Em Março retornaremos as nossas postagens. Feliz Ano 2014 para todos!
Grupo Espírita Semeadores da Paz.
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domingo, 29 de dezembro de 2013
sexta-feira, 22 de novembro de 2013
MEDIUNIDADE - DE PENTECOSTES AOS NOSSOS DIAS
Por Leonardo Paixão
Após Jesus ter se elevado e desaparecido (Atos 1:9-11), a mediunidade manifestou-se perante um público internacional, era o Dia de Pentecostes, também chamado de Festa da Colheita, comemorado 50 dias após a Páscoa, era uma festa de ação de graças pelas colheitas e judeus de várias nações se reuniam em Jerusalém pela Festa de Pentecostes, como nos relata Lucas no livro de Atos 2:1-6:
"Cumprindo-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar; e, de repente, veio do céu um som, como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados. E foram vistas por eles línguas repartidas, como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles. E todos foram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito Santo concedia que falassem. E em Jerusalém estavam habitando judeus, varões religiosos, de todas as nações que estão debaixo dos céus. E, correndo aquela voz, ajuntou-se uma multidão e estava confusa, porque cada um os ouvia falar na sua própria língua".
Estava cumprida a profecia de Joel 2:20-29 e o desejo de Moisés (Números 11:29). Ocorreram três fenômenos no dia de Pentecostes, dois de efeitos físicos - "um som, como de um vento veemente e impetuoso" e "línguas..., como que de fogo" - e um de efeito inteligente: "começaram a falar em outras línguas", fenômeno de xenoglossia em que o médium sob a influência do Espírito fala em idioma que desconhece. Para um estudo aprofundado de tão empolgante assunto, aconselhamos a leitura do livro Xenoglossia, de Ernesto Bozzano.
Após Pentecostes, a mediunidade estava tão difundida pelas igrejas que em locais como Corinto, os ciúmes em relação à capacidade mediúnica estava dividindo a Igreja, no capítulo 12 da primeira epístola aos Coríntios, explica a distribuição de dons e no versículo 31 exorta: "Portanto, procurai com zelo os melhores dons; e eu vos mostrarei um caminho ainda mais excelente". O que ocorreu na comunidade cristã de Corinto, ocorre no meio espírita, há médiuns que querem ser dotados de todas as faculdades mediúnicas, não se contentando com a que Deus lhes outorgou, esquecendo-se da advertência de Paulo e do Espírito Sócrates:
"Quando existe o princípio, o gérmen de uma faculdade, esta se manifesta sempre por sinais inequívocos. Limitando-se á sua especialidade, pode o médium tornar-se excelente e obter grandes e belas coisas, ocupando-se de todo nada de bom obterá. Notai, de passagem, que o desejo de ampliar indefinidamente o âmbito de suas faculdades é uma pretensão orgulhosa, que os Espíritos nunca deixam impune. Os bons abandonam o presunçoso, que se torna então joguete dos mentirosos. Infelizmente, não é raro verem-se médiuns que, não contentes com os dons que receberam, aspiram por amor próprio, ou ambição, a possuir faculdades excepcionais, capazes de os tornarem notados. Essa pretensão lhes tira a qualidade mais preciosa: a de médiuns seguros" (O Livro dos Médiuns, 2ª Parte, cap. XVI, item 198).
quarta-feira, 20 de novembro de 2013
OS ESPÍRITAS E A CONSCIÊNCIA CRÍTICA
Por Leonardo Paixão
Há uma avalanche de obras mediúnicas sendo editadas atualmente e é espantosa a velocidade com que vem a público, deixando perplexos aqueles que, ao entender Kardec e outros pesquisadores dos fenômenos psíquicos, sabem do cuidado que se deve ter ao se colocar uma obra para o público em geral. O público estará preparado para discernir o joio do trigo? Está alicerçado em obras que o tempo consagrou a fim de avaliar devidamente a nova literatura mediúnica que explode no mercado editorial brasileiro? Os médiuns por sua vez, têm seguido o exemplo da prudência que teve Yvonne Pereira ao guardar suas produções mediúnicas durante décadas a fim de serem avaliadas com rigor?
Certo é que em Espiritismo não há nenhum Índex Prohibitorum e, por isso mesmo, é que o direito da pesquisa e da crítica justa, a auxiliarem os neófitos, são atos que merecem louvor, porém, o que se vê são espíritos e médiuns a esquivar-se de tal, numa atitude incoerente diante de uma Doutrina que prima pela razão, não a razão fria somente, mas aquela que nos conduzirá a um nível elevado de consciência.
Para um estudo criterioso do Espiritismo, necessário é o conhecimento, além das obras da Codificação, das que nos legaram outros pesquisadores. Não diremos que se haverá de conhecer todas as obras e todos os autores, mas é preciso um esforço para a leitura de muitas destas obras que dão desenvolvimento à obra kardequiana. São eles (os pesquisadores):
Adolfo Bezerra de Menezes; Albert de Rochas; Alexandre Aksakof; Alfred Erny; Arthur Conan Doyle; Cairbar Schutel; Camille Flammarion; Canuto Abreu; Carlos Bernardo Loureiro; Carlos Imbassahy; César Lombroso; Deolindo Amorim; Epes Sargent; Ernesto Bozzano; Frederic Myers; Gabriel Delanne;Gustave Geley; H. Dennis Bradley; Hermínio Miranda; Ian Stevenson; Inácio Ferreira; J. Arthur Findlay; Jayme Cerviño; Johan karl F. Zöllner; Justinus Kerner; Léon Denis; Oliver Lodge; Osvaldo Melo; Paul Gibier; Robert Owen; Willian Crookes; Willian Crawford; José Herculano Pires.
Estes são alguns nomes, há muitos outros. Quanto às obras mediúnicas recomendamos as de Zilda Gama, Francisco Cândido Xavier, Yvonne Pereira, João Nunes Maia, Júlio Cezar Grandi Ribeiro, Eurícledes Formiga, Divaldo Franco e Raul Teixeira. A extensão de suas obras nos dão décadas de estudo e meditação. Claro que há médiuns outros na atualidade realizando belo trabalho, mas estes sempre nos dizem da necessidade do estudo das obras básicas e subsidiárias.
Poderão argumentar alguns desavisados que tais obras estão ultrapassadas, que são necessárias novas pesquisas, ao que responderemos que as dúvidas em relação aos fenômenos espiríticos e anímicos, se encontram respondidas em tais obras e que, em relação às pesquisas, elas são necessárias, desde que feitas sem prevenção e por pessoas honestas, sejam estas adeptas ou não do Espiritismo, o que vale no campo científico ao se avaliar a temática da sobrevivência do Ser é a sinceridade.
Engana-se quem acha que basta somente a literatura mediúnica para comprovar a imortalidade da alma. E mais, com a materialização que a recente literatura mediúnica tem dado ao Mundo Espiritual, ao invés de favorecer a dúvida e a ânsia por pesquisa, ela estimula a que se pense que os espíritas são um bando de alienados a se deliciar com tolas fantasias do Além.
