MEDIUNIDADE - DE PENTECOSTES AOS NOSSOS DIAS
Por Leonardo Paixão
Após Jesus ter se elevado e desaparecido (Atos 1:9-11), a mediunidade manifestou-se perante um público internacional, era o Dia de Pentecostes, também chamado de Festa da Colheita, comemorado 50 dias após a Páscoa, era uma festa de ação de graças pelas colheitas e judeus de várias nações se reuniam em Jerusalém pela Festa de Pentecostes, como nos relata Lucas no livro de Atos 2:1-6:
"Cumprindo-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar; e, de repente, veio do céu um som, como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados. E foram vistas por eles línguas repartidas, como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles. E todos foram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito Santo concedia que falassem. E em Jerusalém estavam habitando judeus, varões religiosos, de todas as nações que estão debaixo dos céus. E, correndo aquela voz, ajuntou-se uma multidão e estava confusa, porque cada um os ouvia falar na sua própria língua".
Estava cumprida a profecia de Joel 2:20-29 e o desejo de Moisés (Números 11:29). Ocorreram três fenômenos no dia de Pentecostes, dois de efeitos físicos - "um som, como de um vento veemente e impetuoso" e "línguas..., como que de fogo" - e um de efeito inteligente: "começaram a falar em outras línguas", fenômeno de xenoglossia em que o médium sob a influência do Espírito fala em idioma que desconhece. Para um estudo aprofundado de tão empolgante assunto, aconselhamos a leitura do livro Xenoglossia, de Ernesto Bozzano.
Após Pentecostes, a mediunidade estava tão difundida pelas igrejas que em locais como Corinto, os ciúmes em relação à capacidade mediúnica estava dividindo a Igreja, no capítulo 12 da primeira epístola aos Coríntios, explica a distribuição de dons e no versículo 31 exorta: "Portanto, procurai com zelo os melhores dons; e eu vos mostrarei um caminho ainda mais excelente". O que ocorreu na comunidade cristã de Corinto, ocorre no meio espírita, há médiuns que querem ser dotados de todas as faculdades mediúnicas, não se contentando com a que Deus lhes outorgou, esquecendo-se da advertência de Paulo e do Espírito Sócrates:
"Quando existe o princípio, o gérmen de uma faculdade, esta se manifesta sempre por sinais inequívocos. Limitando-se á sua especialidade, pode o médium tornar-se excelente e obter grandes e belas coisas, ocupando-se de todo nada de bom obterá. Notai, de passagem, que o desejo de ampliar indefinidamente o âmbito de suas faculdades é uma pretensão orgulhosa, que os Espíritos nunca deixam impune. Os bons abandonam o presunçoso, que se torna então joguete dos mentirosos. Infelizmente, não é raro verem-se médiuns que, não contentes com os dons que receberam, aspiram por amor próprio, ou ambição, a possuir faculdades excepcionais, capazes de os tornarem notados. Essa pretensão lhes tira a qualidade mais preciosa: a de médiuns seguros" (O Livro dos Médiuns, 2ª Parte, cap. XVI, item 198).
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