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sábado, 1 de abril de 2017

CRÍTICA LITERÁRIA

 
 
 
Livro: Perdoo-te – Memórias de um Espírito.
Médium: Eudaldo Pagés.
Organizadora: Amalia Domingo y Soler.
Editora: Lachàtre.
Lançamento: Maio de 2013. 12. edição.
Páginas: 720.
 
Análise de Leonardo Paixão (*)
 
Amalia Domingo y Soler é conhecida no Movimento Espírita Internacional como uma das maiores divulgadoras e defensoras dos postulados espíritas e as obras vindas por suas mãos são amadas pelo público. A sua obra mais conhecida é a belíssima Memórias do Padre Germano.
O Perdoo-te – Memórias de um Espírito foi produzido tal como o Memórias do Padre Germano, isto é, através da faculdade psicofônica do médium Eudaldo Pagés e as comunicações eram transcritas por Amália Domingo y Soler. Relata Amalia no Prefácio  à obra: “Dentre as muitas comunicações obtidas no Centro Espírita La Buena Nova, destacam-se as Memórias de um Espírito, relato histórico verdadeiramente interessante”.
            O Espírito Íris relata três de suas encarnações. Na primeira, como Íris, relatará a sua queda ao trair o sábio Antúlio que havia encarnado para fundar nova escola de pensamento e fazer evoluir a Humanidade.
Em seu segundo relato narra uma reencarnação onde se entende que se trata de Maria de Magdala e, seguindo ao Cristo, amparando os sofredores, o Espírito Íris vai se reabilitando, tendo ainda muitas imperfeições a desfazer.
Sua terceira narrativa relata uma reencarnação onde se percebe se tratar de Teresa d’Ávila e vem nos revelar que esta personalidade canonizada pela Igreja Católica, jamais foi um mulher extática, voltada apenas para a oração no Templo, foi sim uma médium de grande potencial e muito perseguida pelo clero, pois os seus escritos de origem mediúnica iam contra diversos dogmas da Igreja, tendo seus escritos sido destruídos e os que hoje se têm foram falseados pelo clero em seu próprio interesse. Para se ter uma rápida ideia do que Teresa D’Ávila pregava, retiramos da obra à página 683, o seguinte: “...não devemos vê-lo (Jesus) aterrando os homens com seu cruento martírio, mas sim atentar para as suas palavras quando diz: ‘- Eu sou o irmão maior de sua raça e espero-os de braços abertos para leva-los à presença de nosso Pai que está nos Céus’.
            A obra traz ensinamentos evangélicos e doutrinários que nos levam à reflexão e à sensibilização na prática da caridade, esta uma constante na vida de Tereza D’Ávila.
Ao final do obra há um Apêndice de D. Amalia Domingo y Soler em que traz lúcidos esclarecimentos e ensinos como este:
“Quanto às religiões, todo aquele que tem bom-senso compreende que elas têm sido em todos os tempos uma paródia da verdadeira e sacrossanta religião: o amor à humanidade. Não há melhor religião que a de uma consciência honrada. Os deveres religiosos do homem são estes: o resistir, o reformar e o adquirir. Resistir aos embates da vida, reformar nossos costumes e adquirir novos conhecimentos que levem a compreender a grandeza de Deus, que se irradia na natureza. Íris usou destes ensinamentos racionais tão acertadamente, que pôde destruir os céus, os infernos e desmascarar os santos. Demonstrou que os milagres não são outra coisa senão manifestação de leis conhecidas pelo vulgo. Deu aos espíritas lições altamente proveitosas. Sua última encarnação é assunto para aprofundado estudo para todos aqueles que pensam que, ao deixar a Terra, encontram-se logo com os espíritos superiores, seguindo com eles por esses mundos de Deus. Não basta crer na pluralidade dos mundos e das existências”. (p. 702).
Em relação às suas reencarnações citadas, se consultarmos comunicações de Teresa d’Avila por Fernando de Lacerda, médium português em seu livro Do País da Luz, volumes 2 e 4, especialmente, perceberá o quanto se relacionam os dizeres sobre sua passagem na Terra com os ditados vindos por Íris.
É obra que se recomenda pelos seus lúcidos ensinos doutrinários.
(*) Leonardo Paixão é trabalhador espírita em Campos dos Goytacazes, RJ, colaborando no Grupo Espírita Semeadores da Paz.

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