jesus à luz da revelação espírita...” (capítulo 17 – Ampliando o Campo de Trabalho).

No capítulo 19 – Preparação para o Armagedom Espiritual, da mesma obra citada, diz Manoel Philomeno de Miranda:

“Com certeza, embora as armadilhas perversas e as perseguições inclementes, ninguém, que se encontre desamparado, a mercê do mal, exceto quando se permite espontaneamente a vinculação com essas forças ignóbeis...
Deter-nos-emos especialmente na área do movimento espírita comprometido com Jesus e sua doutrina, alvo primordial de determinados grupos da grei autodenominada como o Mal.
Acercando-se dos médiuns invigilantes, vêm inspirando-os a comportamentos incompatíveis com as recomendações do Mestre Jesus e dos Espíritos Superiores através da Codificação Kardequiana, estimulando-os a espetáculos em que a mediunidade fica ridicularizada, como se fosse um adorno para exaltar seu possuidor. Concomitantemente, fomentando paixões servis nos trabalhadores afeiçoados ao socorro espiritual nas reuniões mediúnicas, fazendo-os crer que estão reencontrando seres queridos de outras existências, que agora lhes perturbam os lares e facilitam convivências adulterinas em flagrante desrespeito aos códigos morais e aos do dever da família... Fascinação, subjugação que se iniciam discretamente e roubam o discernimento de muitos, constituem o jogo das Entidades insanas, aproveitando-se das debilidades ainda persistentes em a natureza humana...
Além dessas ações nefastas, trabalham pela desunião de companheiros de lide espiritual, pela maledicência e calúnias bem divulgadas, como se estivessem trabalhando para senhores diferentes e não para Aquele que deu a vida em demonstração insuperável de amor e de compaixão por todos nós.
Em determinadas situações, desencadeiam enfermidades de diagnose difícil, ocultando a sua interferência nos organismos debilitados e carentes de energias, levando ao fosso do desânimo pessoas afeiçoadas ao dever e comprometidas com a fraternidade legítima.
Na área da caridade, movimentam os discutidores que perdem o tempo entre os conceitos de paternalismo e de promoção social, olvidados do socorro que normalmente chega tarde, quando se aplicam as horas em ociosidade mental e divagação intelectual”.

Não é de agora, porém, a investida das Trevas no Movimento Consolador, eis o que já nos colocava Yvonne Pereira:

 “A obsessão merece dos verdadeiros espíritas as mais acuradas atenções. Ela já se infiltra até mesmo “no seio dos santuários”, isto é, nos templos espíritas pouco vigilantes, promovendo ciúmes entre seus componentes, vaidades, dissensões, mal-entendidos, “reformas doutrinárias“ e demais operosidades que contrariam os postulados da Doutrina, haja vista o que, no momento se passa, quando detectamos agrupamentos espíritas, dantes vistos e reconhecidos como templos, a exercerem o perfeito intercâmbio espiritual, hoje reduzidos a meros clubes onde verificamos de tudo: abusivas e inaceitáveis compras e vendas de “lanches’ e merendas, festas e cânticos, burocracia intransigente, diversões, recreios, mas não a “casa do Senhor”, de onde os Protetores Espirituais se retiram, e onde não mais contemplamos aquelas autênticas atividades próprias do Consolador, que eram o testemunho da presença do Cristo entre nós.
E não se falando da “mania”, ora em exercício, de “modificar”, “renovar” e “atualizar” a Doutrina dos Espíritos, que, pelo visto, deixou de agradar àqueles que acima dela desejam colocar a própria personalidade.
Afirmam os adeptos de tais movimentações que o espiritismo “evoluiu”, e que tudo isso não é senão o “progresso” da Doutrina. Mas tal asserção é insana, pois que a lógica e o bom senso indicam que a evolução do Espiritismo seria, em parte, a vinda de outras revelações do Alto, a comunhão perfeita do consolador com os homens, a pesquisa legítima e séria, e não a deturpação que vemos nos ambientes que devem ser consagrados ao intercâmbio com o Alto, onde consolamos os mais infelizes do que nós, e onde somos consolados e instruídos por aqueles seres angelicais que nos amam e que, há milênios, talvez, se esforçam por nos verem redimidos de tantos erros.
Certamente que muitos núcleos espíritas se conservam afinados com as forças do Alto, movimentando-se normalmente, sem as intromissões indevidas, que só podem desfigurar os ensinamentos que temos todos tido a honra de receber dos códigos doutrinários” (Cânticos do Coração, volume II, 1ª edição: CELD, 1994 no capítulo VI – O Flagelo do Século, p. 66).