Nunca é demais a recomendação de Allan Kardec para tudo se analisar com a mais fria razão e, como aconselha o Espírito Erasto "é melhor rejeitar dez verdades a aceitar uma só falsidade, uma só teoria errônea" (O Livro dos Médiuns, item 230).
terça-feira, 19 de novembro de 2013
IMORTALIDADE
Por Leonardo Paixão
Desde os tempos de nossos ancestrais, o homem carrega a inquietação quanto à vida de além-túmulo. Ela existe? E se existe como ela é? Todos irão para o mesmo lugar ou cada qual irá para onde os seus méritos ou deméritos o levarem? São perguntas que atormentam mesmo o homem moderno com todas as respostas que a Ciência oferece para n situações.
A questão que aqui se apresenta é como e de que forma o homem primitivo percebeu que era uma dualidade. A explicação mais aceita pelos estudiosos é a de que esta percepção se originou de sua experiência com os sonhos.
“Não é nada improvável que a noção dos selvagens sobre os fantasmas (ou espíritos) tenha se originado principalmente de sua experiência com os sonhos, sendo esta explicação mais aceita presentemente. O guerreiro adormecido viaja amplamente pela região, enquanto caça o búfalo e se junta à dança mágica com camaradas que já morreram, mas que, não obstante, se mostram tão ativos e loquazes quanto ele próprio; mas de repente a cena muda e ele se vê de volta à sua cabana familiar, cercado por seu povo que pode testemunhar que ele não os deixou nem sequer por um momento. Não é improvável, digo eu, que a noção de que o “eu” consciente é algo que pode deixar o corpo material e para ele retornar, possa ter começado a existir por motivo dessas humildes experiências, bastante repetidas” (FISKE, 1995).
A partir dessas experiências que fundamentaram a noção de imortalidade neste homem, a sua vida passa a ter um novo sentido. Quando ocorre o “sono profundo” (a morte) entre eles, com a certeza que carregam agora que o outro vive, preparam todos os objetos que o morto usava e deixam junto ao seu corpo, pois ele deles precisará em sua nova vida. É o início dos ritos funerários (1).
Todas as civilizações tiveram a sua crença num outro mundo, com os seus deuses a conviverem com os homens e a puni-los ou premiá-los pelos seus atos. São estes deuses os responsáveis pela criação do mundo, do homem e de seu destino. É o período dos mitos cosmogônicos. O mito é uma grande força no tempo das sociedades primitivas, é ele que explica aos povos a razão de sua existência.
No avançar da história da humanidade, temos entre o IV e o III milênios a. C., sociedades onde a escrita está presente e a sua organização se faz por parte de um governo centralizado que mantém a estrutura hierárquica da sociedade (cf. BORGES. O Que é História, 1980). Neste período destaca-se a civilização egípcia por sua organização e em especial pelo seu fantástico mundo religioso. A história desta civilização fascina a humanidade até hoje. O Egito Antigo com suas pirâmides, sua cultura e seu panteão de deuses, é considerada terra de mistérios e muitas teorias já foram engendradas para explicar os arcanos desta terra fascinante, dentre elas há a do pesquisador Erick von Däniken, exposta nos livros “eram os deuses astronautas?” e “De Volta às Estrelas”, onde tenta provar que os grandes feitos desta civilização e de muitas outras foi devido à ajuda de extraterrestres. Tal teoria reduz tudo a este fato e faz cair no descrédito pesquisas feitas por arqueólogos, geólogos, historiadores e egiptólogos, pesquisadores sérios que não se deixam levar por reducionismos, como é o caso de Däniken (2). Voltemos à terra dos Faraós.
Os egípcios tal como outras tribos primitivas, praticavam o animismo, por volta de 3000 a. C., junto ao desenvolvimento da civilização ocorre o desenvolvimento da religião egípcia. Os deuses egípcios trazem os resquícios do animismo em suas formas zooantropomórficas. Uma das características da religião egípcia é a sua preocupação com a imortalidade. O maior exemplo desta importância se encontra no mito de Osíris:
“(...) Conta a lenda que Osíris, filho de Gheb (terra) e marido de Ísis, ensinou aos homens a agricultura (principal atividade econômica do Antigo Egito). Ele era o soberano dos habitantes do Nilo e induziu os súditos a viverem em paz, sem destruírem-se mutuamente. Para conseguir isso, ensinou-lhes a trabalhar a terra, a cultivar as parreiras e, assim abandonar a vida nômade.
Ísis, a irmã-esposa, curava as doenças, expulsava os espíritos malignos com magias, fundou a família, ensinou os homens a fazer pão e as mulheres a tecer e a bordar. Os dois juntos teriam fundado a civilização egípcia. Segundo as narrativas históricas, o irmão de Osíris, Seth, tomado de ciúmes, afogou-o no rio Nilo e depois o esquartejou e espalhou seus pedaços pelo Egito.
Ísis recolheu todos os pedaços, refez-lhe o corpo e o ressuscitou, tornando ele a viver no céu. Hórus, seu filho com Ísis, mata Seth, vingando Osíris, e, como prêmio recebe o trono do Egito. Esta lenda, além de justificar a divindade dos faraós, que são descendentes de Osíris, representa, através do retorno de Osíris à vida, a imortalidade da alma e a reencarnação” (VIEIRA, 2005).
A ideia de imortalidade dos egípcios continha noções complexas sobre a constituição do ser humano, para eles os homens possuíam um corpo físico (khat), a alma (ba) e um corpo espiritual (ka). Ao morrer a alma encontrava-se com Osíris no mundo espiritual e por ele seria julgada e, de acordo com as ações boas ou más praticadas, ela iria para um local bom ou ruim. Esta vida, entretanto, não é eterna, a alma haveria de reencarnar-se para nova vida na Terra. Apesar de a alma fazer parte do conceito religioso do Egito Antigo, a imortalidade desta se faz presente no corpo físico. Como Osíris reviveu em seu corpo, assim também o homem haveria de reviver infinitas vezes em seu corpo, daí a crença na reencarnação, que entendida como a volta da alma no corpo que havia deixado, foi a base para os cuidados que tinham os egípcios para a conservação do cadáver.
A civilização egípcia tinha tal preocupação com a vida eterna, que a busca por ela, fez os egípcios organizarem-na em termos concretos, isto é, a vida de além-túmulo seria cópia melhorada da vida terrena. Falemos agora da civilização Mesopotâmica, seus deuses e suas realizações.
Os deuses da Mesopotâmia têm sua origem em dois princípios originários: Tiamat (princípio feminino) e Aspu (princípio masculino). Marduk, o último dos deuses, luta contra os outros que o precederam e vence, após a vitória ele forma o mundo com o corpo de Tiamat. Marduk é o criador dos homens e deus da capital Babilônia. Alguns veem nesse mito a criação dos homens pelos deuses para que estes os alimentem através de seu trabalho. Tal fato justificaria de forma parcial a visão pessimista dos mesopotâmicos frente ao mundo e, explica porque o homem não poderia obter a vida eterna, ou seja, a imortalidade (cf. BORGES, op, cit., 1980).
Por volta de 3.400 a. C., os mesopotâmicos teriam se infiltrado no Egito. Com essa infiltração os egípcios muito ganharam no desenvolvimento de novas tecnologias e ideias. A escrita mesopotâmica de formato cuneiforme, muito provavelmente influenciou os egípcios quanto à sua forma de registrar os fatos.
