IMORTALIDADE
Por Leonardo Paixão
Desde os tempos de nossos ancestrais, o homem carrega a inquietação quanto à vida de além-túmulo. Ela existe? E se existe como ela é? Todos irão para o mesmo lugar ou cada qual irá para onde os seus méritos ou deméritos o levarem? São perguntas que atormentam mesmo o homem moderno com todas as respostas que a Ciência oferece para n situações.
A questão que aqui se apresenta é como e de que forma o homem primitivo percebeu que era uma dualidade. A explicação mais aceita pelos estudiosos é a de que esta percepção se originou de sua experiência com os sonhos.
“Não é nada improvável que a noção dos selvagens sobre os fantasmas (ou espíritos) tenha se originado principalmente de sua experiência com os sonhos, sendo esta explicação mais aceita presentemente. O guerreiro adormecido viaja amplamente pela região, enquanto caça o búfalo e se junta à dança mágica com camaradas que já morreram, mas que, não obstante, se mostram tão ativos e loquazes quanto ele próprio; mas de repente a cena muda e ele se vê de volta à sua cabana familiar, cercado por seu povo que pode testemunhar que ele não os deixou nem sequer por um momento. Não é improvável, digo eu, que a noção de que o “eu” consciente é algo que pode deixar o corpo material e para ele retornar, possa ter começado a existir por motivo dessas humildes experiências, bastante repetidas” (FISKE, 1995).
A partir dessas experiências que fundamentaram a noção de imortalidade neste homem, a sua vida passa a ter um novo sentido. Quando ocorre o “sono profundo” (a morte) entre eles, com a certeza que carregam agora que o outro vive, preparam todos os objetos que o morto usava e deixam junto ao seu corpo, pois ele deles precisará em sua nova vida. É o início dos ritos funerários (1).
Todas as civilizações tiveram a sua crença num outro mundo, com os seus deuses a conviverem com os homens e a puni-los ou premiá-los pelos seus atos. São estes deuses os responsáveis pela criação do mundo, do homem e de seu destino. É o período dos mitos cosmogônicos. O mito é uma grande força no tempo das sociedades primitivas, é ele que explica aos povos a razão de sua existência.
No avançar da história da humanidade, temos entre o IV e o III milênios a. C., sociedades onde a escrita está presente e a sua organização se faz por parte de um governo centralizado que mantém a estrutura hierárquica da sociedade (cf. BORGES. O Que é História, 1980). Neste período destaca-se a civilização egípcia por sua organização e em especial pelo seu fantástico mundo religioso. A história desta civilização fascina a humanidade até hoje. O Egito Antigo com suas pirâmides, sua cultura e seu panteão de deuses, é considerada terra de mistérios e muitas teorias já foram engendradas para explicar os arcanos desta terra fascinante, dentre elas há a do pesquisador Erick von Däniken, exposta nos livros “eram os deuses astronautas?” e “De Volta às Estrelas”, onde tenta provar que os grandes feitos desta civilização e de muitas outras foi devido à ajuda de extraterrestres. Tal teoria reduz tudo a este fato e faz cair no descrédito pesquisas feitas por arqueólogos, geólogos, historiadores e egiptólogos, pesquisadores sérios que não se deixam levar por reducionismos, como é o caso de Däniken (2). Voltemos à terra dos Faraós.
Os egípcios tal como outras tribos primitivas, praticavam o animismo, por volta de 3000 a. C., junto ao desenvolvimento da civilização ocorre o desenvolvimento da religião egípcia. Os deuses egípcios trazem os resquícios do animismo em suas formas zooantropomórficas. Uma das características da religião egípcia é a sua preocupação com a imortalidade. O maior exemplo desta importância se encontra no mito de Osíris:
“(...) Conta a lenda que Osíris, filho de Gheb (terra) e marido de Ísis, ensinou aos homens a agricultura (principal atividade econômica do Antigo Egito). Ele era o soberano dos habitantes do Nilo e induziu os súditos a viverem em paz, sem destruírem-se mutuamente. Para conseguir isso, ensinou-lhes a trabalhar a terra, a cultivar as parreiras e, assim abandonar a vida nômade.
Ísis, a irmã-esposa, curava as doenças, expulsava os espíritos malignos com magias, fundou a família, ensinou os homens a fazer pão e as mulheres a tecer e a bordar. Os dois juntos teriam fundado a civilização egípcia. Segundo as narrativas históricas, o irmão de Osíris, Seth, tomado de ciúmes, afogou-o no rio Nilo e depois o esquartejou e espalhou seus pedaços pelo Egito.
Ísis recolheu todos os pedaços, refez-lhe o corpo e o ressuscitou, tornando ele a viver no céu. Hórus, seu filho com Ísis, mata Seth, vingando Osíris, e, como prêmio recebe o trono do Egito. Esta lenda, além de justificar a divindade dos faraós, que são descendentes de Osíris, representa, através do retorno de Osíris à vida, a imortalidade da alma e a reencarnação” (VIEIRA, 2005).
A ideia de imortalidade dos egípcios continha noções complexas sobre a constituição do ser humano, para eles os homens possuíam um corpo físico (khat), a alma (ba) e um corpo espiritual (ka). Ao morrer a alma encontrava-se com Osíris no mundo espiritual e por ele seria julgada e, de acordo com as ações boas ou más praticadas, ela iria para um local bom ou ruim. Esta vida, entretanto, não é eterna, a alma haveria de reencarnar-se para nova vida na Terra. Apesar de a alma fazer parte do conceito religioso do Egito Antigo, a imortalidade desta se faz presente no corpo físico. Como Osíris reviveu em seu corpo, assim também o homem haveria de reviver infinitas vezes em seu corpo, daí a crença na reencarnação, que entendida como a volta da alma no corpo que havia deixado, foi a base para os cuidados que tinham os egípcios para a conservação do cadáver.