O que fazer para que a obsessão coletiva não grasse em nosso Grupos de trabalhos cristãos? No livro “Dramas da Obsessão”, Bezerra de Menezes (Espírito)/ Yvonne Pereira – médium – Capítulo 3 de Leonel e os Judeus, orienta:

“As vibrações disseminadas pelos ambientes de um Centro Espírita, pelos cuidados dos seus tutelares invisíveis; os fluidos úteis, necessários aos variados quão delicados trabalhos que ali se devem processar, desde a cura de enfermos até a conversão de entidades desencarnadas sofredoras e até mesmo a oratória inspirada pelos instrutores espirituais, são elementos essenciais, mesmo indispensáveis a certa série de exposições movidas pelos obreiros da Imortalidade a serviço da Terceira Revelação. Essas vibrações, esses fluidos especializados, muito sutis e sensíveis, hão-de conservar-se imaculados, portando, intactas, as virtudes que lhe são naturais e indispensáveis ao desenrolar dos trabalhos, porque, assim não sendo, se mesclarão de impurezas prejudiciais aos mesmos trabalhos, por anularem as suas profundas possibilidades. Daí porque a Espiritualidade esclarecida recomenda, aos adeptos da Grande Doutrina, o máximo respeito nas assembleias espíritas, onde jamais deverão penetrar a frivolidade e a inconsequência, a maledicência e a intriga, o mercantilismo e o mundanismo, o ruído e as atitudes menos graves, visto que estas são manifestações inferiores do caráter e da inconsequência humana, cujo magnetismo, para tais assembleias e, portanto, para a agremiação que tais coisas permite, atrairá bandos de entidades hostis e malfeitoras do invisível, que virão a influir nos trabalhos posteriores, a tal ponto que poderão adulterá-los ou impossibilitá-los, uma vez que tais ambientes se tornarão incompatíveis com a Espiritualidade iluminada e benfazeja. (grifo nosso).
Um Centro Espírita onde as vibrações dos seus frequentadores, encarnados ou desencarnados, irradiem de mentes respeitosas, de corações fervorosos, de aspirações elevadas; onde a palavra emitida jamais se desloque para futilidades e depreciações; onde, em vez do gargalhar divertido, se pratique a prece; em vez do estrépito de aclamações e louvores indébitos se emitam forças telepáticas à procura de inspirações felizes; e ainda onde, em vez de cerimônias ou passatempos mundanos, cogite o adepto da comunhão mental com os seus mortos amados ou os seus guias espirituais, um Centro assim, fiel observador dos dispositivos recomendados de início pelos organizadores da filosofia espírita, será detentor da confiança da Espiritualidade esclarecida, a qual o elevará à dependência de organizações modelares do Espaço, realizando-se então, em seus recintos, sublimes empreendimentos, que honrarão os seus dirigentes dos dois planos da Vida (grifo nosso). Somente esses, portanto, serão registrados no Além-Túmulo como casas beneficentes, ou templos do Amor e da Fraternidade, abalizados para as melindrosas experiências espíritas, porque os demais, ou seja, aqueles que se desviam para normas ou práticas extravagantes ou inapropriadas serão, no Espaço, considerados meros clubes onde se aglomeram aprendizes do Espiritismo em horas de lazer”.