A civilização mesopotâmica irradiou sua cultura para muitos povos, a escrita, os mitos, os conhecimentos atingiram a Palestina, a Pérsia, o mar Egeu, chegando até mesmo à Índia.
Enquanto a civilização egípcia vivia em prol do mundo de além-túmulo, os mesopotâmicos sem preocupação com o pós-morte, se dedicaram a várias áreas do conhecimento humano, muitos dos quais permanecem até hoje em nossa cultura, quais a divisão do dia em 24 horas e da hora em 60 minutos e o consequente calendário, que sofreu mudanças no decorrer das eras; os horóscopos de hoje têm suas raízes nesta civilização e conhecimentos práticos quanto à construção de templos, palácios e canais de irrigação.
Estas duas civilizações – Egito e Mesopotâmia – uma voltada para os céus e outra voltada para a Terra, respectivamente, podemos falar são as origens de um pensamento voltado para a busca do conhecimento em sua totalidade dual, espiritual e física, haja vista que a viagem de Pitágoras ao Egito (3) o fez levar para a Grécia os mistérios lá ensinados e logicamente o auxiliou o desenvolvimento de suas concepções matemáticas, concepções essas que os egípcios com a infiltração dos mesopotâmicos também apreenderam destes por sua vez.
A civilização grega do século V a. C. começava a deixar os mitos e buscar as respostas da vida em si mesmos. A palavra mito vem do grego, mythos, e deriva de dois verbos: mithey (contar, narrar, falar alguma coisa para os outros) e mytheo (conversar, contar, anunciar, nomear, designar). O mito para os gregos é uma narrativa feita em público e baseada na autoridade e confiabilidade da pessoa do narrador.
Mas quem narra o mito? O poeta rapsodo. Os gregos acreditavam que o poeta era um enviado dos deuses e que estes lhe mostram os acontecimentos passados, permitindo que ele veja a origem de todos os seres e de todas as coisas para transmití-la aos ouvintes. Desta forma, o mito é uma revelação divina, portanto, incontestável e inquestionável (cf. CHAUÍ, Convite à Filosofia).
Numa civilização tão rica de deuses como a grega, o advento da filosofia é o início da vitória da razão contra a fantasia. Essa vitória não se daria da noite para o dia, apesar de já não mais se acreditar nos deuses a dividir o espaço com o homem, as religiões de mistério surgidas com os primeiros filósofos “proporcionaram uma ideologia às massas camponesas sem posses, mineiros e escravos, promtendo-lhes a salvação, o bálsamo espiritual para as suas angústias materiais e econômicas (...). Mas, os caminhos para a salvação consistiam principalmente em ritos mágicos – iniciações e purificações tomadas de empréstimo do totemismo – ritos teatrais de fertilidade procedentes de bárbaros rústicos, tais como os que haviam assegurado a imortalidade primeiro ao faraó e posteriormente a todos os egípcios que podiam custeá-los” (4). Foi necessário um intervalo de praticamente um século desde Pitágoras (571-496 a. C.) a Sócrates (469-399) a. C.), para que a filosofia saísse dos templos e se estendesse ao povo sem os ritos e formalidades das religiões de mistério.
Sócrates não deixou nada escrito, mas seus discípulos registraram seus ensinos para a posteridade, contribuíram para tal Xenofonte, Aristófanes, Antístenes, Platão e Aristóteles (que não conheceu Sócrates pessoalmente, mas através de seu mestre Platão). Segundo alguns estudiosos o discípulo que traduziu fielmente a doutrina de Sócrates foi Antístenes, porém, quem lhe imortalizou a obra foi Platão, que deixou-nos várias obras em que Sócrates está vivo e podemos nos deleitar na análise de sua doutrina (5).
A ideia de imortalidade que fazia Sócrates não tem nada que ver com os antigos mitos, como precursor das ideias cristãs e do Espiritismo, como nos fala o insigne Allan Kardec. Sócrates deixou-nos conceitos que o Cristianismo e o Espiritismo também expressam. Para um estudo aprofundado do que afirmamos, aconselha-se a leitura do item IV da Introdução de “O Evangelho segundo o Espiritismo” – Sócrates e Platão precursores da ideia cristã e do Espiritismo. A partir de Sócrates a História da Filosofia não seria a mesma (6).
O conceito de imortalidade colocado como surgido no cérebro de um primitivo e através da experiência do sonho, comum a todos os homens, pode ser considerado, como dizem, como dizem os materialistas, uma prova de que a fé e o conceito de vida eterna são coisas risíveis, pois a sua origem é proveniente de falsas interpretações de mentes incultas, não sendo tais conceitos dignos de estudo por homens de ciência.
O homem primitivo com sua mente infantil, obviamente não podia alcançar as implicações que a sua experiência tinha para a vida. Já nós, homens modernos, que vivemos num mundo onde a informática e o conhecimento se encontram a qualquer hora e momento, não haveremos de julgar tais conceitos de maneira a ridicularizá-los, pelo contrário, compreende-se que a interpretação do primitivo está “errada” em relação ao conceito de sonho, mas que a noção de imortalidade é a verdade que se depreende das experiências deste. Os sonhos não são apenas símbolos do inconsciente, se assim fosse, que dizer dos sonhos premonitórios? Este fato é suficiente para estudos profundos da psique humana. Homens destemidos como o Dr. Joseph Banks Rhine dedicaram-se a estes estudos. Rhine declarou corajosamente: “Nada em toda a história do pensamento humano – heliocentrismo, evolução, relatividade – foi mais verdadeiramente revolucionário ou radicalmente contraditório para o pensamento contemporâneo do que os resultados da investigação da psiprecognitiva” (7).
Allan Kardec na parte segunda, capítulo VIII de “O Livro dos Espíritos” – Da Emancipação da Alma, faz 54 perguntas aos Espíritos sobre sono, sonhos, telepatia e ao final faz um excelente estudo sobre o sonambulismo, o êxtase e a dupla vista (8). Estes fenômenos por si sós já seriam suficientes para provar ao homem a existência da alma, mas o orgulho humano dá a eles pouca atenção, considerando-os produtos do cérebro ou desequilíbrio da mente, por isso, as manifestações mediúnicas são a prova inconteste da imortalidade da alma e da vida futura. Em toda a sua obra Kardec fala de como fica a situação dos espíritos no além dependendo de como foi a sua estada na Terra, porém, as obras que mais nos esclarecem a respeito são “O Céu e o Inferno” e a “Revista Espírita” (9), por trazerem as evocações feitas por Kardec e as comunicações espontâneas dos espíritos. É imprescindível ao espírita o estudo de tais obras e a observação dos fatos, sejam os mediúnicos ocorridos nas reuniões ordinárias na casa espírita ou os casos de sonhos premonitórios, pressentimentos, etc. Certo é que não ficaremos à caça dos fatos (10), entretanto, o Espiritismo, diz Kardec, não é uma ciência fácil, devendo o observador estar atento aos detalhes os quais muitas vezes passam despercebidos.
