OS ESPÍRITAS E A CONSCIÊNCIA CRÍTICA
Por Leonardo Paixão
Há uma avalanche de obras mediúnicas sendo editadas atualmente e é espantosa a velocidade com que vem a público, deixando perplexos aqueles que, ao entender Kardec e outros pesquisadores dos fenômenos psíquicos, sabem do cuidado que se deve ter ao se colocar uma obra para o público em geral. O público estará preparado para discernir o joio do trigo? Está alicerçado em obras que o tempo consagrou a fim de avaliar devidamente a nova literatura mediúnica que explode no mercado editorial brasileiro? Os médiuns por sua vez, têm seguido o exemplo da prudência que teve Yvonne Pereira ao guardar suas produções mediúnicas durante décadas a fim de serem avaliadas com rigor?
Certo é que em Espiritismo não há nenhum Índex Prohibitorum e, por isso mesmo, é que o direito da pesquisa e da crítica justa, a auxiliarem os neófitos, são atos que merecem louvor, porém, o que se vê são espíritos e médiuns a esquivar-se de tal, numa atitude incoerente diante de uma Doutrina que prima pela razão, não a razão fria somente, mas aquela que nos conduzirá a um nível elevado de consciência.
Para um estudo criterioso do Espiritismo, necessário é o conhecimento, além das obras da Codificação, das que nos legaram outros pesquisadores. Não diremos que se haverá de conhecer todas as obras e todos os autores, mas é preciso um esforço para a leitura de muitas destas obras que dão desenvolvimento à obra kardequiana. São eles (os pesquisadores):
Adolfo Bezerra de Menezes; Albert de Rochas; Alexandre Aksakof; Alfred Erny; Arthur Conan Doyle; Cairbar Schutel; Camille Flammarion; Canuto Abreu; Carlos Bernardo Loureiro; Carlos Imbassahy; César Lombroso; Deolindo Amorim; Epes Sargent; Ernesto Bozzano; Frederic Myers; Gabriel Delanne;Gustave Geley; H. Dennis Bradley; Hermínio Miranda; Ian Stevenson; Inácio Ferreira; J. Arthur Findlay; Jayme Cerviño; Johan karl F. Zöllner; Justinus Kerner; Léon Denis; Oliver Lodge; Osvaldo Melo; Paul Gibier; Robert Owen; Willian Crookes; Willian Crawford; José Herculano Pires.
Estes são alguns nomes, há muitos outros. Quanto às obras mediúnicas recomendamos as de Zilda Gama, Francisco Cândido Xavier, Yvonne Pereira, João Nunes Maia, Júlio Cezar Grandi Ribeiro, Eurícledes Formiga, Divaldo Franco e Raul Teixeira. A extensão de suas obras nos dão décadas de estudo e meditação. Claro que há médiuns outros na atualidade realizando belo trabalho, mas estes sempre nos dizem da necessidade do estudo das obras básicas e subsidiárias.
Poderão argumentar alguns desavisados que tais obras estão ultrapassadas, que são necessárias novas pesquisas, ao que responderemos que as dúvidas em relação aos fenômenos espiríticos e anímicos, se encontram respondidas em tais obras e que, em relação às pesquisas, elas são necessárias, desde que feitas sem prevenção e por pessoas honestas, sejam estas adeptas ou não do Espiritismo, o que vale no campo científico ao se avaliar a temática da sobrevivência do Ser é a sinceridade.
Engana-se quem acha que basta somente a literatura mediúnica para comprovar a imortalidade da alma. E mais, com a materialização que a recente literatura mediúnica tem dado ao Mundo Espiritual, ao invés de favorecer a dúvida e a ânsia por pesquisa, ela estimula a que se pense que os espíritas são um bando de alienados a se deliciar com tolas fantasias do Além.
Nunca é demais a recomendação de Allan Kardec para tudo se analisar com a mais fria razão e, como aconselha o Espírito Erasto "é melhor rejeitar dez verdades a aceitar uma só falsidade, uma só teoria errônea" (O Livro dos Médiuns, item 230).
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