Oração, vigilância nos pensamentos, palavras, atitudes, sinceridade e lealdade de sentimentos para com os companheiros de Causa, eis o que devemos estar a realizar cotidianamente para nossa própria defesa.



(*) Trabalhador espírita em Campos dos Goytacazes, RJ, colaborando com amigos de ideal no Grupo Espírita Semeadores da Paz.

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

CONSIDERAÇÕES SOBRE A MEDIUNIDADE


Por Yvonne Pereira

Do Livro “Cânticos do Coração”, volume II, de Yvonne do Amaral Pereira/Rido de Janeiro: CELD, 1994. Cap. IX – Considerações sobre a Mediunidade.

O Sr. G. S. V., estudioso dos assuntos espíritas, mandou-nos as seguintes perguntas:
         
1 – Como ajudar o desenvolvimento prático da mediunidade?

2 – Qual o método de desenvolvimento a médiuns comuns, sem forçá-los ou condicioná-los às manifestações?

3 – Como devemos dirigir esta parte?

4 – Qual a forma segura, sem forçar, que os predisponha a um desenvolvimento natural, tranquilo?

         1 – O melhor meio de desenvolver a mediunidade é não se preocupar com o seu desenvolvimento, mas preparar-se moral e mentalmente para poder assumir o compromisso de se tornar médium desenvolvido. Tal preparo, no entanto, não poderá ser rápido, e , muitas vezes, a faculdade se apresenta e se define durante o seu decurso. É o método mais seguro, natural, portanto. Se a mediunidade não se apresentar assim, espontaneamente, naturalmente, é sinal de que ainda não está bastante amadurecida para explodir.
         Pode-se, entretanto, experimentar, sentando-se o médium à mesa dos trabalhos, e deixando-o à vontade. O diretor da mesa, por sua vez, não deve insistir, pressionando ou constrangendo o pretendente a que dê passividade, porquanto esse método excita a mente do médium, que acaba dando passividade a si próprio, com o que teremos a sugestão, e não a comunicação mediúnica autêntica.
         Kardec aconselha essa experiência até seis meses, e a observação tem provado que, se há, realmente, alguma faculdade para desenvolver, em muito menos tempo o caso será resolvido, principalmente se o médium estiver preparado através do estudo e da prática do bem.
         Se o pretendente nada sentir nesse período deve, a rigor, retirar-se da mesa. O contrário será forçar o dom, com a superveniência de animismo, de autossugestão ou da sugestão do próprio dirigente dos trabalhos sobre a mente do paciente. Verifica-se daí uma espécie de hipnose que poderá até mesmo prejudicar para sempre a mediunidade, quando ela realmente se apresentar. E é o que mais existe hoje em dia nos centros espíritas onde Allan Kardec é substituído por ideias pessoais e modismos de outras escolas espíritas, muito infiltrados na escola Kardequiana.
         A mediunidade é faculdade transcendente, sublime, que não pode suportar métodos inadequados à sua natureza por assim dizer celeste.