O Espiritismo toca em um ponto crucial para o homem, levando-o a encarar a vida sob outro ponto de vista (12). A vida futura sempre foi alvo dos estudos dos teólogos, filósofos, historiadores e de estudiosos de outras ciências correlatas, entretanto, apenas a teorização e as pesquisas bibliográficas não são suficientes para promover a convicção desta, ao contrário, tais pesquisas não raras vezes fazem o homem se perder em divagações, permanecendo a sensação de vazio e desorientação. Jamais seremos contra as pesquisas, pois seria um contrassenso falarmos de estudos e ao mesmo tempo desmerece-los, fazemos tal ressalva apenas por percebermos o quanto os pesquisadores e estudiosos não chegam à uma conclusão final dos estudos que empreendem, ou então, consideram a vida futura fruto da fértil imaginação humana, enquanto outros aferram-se a um triste fundamentalismo. O caráter mediúnico da Revelação Espírita fornece nova luz aos estudos sobre as origens da religião, dando a perceber ao estudioso conceitos iguais em essência nos livros sagrados das mais diversas religiões (13). Claro é que os estudiosos fazem comparações, mas estas estão presas às formas ficando esquecida a essência, cabe ao Espiritismo retirar o homem da caverna e pô-lo em contato com o Sol da verdade, isto é, dar-lhe a compreensão do por que da vida, somente com esta compreensão o homem possibilitará um mundo de amor e fraternidade, que nada mais é que nosso dever (14).
NOTAS
1 – Ritos Funerários
Geofrey Blainey esclarece:
“(...) Evidências que chegaram até nossos dias sugerem que muitos humanos esperavam renovar sua existência em uma vida após a morte; a viagem para essa nova vida requeria acessórios ou indicativos do status de cada um, e os itens escolhidos eram arranjados ao redor do corpo no túmulo. Em Sunghir, na Rússia, cerca de 28 mil anos atrás, um homem de aproximadamente 60 anos de idade teve seu corpo adornado com mais de dois mil fragmentos de marfim e de outros ornamentos. Atingir 60 anos de idade deve ter sido algo digno de veneração, pois a maioria dos adultos morria muito mais cedo.
Em outro túmulo, enterrada ao lado de um homem, uma adolescente fora vestida com um chapéu de contas e um provável manto, do qual o único vestígio é um alfinete de marfim que o teria prendido ao pescoço da menina. Seu corpo estava coberto com mais de cinco mil contas e outros enfeites. O longo tempo que os amigos ou a tribo inteira levaram para preparar essas decorações e o cuidado que tiveram para arrumar o túmulo são um sinal de que a morte era tão importante quanto a vida (Uma Breve História do Mundo. 2. ed. SP: Fundamento, 2008).
Gordon Childe observa:
“No Egito, as representações da vida numa propriedade mortuária – a semeadura, a colheita, a construção de barcos, até os esportes dos camponeses – pintadas nas paredes do túmulo, proporcionavam ao morto proprietário o gozo de seus produtos” (O Que Aconteceu na História. 2. ed. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1996. p. 145).
2 – Citamos Däniken como exemplo de uma proposta pouco racionalizada, as suas hipóteses não são levadas em conta hoje, justamente por reduzir todos os fenômenos incompreendidos pela arqueologia como provindos de criaturas extraterrestres, o mesmo se dá com certos trechos da Bíblia, por exemplo, o “arrebatamento” do profeta Elias, que a mediunidade devidamente estudada pelo Espiritismo é a chave que explica a visão que teve o profeta Eliseu e diversos outros fatos descritos no Antigo e Novo Testamentos, na Codificação encontramos as explicações lógicas por estes diversos fenômenos.
3 – Pitágoras e o Egito.
Escreve Gordon Childe:
“(...) os filósofos gregos não dependiam exclusivamente de suas observações – deviam conhecer as realizações da ciência babilônica e egípcia. No tocante à Aritmética, Geometria e Astronomia, a ciência grega levantou-se sobre as bases estabelecidas no Nilo e no Eufrates. Tales, o primeiro filósofo da Natureza, era meio fenício, segundo a opinião corrente, e julga-se que tenha estudado Geometria no Egito. Acredita-se também que Pitágoras aprendeu Geometria no Egito.
Ele e seus discípulos certamente realizaram o estudo da Matemática, mesmo que frequentemente o fizessem com propósitos místicos e mágicos (...) (CHILDE, op.cit., p.227).
4 – CHILDE, op. cit., p. 224.
5 – TAVARES, Leonardo Machado. A Sabedoria de Sócrates e o Cristianismo Redivivo. Araras, SP: IDE, 2008. p. 41.
6 – Sócrates e a História da Filosofia
“(...) ele fora tão grande e tão importante que dividira a história da filosofia em duas partes, antes e depois dele, eis porque os filósofos são considerados, após sua existência, em pré ou pós socráticos (Ibid., p. 37).
7 – APUD: LOUREIRO, Carlos Bernardo. IN: Das Profecias à Premonição: passado, presente e futuro se fundem para constituir a eternidade. Rio de Janeiro: FEB, 1999.
8 – Emancipação da Alma –é um capítulo de O Livro dos Espíritos que nos traz a chave para a compreensão de fenômenos simples como os sonhos e, ao mesmo tempo, colocando a extensão que têm tais fenômenos na compreensão do homem a respeito da vida futura.
Fala André Luiz no livro Os Mensageiros – cap. 38:
“(...) Pensei no longo esforço dos que indagam o mundo dos sonhos. Quantas riqueza psíquica suscetível de conquista, se os pesquisadores conseguissem, deslocar o centro de estudo, das ocorrências fisiológicas para o campo das verdades espirituais (...). p. 207.
9 – Obras de Kardec – é de grande valia a reflexão do médium Élzio Ferreira de Souza (1936-2006):
“(...) Alguns confrades, referindo-se a um pentateuco kardequiano, constituído pelo O livro dos espíritos, O livro dos médiuns, O evangelho segundo o Espiritismo, O Céu e o Inferno e A Gênese, dão-lhe tal conotação que ficam a um passo da sacralização dos textos, olvidando não só a natureza da doutrina espírita, mas também a importância de outrostextos de Kardec como todo o material recolhido na Revista Espírita (AMORIM, Deolindo (espírito). Convite à Reflexão [psicografia e notas de] Élzio Ferreira de Souza. São Paulo, SP: Lachâtre, 2008. p. 52 – nota 1).
10 – Caça dos fatos – Escreve o Espírito Emmanuel no prefácio do livro Os Mensageiros:
O Espiritismo cristão não oferece ao homem tão somente o campo de pesquisa e consulta, no qual raros estudiosos conseguem caminhar dignamente, mas muito mais que isso, revela a oficina de renovação, onde cada consciência de aprendiz deve procurar sua justa integração com a vida mais alta, pelo esforço interior, pela disciplina de si mesma, pelo auto-aperfeiçoamento (André Luiz (espírito)/ XAVIER, Francisco Cândido (médium). Os Mensageiros. 23. Ed. Rio de Janeiro: FEB, 1990. p. 09).
Para maiores esclarecimentos sobre o assunto vejam os capítulos 11 e 12 da referida obra.
11 – Espiritismo – Kardec insiste sobre a necessidade do estudo perseverante e metódico da doutrina sem o que não se pode avaliar o valor de uma ciência, de uma doutrina, em especial a espírita “que nos lança de súbito numa ordem de coisas tão nova quão grande” (O Livro dos Espíritos – Introdução, item VII).
