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segunda-feira, 10 de agosto de 2015

REVELAÇÃO DUPLA


No 1º capítulo de “A Gênese”, Allan Kardec conceitua
a revelação como humana e divina, sendo o Espiritismo
exemplo vivo desta síntese.
O Espiritismo, surgido em meio à crise da religião e ao
efervescer científico, teve seu campo favorecido com o fato
de a sua compilação ser fruto do trabalho humano de
pesquisa junto ao fenômeno mediúnico.
O homem amadurecido não tem que esperar por
revelações bombásticas, quais as profecias apocalípticas
que tomam novas formas a cada ciclo histórico que denota
mudança nas estruturas de pensamento e de sociedade;
não, o homem necessita aprender a pensar, a desligar-se
de conceitos dogmáticos e supersticiosos, não deixando
que estruturas místicas e míticas venham tolher-lhe o dom
supremo da liberdade.
A Doutrina Espírita, como propugnadora da
desmistificação e demitificação de valores inseridos na
sociedade por uma cultura dominante, há de contar com
adeptos que a dignifiquem demonstrando o quanto ela é luz
no caminho empoeirado do mundo. Para tanto, necessário
é que o espírita seja um homem e uma mulher
participantes do momento em que vivem, não se insulando
entre os seus livros e aguardando a mudança a ocorrer
pelas mãos dos deuses do Olimpo.
A obra de Kardec ainda está por ser conhecida.
Andam os espíritas à cata de novidades do Além e vivem a
ler obras mediúnicas sem o senso crítico que deve ajuizar
de seu valor ou não. Como utilizar a crítica se dela não se
tem rudimentos? Como separar o joio do trigo se não se
sabe diferenciar um do outro? Kardec deixou bem claro que
os Espíritos não sabem tudo e o Espírito Channing na

Revista Espírita de 1860 adverte sobre isto.


O Mundo Espiritual é um mundo que se interpenetra
nas dimensões da matéria e, tanto homens aprendem com
os Espíritos quanto estes aprendem com os homens.
Entretanto, o que vemos na maioria que frequenta os
Centros é uma ingenuidade que faz dó. Fica-se em temas
rotineiros sobre reforma íntima (autoajuda), buscando
elevar-se o Ser pela asa do Amor, porém, esquecendo-se
de que a verdade liberta (ver João, 8:32) e que só o Amor,
sem o conhecimento, não nos fará galgar as altitudes de
nossa libertação.
Redescobrir Kardec deve ser a legenda de agora.

José Herculano Pires
 
Do livro "Sementes de Paz", de Espíritos Diversos, psicografia de Leonardo Paixão - acessível para leitura gratuita em http://bvespirita.com/Sementes%20de%20Paz%20(psicografia%20Leonardo%20Paixao%20-%20espiritos%20diversos).pdf

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