         2 – As sessões práticas de desenvolvimento não são aconselháveis. A observação tem demonstrado que elas são, em grande maioria, fábricas de animismo e obsessão, de sugestão e descontrole nervoso, justamente porque obrigam os participantes a um esforço penoso ao desenvolvimento. Daí a escassez de médiuns seguros da sua faculdade.
         Médiuns há que ficam um, dois, cinco, dez anos desenvolvendo as próprias faculdades sem nada conseguirem de autêntico e útil, perdendo, assim, um tempo precioso, que poderia ser empregado em outro setor. Mas, o certo é que, se em alguns poucos meses eles não tiverem faculdades desenvolvidas, não convém que insistam, ou porque não possuam a faculdade, ou porque não esteja ela na época de eclosão, ou porque foi prejudicada por fatores que convém sejam observados e estudados... Ao demais, o desenvolvimento completo de uma faculdade mediúnica leva tempo a se completar, e requer paciência e dedicação, muito amor e muito estudo, renovação moral e mental progressivas e, às vezes, muitas lágrimas e sofrimentos.
         É bom não esquecer que a finalidade da mediunidade é o intercâmbio entre o ser humano e as entidades espirituais, dependendo, portanto, de nós mesmos a sua glória ou o seu fracasso. O desenvolvimento espontâneo, pois, é um dos segredos da boa mediunidade.
         Há pessoas que parecem demonstrar sintomas de faculdade a desenvolver, mas são excessivamente nervosas, impressionáveis. Se experimentam, nada conseguem de plausível. A essas será prudente, antes de qualquer experiência, um adequado tratamento médico, assim como passes feitos duas vezes por semana, pelo menos, com uma assistência de dois a três médiuns passistas, leituras evangélicas, frequência às reuniões de estudo e meditação, mas não a presença em sessões práticas.
         Na maioria dos casos, essas pessoas são mais doentes psíquicas, necessitados de um tratamento físico-psíquico, do que verdadeiros médiuns a desenvolver, pois uma das condições para a mediunidade é a boa saúde do médium. São pessoas traumatizadas, cuja mente invigilante ou doente forja o que apresenta, tira de si mesma as comunicações que dá, e podem ser até histéricas. Quando se restabelecerem, poderão experimentar, mas é provável que jamais sejam aparelhos mediúnicos fieis. Durante o tratamento, a fim de não perderem tempo poderão ser aproveitadas em trabalhos de caridade ao próximo aliados ao Evangelho, quaisquer que sejam, e até no auxílio aos passes (concentração junto ao passista), conforme o grau da responsabilidade já adquirida, pois tudo isso é responsabilidade, é compromisso com a lei de Deus.
         A seara é grande, e há serviço para todos. A mediunidade é amor, é sacrifício, é renúncia, é humildade, é cruz pesada, e não apenas no seu setor que podemos servir a Deus e ao próximo.

         3 – O meio mais prudente para dirigir esta parte é o seguinte, prática esta estabelecida nos núcleos espíritas mais esclarecidos e criteriosos:

 a) Sessões teóricas para os candidatos ao desenvolvimento. Estudo indispensável de “O Livro dos Médiuns”, de Allan Kardec, e de outras obras que auxiliem o esforço para a sintonização das próprias vibrações com as forças do Alto.
 b) Se os candidatos forem portadores de boa moral, boa saúde e desejo de servir a Deus e ao próximo, se já frequentam sessões de estudo, aproveitando das instruções recebidas, do critério da Doutrina e da responsabilidade assumida, poderão aplicar passes, no próprio centro ou fora dele, acompanhados de irmãos mais experimentados, ao iniciarem o mister. Esse é o trabalho da fé e da coragem, desburocratizado, e nada devemos temer, pois estaremos assistidos ocultamente pelos mensageiros do Cristo.
         Será erro, porém, supor que, para aplicar passes necessitamos receber Espíritos e sermos médiuns desenvolvidos. Esse método é falso, infiltrações infelizes de outras correntes de ideias na lúcida Doutrina dos Espíritos, codificada por Allan Kardec.
         Aplicando passes criteriosamente, no sublime trabalho da Caridade, com fervor, responsabilidade e amor, o pretendente será, por certo, assistido pelos mensageiros do bem e, se possuir outras faculdades desenvolvê-las-á suavemente, naturalmente, seguramente, em faixas espirituais protetoras e iluminadas, sem necessidade de passar por aqueles terríveis períodos obsessivos provocados pelas sessões de desenvolvimento, forçando a explosão da faculdade que pode não existir. Esses são os casos normais.
 c) Além dos trabalhos de passes, o candidato poderá assistir a reuniões práticas ditas “de caridade” (não para desobsessões), fora da mesa, numa “segunda corrente”. Que o presidente não se incomode com ele. O dia em que ele, médium, sentir qualquer anormalidade, sente-se à mesa e, com certeza, o caso estará resolvido.
         Deverá também estudar a Doutrina Espírita e o Evangelho, diariamente, evitando, porém, o fanatismo pelas obras mediúnicas e meditando criteriosamente sobre as clássicas, observando a pesquisa moderna; orar, suplicar, oferecer seu trabalho a Jesus, aprendendo com ele a ser bom e humilde de coração e a renunciar, embora o preparo para as renúncias necessárias à boa marcha dos trabalhos seja lento, progressivo; e fazer caridade, também, sem fanatismo, antes equilibrada e útil. É uma renovação moral que se impõe para se conseguir a boa mediunidade.
         O médium, outrossim, não deve nem pode pensar nos próprios deveres ao se sentar à mesa, mas a cada hora que viver, pois é uma antena sempre desperta, que receberá tudo, e que poderá prejudicar-se e ao seu trabalho mediúnico por muitas formas diferentes, se se descurar das próprias responsabilidades.
         Para os casos de obsessão ou atuações fortes em médiuns não desenvolvidos não convirá desenvolvê-los nessa ocasião. Nesse estado anormal, o médium torna-se um enfermo que necessita tratamento antes de mais nada. O mais prudente será passar a entidade para outro médium, conversar com ela a fim de esclarecê-la, e tratar cautelosamente do médium, inclusive esclarecendo-o também.
         Doutrinar a entidade servindo-se do médium assim atormentado é prejudica-lo ainda mais, pois ele poderá não possuir o critério necessário a tal empreendimento, nem aguentar a responsabilidade do compromisso; desenvolver sua faculdade nessa ocasião é abrir-lhe a possibilidade para novas obsessões. O trabalho da caridade, qualquer que seja, será recurso salvador.

         4 – A psicografia é muito subdividida. Há médiuns psicógrafos de vários tipos (Ver “O Livro dos Médiuns”, cap. XVI, item 193). Não se pode, portanto, pedir ao psicógrafo aquilo que ele não poderá dar, pois, às vezes, nosso pedido poderá não corresponder à sua especialidade, e novamente advir a intromissão do chamado animismo.
         Frequentemente, entre médiuns escreventes, poderá haver o impulso vibratório do braço, mas ele, o médium, não tem o que escrever porque não possui faculdade literária. Nesse caso, Kardec aconselha a fazer perguntas ao seu Guia Espiritual, sempre respeitosas e doutrinárias, de forma, porém, a provocar respostas amplas, e em nome de Deus Todo-Poderoso.
         Se o médium não possui dons literários será em vão tentar, pois somente obterá produções medíocres. A literatura autêntica na psicografia é dom especial, que não se poderá provocar. Em idênticas condições a poesia: nem todos os médiuns literários produzirão poesia, pois esse dom é outra especialidade na psicografia (Ver “O Livro dos Médiuns”, cap. XVI, item 193).
         O modo mais seguro, portanto, natural, sem forçar a explosão da faculdade, é o que aí fica exposto, resultado de longas observações em torno do caso, dos conselhos dos Bons Espíritos e das recomendações dos grandes mestres da Doutrina Espírita.
Convém não esquecer que a mediunidade é um dom de Deus, com o qual não devemos abusar. Devemos, sim, tratá-lo com amor e respeito, cultivá-lo com método, humildade e habilidade, à base do Evangelho, dele fazer instrumento da Caridade e da Fé.
Útil lembrar que a um médium não será apenas recomendado que produza belas páginas de literatura, mas, também, e acima de tudo, que console corações sofredores, enxugue lágrimas de aflição, socorra os infelizes, fornecendo-lhe Amor e Esperança, pois para isso possui ele as credenciais de intermediário entre a Terra e o Céu.