Escreve Kardec no item 35 de O Livro dos Médiuns:
(...) Os que desejam tudo conhecer de uma ciência devem necessariamente ler tudo o que se ache sobre a matéria, ou, pelo menos, o que haja de principal, não se limitando a um único autor. Devem mesmo ler o pró e o contra, as críticas como as apologias, inteirar-se dos diferentes sistemas, a fim de poderem julgar por comparação.
Por esse lado, não preconizamos, nem criticamos obra alguma, visto não querermos de nenhum modo, influenciar a opinião que dela se possa formar. Trazendo nossa pedra ao edifício, colocamo-nos nas fileiras. Não nos cabe ser juiz e parte e não alimentamos a ridícula pretensão de ser o único distribuidor da luz. Toca ao leitor separar o bom do mau, o verdadeiro do falso.
12 – ver o item 5 do cap. II de O Evangelho segundo o Espiritismo.
13 – O estudo das religiões deve fazer-se com a mente livre de dogmas e ideias preconcebidas, de outro modo ficaremos como os filósofos convertidos ao Cristianismo, buscando adequar os conceitos da filosofia aos ensinamentos cristãos e vice-versa (vide RENAN, Ernesto. A Igreja Cristã. Porto, Portugal: Lello e Irmãos Editores. Cap. V).
14 – Declaro o Espírito Camilo:
Quando parte dos despreocupados inertes do mundo se tornar ocupada nos serviços do Senhor, a Terra inteira se transformará num oásis de júbilos, onde a fraternidade e a caridade deixarão de ser expressões desconsideradas no vernáculo vazio, uma vez que, nesses tempos, a Mensagem de Jesus Cristo, visitando o cerne dos corações e ali se instalando, trará messes de renovação aos homens ajustados e comprometidos com o amor transcendente, ocupando-se, positivamente uns com os outros, como Jesus com todos se ocupou (Cintilação das Estrelas. Niterói, RJ: Frater, 1992. p. 34 – psicografia de José Raul Teixeira.
quarta-feira, 6 de novembro de 2013
Poesia Mediúnica em 1º lugar
O aluno L. pediu auxílio ao companheiro Leonardo Paixão para fazer uma poesia com o tema Ser Jovem. Leonardo de boa vontade o vai auxiliar e, para surpresa dele, o Espírito José Grosso se aproxima e dita o que segue, fazendo com que o aluno L. tire o 1º lugar em sua sala e com isto tendo a poesia publicada em livro editado pela escola na qual estuda.Vemos assim o quanto os Espíritos auxiliam aos que têm boa vontade e para aqueles que acompanharam tal processo, fica sendo tal episódio mais uma evidência da imortalidade da Alma. Eis a Poesia:
SER JOVEM
Ser jovem é ser alegre
Passando para o mundo
Este sentimento profundo
Que é o que todos querem
Ser jovem também
É ser questionador
Buscando na vida em meio à dor
A sabedoria a ajudar alguém
Ser jovem é amar
A todos os seres da Natureza
Revelando ao mundo a beleza
De todos em amor abraçar
Ser jovem com juízo
É seguir na vida em Luz
Acompanhando os passos de Jesus
Com responsabilidade no compromisso
José Grosso
(Poema ditado espontaneamente ao médium Leonardo Paixão no dia 24/10/2013)
segunda-feira, 28 de outubro de 2013
José Herculano Pires, 1915-1979
Do livro: O Centro Espírita
Do livro: O Centro Espírita
Se os espíritas soubessem o que é o Centro Espírita, quais são realmente a sua função e a sua significação, o Espiritismo seria hoje o mais importante movimento cultural e espiritual da Terra.
FUNÇÃO E SIGNIFICAÇÃO
O Centro Espírita não é templo nem laboratório – é, para usarmos a expressão espírita de Victor Hugo: point d’optique do movimento doutrinário, ou seja, o seu ponto visual de convergência. Podemos figurá-lo como um espelho côncavo em que todas as atividades doutrinárias se refletem e se unem, projetando-se conjugadas no plano social geral, espírita e não espírita. Por isso mesmo a sua importância, como síntese natural da dialética espírita, é fundamental para o desenvolvimento seguro da Doutrina e suas práticas. Kardec avaliou a sua importância significativa no plano da divulgação e da orientação dos Grupos, explicando ser preferível a existência de vários Centros pequenos e modestos numa cidade ou num bairro, à existência de um único Centro grande e suntuoso.
Um Centro Espírita pequeno e modesto – como na maioria o são - atrai as pessoas realmente interessadas no conhecimento doutrinário, cria um ambiente de fraternidade ativa em que as discriminações sociais e culturais desaparecem no entrelaçamento de todos os seus componentes, considerados como colaboradores necessários de uma obra única e concreta. O ideal é o Centro funcionar em sede própria, para maior e mais livre desenvolvimento de seus trabalhos, mas enquanto isso não for possível, pode funcionar com eficiência numa sala cedida ou alugada, numa garagem vazia ou mesmo numa dependência de casa familial. As objeções contra isso só podem valer quando se trate de casas em que existam motivos impeditivos materiais ou morais.
Muitos centros Espíritas surgiram do desenvolvimento de grupos famílias, desligando-se mais tarde da residência em que se formara. A alegação de que a casa fica infestada ou coisas semelhantes é contraditada pela experiência. Um trabalho de amor ao próximo, feito com sinceridade e intenções elevadas, conta com a proteção dos Espíritos benevolentes e a própria defesa de suas boas intenções. Os Centros oriundos de grupos familiares mostram-se mais coesos e mais abertos conservando a seiva fraterna de sua origem. É esse o clima de que necessitam os trabalhos doutrinários.
Organizado o Centro, com uma denominação simples e afetiva, com o nome de um Espírito amigo ou de uma figura espírita abnegada, de pessoa já desencarnada, preparados, aprovados em assembléia geral e registrados os estatutos, sua função e significação estão definidas como estudo e prática da Doutrina, divulgação e orientação dos interessados, serviço assistencial aos espíritos sofredores e às pessoas perturbadas, sempre segundo a Codificação de Allan Kardec. Sem Kardec não há Espiritismo, há apenas mediunismo desorientado, formas do sincretismo religioso (...), confusões determinadas por teorias pessoais de pretensos mestres.
Dirigente, auxiliares e freqüentadores de um Centro Espírita bem organizado sabem que a Obra de Kardec é um monumento científico, filosófico e religioso de estrutura dinâmica, não estática, mas cujo desenvolvimento exige estudos e pesquisas do maior rigor metodológico, realizadas com humildade, bom-senso, respeito à Doutrina e condições culturais superiores. Opiniões pessoais, palpites de pessoas pretensiosas, livros mediúnicos ou não de conteúdo mistificador, cheios de absurdos ridículos – seja o autor quem for – não têm nenhum valor para um verdadeiro Centro Espírita.
Cada Centro Espírita tem os seus protetores e guias espirituais que comprovam a sua autenticidade pelos serviços prestados, pelas manifestações oportunas e cautelosas, pela dedicação aos princípios Kardecianos. A autoridade moral e cultural dos dirigentes e dos espíritos protetores e guias de médiuns e trabalhos decorre da integração dos mesmos na orientação de Kardec. O Centro que se esquece disso cai fatalmente em situações negativas, adotando práticas antiespíritas e enveredando pelo caminho da traição a Kardec e ao Espírito da Verdade. As conseqüências dessas falências são altamente prejudiciais a todo o movimento espírita. Não se trata de nenhum problema sobrenatural, mas simplesmente de falta de vigilância – principalmente contra o orgulho e a vaidade, que levam muitas pessoas a quererem parecer mais do que outras. Isso acontece também em todos os campos da atividade humana, nos quais encontramos cientistas pretensiosos e sistemáticos, negociantes fraudulentos, médicos apegados às suas idéias próprias. A pretensão humana não tem limites e cada indivíduo pretensioso está sempre assessorado por entidades mistificadoras.
A Ciência Espírita é um organismo vivo, de natureza conceptual, estruturada em leis psicológicas, ou seja, em princípios sem pôr em perigo imediato todo o seu sistema. No centro Espírita em que essa compreensão da doutrina não se desenvolve, na verdade não existe Espiritismo, mas apenas um vago desejo de atingí-lo. As raízes dessa estrutura conceptual estão no cristianismo, não em seu aspecto formal-igrejeiro, mas em sua essência evangélica, definida na Codificação Kardeciana. Os Evangelhos canônicos das Igrejas Cristãs estão carregados de elementos da era Mitológica e superstições judaicas, são esses elementos do passado pagãos-judeu que deformaram o ensino puro de Jesus, permitindo interpretações flagrantemente contrárias ao que Jesus ensinou e exemplificou. No livro “O Evangelho Segundo o Espiritismo” no livro “A Gênese” Kardec mostrou como podemos restabelecer a pureza das raízes evangélicas, usando a pesquisa histórica das origens cristãs, o método analítico-positivo do estudo histórico e o método lógico comparativo dos textos. Sem a pureza das raízes não teremos a pureza dos textos e cairemos facilmente nas trapaças ou nas ilusões dos mistificadores encarnado e desencarnados.
Nas primeiras comunidades cristãs, onde o culto pneumático era praticado, manifestava-se espíritos furiosos, defensores de suas crenças antigas, que injuriavam o Cristo e seus adeptos, a expressão culto pneumático vem do grego, pis pneuma quer dizer espírito. O culto constituía a parte prática do ensino espírita de Jesus. Na I Epístola aos Corintios o apóstolo Paulo dá instruções à comunidade de Corinto sobre a realização desse culto, ensinando até mesmo como os médiuns (então chamados profetas) deviam se comportar na reunião. Os Espíritos se manifestavam pelos médiuns e eram doutrinados pelos participantes do culto. Esse trecho expressivo encontra-se no tópico da epístola que trata dos Dons Espirituais. Não obstante, as Igrejas Cristãs deram interpretações inadequada e absurda a esse trecho, como fizeram com todos os trechos dos Evangelhos em que Jesus se refere à reencarnação. Incapazes de doutrinar os espíritos mistificadores ou agressivos, que atacavam Jesus e sua missão, os que se ligaram ao império Romano suprimiram o culto pneumático, alegando que as entidades que neles se manifestavam eram diabólicas, rejeitando as manifestações espíritas.
Num centro Espírita bem organizado esses problemas são estudados, e ensinados, para que as pessoas interessadas no ensino real do Cristo possam compreender o sentido do Espiritismo. Sem isso, o Centro Espírita deixa de cumprir a sua missão na grande obra de restauração do cristianismo em espírito e verdade. O que o Espiritismo busca é a verdade cristã, cumprindo na Terra a promessa de Jesus, que através de Kardec e seu Guia Espiritual, o Espírito superior que deu a Kardec, quando este lhe perguntou quem era, esta resposta simples: “Para você, eu sou A Verdade”. O Centro Espírita significa, assim uma fortaleza espiritual da grande batalha para o restabelecimento da verdade cristã na Terra. Mas tudo isso deve ser encarado de maneira racional e não mística, no Centro Espírita. Ninguém está ali investido de prerrogativas divinas, mas apenas de obrigações humanas.
sexta-feira, 6 de setembro de 2013
Fotos do lançamento do livro "Sementes de Paz"
Com os amigos Eliane, Ana Lúcia, Rosângela, a companheira Tereza e o amigo Marco.
Com a companheira Tereza e a amiga Ana, dando autógrafo.
Com a amiga Patrícia.
Com o amigo Charles Santiago, nosso fotógrafo
Com os amigos do peito Ana Lúcia, Rosângela e Marco.
quarta-feira, 28 de agosto de 2013
segunda-feira, 29 de julho de 2013
Crítica Literária
(Do site Orientação Espírita - orientacaoespirita.org)
Ícaro Redimido
Autor: Adamastor
Médium: Gilson Freire
Editora: Inede
Número de Páginas:
Lançamento: 2007
Autor: Adamastor
Médium: Gilson Freire
Editora: Inede
Número de Páginas:
Lançamento: 2007
Análise de Leonardo Paixão
Colocaremos para uma leitura dinâmica, parte de textos do livro que consideramos “chaves” para a análise por nós feita e, logo em seguida as nossas observações.
“Durante um ano, antes de iniciar este trabalho, fui invadido, no momento do sono, por uma profusão de sonhos muito reais e que entreteciam todo o enredo da história que iria escrever mais tarde. No entanto, eu não estava ciente do fato e não podia compreender a razão daquilo. Passava os dias acompanhado por aquelas imagens inquietantes e guardava a estranha sensação de trazer a mente invadida por pensamentos que não me pertenciam, pressionando-me as paredes do cérebro para evadir-se. De certa forma me perturbavam, dificultando-me o trabalho diurno, causando-me uma íntima inquietude e a inexplicável impressão de não estar completamente desperto e integrado ao nosso mundo” (Esclarecimentos Necessários, p. 12).
É estranha essa declaração, pois, Espíritos esclarecidos não perturbam a vida cotidiana do médium e deixam agradáveis vibrações e seu trabalho é realizado em dia e horários pré-estabelecidos, sendo que, como diz o Espírito Odilon Fernandes no livro “Mediunidade e Doutrina” psicografia de Carlos Antônio Baccelli e Prefácio de Emmanuel por Chico Xavier, os Espíritos podem de forma natural e espontânea dar mensagens fora deste contexto, mas não é a regra e em o fazendo não perturbarão ao médium.
“Uma entidade que não pertence a este mundo esteve presente junto a mim, inspirando-me no seu relato. Responde pelo nome de Adamastor e sentia a força de sua presença, impondo-me o seu pensamento e dirigindo ativamente o trabalho” (Idem – grifo meu).
Os Bons Espíritos não impõem seus pensamentos, eles os projetam e o médium os filtrará de acordo com a sua capacidade, sendo mais ou menos fiel ao pensamento do Espírito. Aconselhamos sobre este assunto de trabalhos literários pelas vias psicográficas a leitura do capítulo “O amigo Beletrista”, na obra “Devassando o Invisível”, de Yvonne Pereira.
Vejamos aqui resposta de Yvonne sobre psicografia, é de muito esclarecimento o que ele nos transmite:
RIE- Como e quando começou a psicografar?
Resposta de Yvonne Pereira:
Resposta de Yvonne Pereira:
Aos doze anos de idade eu já escrevia impulsionada pelos espíritos, sem, contudo, ter verdadeira noção do fenômeno. Sou criada em ambiente espírita desde o berço e por isso o fato nunca me impressionou. Sentia indomável impulso no braço e atordoamento, sem, no entanto, se verificar o transe, e isso fora mesmo de sessões práticas. Desejava parar de escrever e não conseguia. O fenômeno parece que se processava pela psicografia mecânica. E via o espírito comunicante, que se nomeava Roberto, afirmando ter vivido na Espanha, pelo século XIX. Nunca procurei desenvolver a mediunidade ou a provoquei. Apresentou-me ela, naturalmente, desde a infância. Apenas procurei imprimir-lhe o rumo conveniente, educando-me na moral evangélica e nas disciplinas recomendadas pela doutrina espírita. E comecei a psicografar livros ainda em minha juventude, recebendo o primeiro convite ao trabalho e as necessárias instruções do espírito Camilo Castelo Branco, que desde minha infância se revelou um grande amigo espiritual. Qualquer entidade que conceda uma obra psicografada convida o médium (não ordena) e fornece instruções. Sem esse convite será difícil, senão impossível, conseguir-se alguma coisa autêntica. Pelo menos é o que acontece comigo. (grifamos)
Fonte: Pelos caminhos da Mediunidade Serena/ Yvonne do Amaral Pereira – 1ª Ed., 1ª reimp. – São Paulo, SP: Lachâtre, 2007, pag.24-26.
No Prefácio/Apresentação – que tem por título “A História de um Ícaro” – escrito supostamente pelo Espírito Bezerra de Menezes, há considerações duvidosas:
“(...) aproximando o curso dos fatos desta e da outra vida, unindo causas e efeitos, entretece a verdadeira sucessão da História, em sua lógica impreterível, quando vista sobre o prisma do espírito” (p. 20)
Perguntamos: Se o Carlos Vítor Mussa Tavares, o Carlinhos (filho de Clóvis Tavares), foi a reencarnação de Santos Dumont, conforme revelação de Chico Xavier a Clóvis Tavares, qual a necessidade deste livro? Os fatos já não teriam dito muito?
“Agradeçamos ao esforço de todos por esta contribuição à História, mesmo que os homens da Terra teimem em não lhe reconhecer a inquestionável veracidade” (p. 21 – grifo meu).
Esta não é uma expressão condizente para um Espírito Superior, pois este não está preocupado se os homens o aceitarão ou não, sabe que a obra será realizada. Por outra, a “inquestionável veracidade” sobre a História espiritual de Santos-Dumont é a que foi revelada por Chico Xavier, Yvonne Pereira, Newton Boechat, Wallace Rodrigues e César Burnier (adiante falaremos sobre ela), que destoam do que nesta obra está escrito.
“(...) De forma que não podemos mais duvidar da possibilidade de regressão (grifei), representando, sem dúvida, o maior dano que o espírito é capaz de se infligir” (Cap. 08 – Na Câmara dos Ovoides, p. 84).
Apesar de se estar falando de espíritos em estágio de ovoidização, o autor espiritual fala claramente neste texto que o Espírito pode regredir, afirmativa que vai de encontro às respostas dos Guias da Humanidade em “O Livro dos Espíritos” (vide a questão 193, 194 e o Capítulo V – Considerações sobre a Pluralidades das Existências).
“(...) Será, no entanto, recurso defensivo importante para a manutenção de seu equilíbrio. A medicina terrena ainda não se deu conta disso e trata de inibir, com insistência, essas importantes leucorreias, dificultando muitas vezes o trabalho de drenagem dos miasmas pestilentos” (Cap. 10 – A Bênção do Recomeço).
É informação dada apenas por um Espírito e um médium, sendo o médium Freire médico, o que será que pensa desta proposta anti-higiênica?
“(...) A contração máxima, como a vemos, era já esperada porque Alberto se defrontou com o meio adequado para isso, e a executou convenientemente. Se, no entanto, ele não tivesse sido acomodado no seio uterino, aí sim o processo lhe seria drástico, pois, terminaria, como já vimos, na ovoidização” (Cap. 10, p. 100).
Chico Xavier, Yvonne Pereira, Newton Boechat, Wallace Rodrigues e César Burnier, jamais falaram sobre ovoidização no caso de Santos-Dumont. É estranho que cerca de 60 anos após a mensagem que Dumont deu a Chico Xavier, precise se revelar o fato agora, pois, a sua dolorosa reencarnação como Carlinhos (viveu 17 anos tetraplégico), já foi um grande exemplo e um testemunho da reencarnação. Será que verdadeiramente é preciso mais?
“(...) Somente entidades de altíssimo quilate evolutivo conseguem manipular à distância o desenvolvimento de sua forma, mantendo-se em relativa liberdade durante o processo” (Cap. 11 – Dias Atribulados, p. 106).
Tal informação contrasta com a questão 344 de “O Livro dos Espíritos” e com a questão 51 do item 284 de “O Livro dos Médiuns”. Um exemplo a dar é o de D. Laura, mãe de Lísias em “Nosso Lar”, que não mais precisava reencarnar e em o fazendo deixou aos parentes em “Nosso Lar” muito tristes com a sua “partida”. Outro fato digno de nota é o caso de Espíritos que revelam que iram reencarnar e ao o fazerem, já não mais dão comunicações. Podemos dizer ser este o caso do Espírito Emmanuel, guia de Chico Xavier que, segundo consta está reencarnado desde o ano 2000. Médiuns que dizem receber Emmanuel e até psicografam livros, como é o caso do Wagner Gomes da Paixão em Belo Horizonte, tem sido rechaçado por aqueles que conviveram com Chico de perto, como Eurípedes Humberto Higino dos Reis (filho de coração de Chico), Geraldo Lemos Neto, Nena Galves e outros.
“(...) notamos que a mente do facultativo não se mostrava acessível a qualquer tipo de inferência de nosso plano (grifei)” (Cap. 11, p. 110).
Este trecho é uma contradição com o que em seguida vai escrito.
“(...) Notávamos-lhe a sólida formação moral (grifei), rica de possibilidades para a devida orientação à nossa amiga, porém sua pressa e seu pouco interesse em se envolver com o caso tornavam-no completamente impérvio à nossa atuação” (Cap. 11 – Dias Atribulados, p. 111).
Muito estranha esta passagem, pois, justamente esta “sólida formação moral” é que torna o ser humano dócil às vibrações dos Benfeitores Espirituais e seria fácil a eles a inspiração ao médico citado como de “sólida formação moral”. E o médico, se realmente tivesse esta formação seria uma alma sensível e, por isso mesmo, auxiliaria a meretriz que lhe pedia socorro.
“Nosso sustento na vida ainda se baseia em inadequado vampirismo, praticado em refinadas expressões, sem nos darmos conta de que exercitamos, na verdade, um regime em oposição à Lei do Amor. Se insistimos neste estranho hábito de ingerir as vísceras de nossos irmãos inferiores, justificados por viciadas e pretensas necessidades biológicas, justo é estarmos, por nossa vez, sujeitos ao roubo exploratório de nossas biomassas doentiamente surrupiadas de outros. O amor e não a morte deve alimentar a nossa vida, se queremos de fato que a felicidade habite nossa alma. A indústria da morte, sustentando nos séculos o vício do vampirismo, deve ser assim banida de nossa sociedade, a fim de que ela se harmonize com as Leis de Deus e a paz se estabeleça em seu seio. Sem dúvida que o homem encontrará diversas maneiras de prover a sua vida física no planeta, de forma eficiente e saudável, que não se baseie no extermínio de seus irmãos menores, maculando o puro amor que lhe consubstancia a alma divina” (Cap. 13 – Doloroso Transe, p. 123).
Este parágrafo ressuscita a defesa ferrenha do vegetarianismo que faz o espírito Ramatís no seu livro “Fisiologia da Alma”. Sobre o assunto vejamos o que diz o Espírito Lamennais na Revista Espírita de Dezembro de 1863: “o esquecimento da carne leva mais facilmente à meditação e à prece”. Entretanto, termina dizendo: “Pode ser-se bom cristão e bom espírita e comer a seu gosto contanto que seja razoável. É uma questão um tanto leviana para os nossos estudos, mas não menos útil e proveitosa” (grifos meus).
Lamennais diz que é uma questão leviana, isto é, não tem muita importância; e em que sentido ela é “não menos útil e proveitosa”? No sentido de que nos faz refletir sobre os nossos hábitos alimentícios em relação a como estamos usando os alimentos: com sobriedade ou com exagero? O que importa é o crescimento moral e não o deixar ou não de comer carne.
Já finalizando estes nossos comentários que vão longo, porém, necessários e antes de deixarmos aqui as palavras do confrade Flávio Mussa Tavares, filho de Clóvis Tavares e irmão de Carlos Vítor Mussa Tavares, se faz necessário dizer que a obra de 450 páginas é um repertório de termos médicos e como o espírito Adamastor, conforme orelha do livro “é o pseudônimo de um médico que viveu na França no final do século XIX e se transferiu para o Brasil, onde desencarnou em decorrência do abuso do álcool e do fumo, tendo sido recebido no plano espiritual como suicida (...) Até onde sabemos, seus trabalhos junto a nós têm se desenvolvido no Grupo da Fraternidade Espírita Irmão Vítor, onde já se manifestou através de diversas mensagens de elevado teor, em nome de Bezerra de Menezes (grifei), algumas dirigidas ao Movimento da Fraternidade”.
Um Espírito suicida pode se recuperar e escrever para trazer ensinamentos aos homens, foi o caso de Camilo Castelo Branco através de Yvonne Pereira que, além de outras obras de inegável valor doutrinário, nos legou “Memórias de um Suicida” e de André Luiz que, através de Chico Xavier nos legou a sua lavra de “repórter do Além”.
No caso em pauta, estamos a analisar a linguagem técnica em excesso do referido autor espiritual. Ou o espírito quer dar mostras de seu conhecimento científico, já que ele fora médico ou o médium liberou conhecimentos pela via anímica, para nós sendo mais provável esta última hipótese, pois que os termos são da moderna medicina e, por uma questão de identidade espiritual, o espírito poderia usar dos termos que sabia, diferente com o ocorrido a André Luiz, pois este escreveu pouco depois de sua desencarnação e os conhecimentos que possuía não estavam distantes do conhecimento que se tinha, já não se dá este fato com o espírito Adamastor, que se encontra desencarnado há mais de um século. O fato de ele ter aprendido no Além, diante do que lemos na obra, deixa claro se tratar de um espírito pseudossábio, inclusive enviando mensagens em nome de Bezerra de Menezes, quando vemos o próprio Bezerra – quando se trata de assuntos do Espiritismo e do Movimento Espírita – a irradiar seu pensamento como Espírito Superior que é, a diversos médiuns. Diante disto seria o Prefácio/Apresentação do livro escrito por Bezerra de Menezes ou foi o espírito Adamastor que o escreveu usando o nome do “Médico dos Pobres” (método muito usado pelos espíritos que querem enganar é usurpar o nome de entidades venerandas) e, por isso, dizendo da “inquestionável veracidade” da obra?
Ao final da obra o médium Freire coloca a mensagem que Santos-Dumont deu por Chico Xavier e em nota diz:
“(...) Ela (a mensagem) nos mostra que Santos Dumont já havia se recuperado, embora tivessem decorrido apenas 16 anos de sua trágica morte, tempo considerado curto, tendo em vista a habitualmente longa recuperação dos suicidas. O teor de suas palavras nos atesta que ele se movia rumo à aquisição de nobilitantes conquistas, sobremodo distanciadas dos antigos interesses que o motivaram na vida física, comprovando-se as revelações aqui expostas”.
Em realidade, as palavras de Santos-Dumont não comprovam as “revelações” desta obra, haja vista que a família do saudoso Professor Clóvis Tavares, onde Santos-Dumont encarnou, sendo o Carlinhos, contesta veementemente as “revelações” desta obra. Por outra, a afirmativa de que Santos-Dumont já havia se recuperado, embora tivessem decorrido apenas 16 anos de sua trágica morte (...)”, contrastam com a revelação de Chico Xavier a Clóvis Tavares “de que Santos Dumont, desde 1936, era um dos mais devotados Amigos Espirituais de nossa Escola Jesus Cristo” (TAVARES, Clóvis. Trinta Anos com Chico Xavier. 7. ed. Araras, SP: IDE, 2008. p. 152).
Se Dumont já era Amigo da Escola Jesus Cristo e “um dos mais devotados”, desde 1936, peca o médium Freire em dizer que Santos Dumont recuperou-se 16 anos depois, antes disto, ele já estava ativo no Mundo Espiritual. Ainda sobre o assunto, vejamos a nota que o Dr. Flávio Mussa Tavares colocou à página 67 do livro “Rocha dos Séculos”, 1ª edição, Campos, RJ: Escola Jesus Cristo, 2008:
“É importante revelar aqui que o nobre espírito Santos Dumont comunicou-se também pelo mesmo médium, com o pseudônimo de Lill, escrevendo particularmente a Clóvis Tavares. Estas comunicações estão inseridas no livro “A Morte é Simples Mudança”, onde estão também as poesias de Carlos Vítor, o Carlinhos, filho primogênito de Clóvis Tavares. Ele sofreu como Carlinhos, uma expiação voluntária de seu intento contra a vida na pessoa do Pai da Aviação. Acrescento aqui esta nota, pois a literatura espírita mediúnica está produzindo textos que aludem a uma situação espiritual negativa de Santos Dumont que é absolutamente diferente das informações coincidentes que temos através das mediunidades de Chico Xavier, Yvonne Pereira, Wallace Rodrigues, César Burnier e Newton Boechat. Como Allan Kardec ensinou-nos que devemos balizar-nos pela Universalidade do Ensino dos Espíritos, segue-se que qualquer comunicação que sugira a Santos Dumont uma situação espiritual diferente da observada pelos médiuns supracitados seja apócrifa”.
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