A civilização egípcia tinha tal preocupação com a vida eterna, que a busca por ela, fez os egípcios organizarem-na em termos concretos, isto é, a vida de além-túmulo seria cópia melhorada da vida terrena. Falemos agora da civilização Mesopotâmica, seus deuses e suas realizações.
Os deuses da Mesopotâmia têm sua origem em dois princípios originários: Tiamat (princípio feminino) e Aspu (princípio masculino). Marduk, o último dos deuses, luta contra os outros que o precederam e vence, após a vitória ele forma o mundo com o corpo de Tiamat. Marduk é o criador dos homens e deus da capital Babilônia. Alguns veem nesse mito a criação dos homens pelos deuses para que estes os alimentem através de seu trabalho. Tal fato justificaria de forma parcial a visão pessimista dos mesopotâmicos frente ao mundo e, explica porque o homem não poderia obter a vida eterna, ou seja, a imortalidade (cf. BORGES, op, cit., 1980).
Por volta de 3.400 a. C., os mesopotâmicos teriam se infiltrado no Egito. Com essa infiltração os egípcios muito ganharam no desenvolvimento de novas tecnologias e ideias. A escrita mesopotâmica de formato cuneiforme, muito provavelmente influenciou os egípcios quanto à sua forma de registrar os fatos.
A civilização mesopotâmica irradiou sua cultura para muitos povos, a escrita, os mitos, os conhecimentos atingiram a Palestina, a Pérsia, o mar Egeu, chegando até mesmo à Índia.
Enquanto a civilização egípcia vivia em prol do mundo de além-túmulo, os mesopotâmicos sem preocupação com o pós-morte, se dedicaram a várias áreas do conhecimento humano, muitos dos quais permanecem até hoje em nossa cultura, quais a divisão do dia em 24 horas e da hora em 60 minutos e o consequente calendário, que sofreu mudanças no decorrer das eras; os horóscopos de hoje têm suas raízes nesta civilização e conhecimentos práticos quanto à construção de templos, palácios e canais de irrigação.
Estas duas civilizações – Egito e Mesopotâmia – uma voltada para os céus e outra voltada para a Terra, respectivamente, podemos falar são as origens de um pensamento voltado para a busca do conhecimento em sua totalidade dual, espiritual e física, haja vista que a viagem de Pitágoras ao Egito (3) o fez levar para a Grécia os mistérios lá ensinados e logicamente o auxiliou o desenvolvimento de suas concepções matemáticas, concepções essas que os egípcios com a infiltração dos mesopotâmicos também apreenderam destes por sua vez.
A civilização grega do século V a. C. começava a deixar os mitos e buscar as respostas da vida em si mesmos. A palavra mito vem do grego, mythos, e deriva de dois verbos: mithey (contar, narrar, falar alguma coisa para os outros) e mytheo (conversar, contar, anunciar, nomear, designar). O mito para os gregos é uma narrativa feita em público e baseada na autoridade e confiabilidade da pessoa do narrador.
Mas quem narra o mito? O poeta rapsodo. Os gregos acreditavam que o poeta era um enviado dos deuses e que estes lhe mostram os acontecimentos passados, permitindo que ele veja a origem de todos os seres e de todas as coisas para transmití-la aos ouvintes. Desta forma, o mito é uma revelação divina, portanto, incontestável e inquestionável (cf. CHAUÍ, Convite à Filosofia).
Numa civilização tão rica de deuses como a grega, o advento da filosofia é o início da vitória da razão contra a fantasia. Essa vitória não se daria da noite para o dia, apesar de já não mais se acreditar nos deuses a dividir o espaço com o homem, as religiões de mistério surgidas com os primeiros filósofos “proporcionaram uma ideologia às massas camponesas sem posses, mineiros e escravos, promtendo-lhes a salvação, o bálsamo espiritual para as suas angústias materiais e econômicas (...). Mas, os caminhos para a salvação consistiam principalmente em ritos mágicos – iniciações e purificações tomadas de empréstimo do totemismo – ritos teatrais de fertilidade procedentes de bárbaros rústicos, tais como os que haviam assegurado a imortalidade primeiro ao faraó e posteriormente a todos os egípcios que podiam custeá-los” (4). Foi necessário um intervalo de praticamente um século desde Pitágoras (571-496 a. C.) a Sócrates (469-399) a. C.), para que a filosofia saísse dos templos e se estendesse ao povo sem os ritos e formalidades das religiões de mistério.
Sócrates não deixou nada escrito, mas seus discípulos registraram seus ensinos para a posteridade, contribuíram para tal Xenofonte, Aristófanes, Antístenes, Platão e Aristóteles (que não conheceu Sócrates pessoalmente, mas através de seu mestre Platão). Segundo alguns estudiosos o discípulo que traduziu fielmente a doutrina de Sócrates foi Antístenes, porém, quem lhe imortalizou a obra foi Platão, que deixou-nos várias obras em que Sócrates está vivo e podemos nos deleitar na análise de sua doutrina (5).
A ideia de imortalidade que fazia Sócrates não tem nada que ver com os antigos mitos, como precursor das ideias cristãs e do Espiritismo, como nos fala o insigne Allan Kardec. Sócrates deixou-nos conceitos que o Cristianismo e o Espiritismo também expressam. Para um estudo aprofundado do que afirmamos, aconselha-se a leitura do item IV da Introdução de “O Evangelho segundo o Espiritismo” – Sócrates e Platão precursores da ideia cristã e do Espiritismo. A partir de Sócrates a História da Filosofia não seria a mesma (6).
O conceito de imortalidade colocado como surgido no cérebro de um primitivo e através da experiência do sonho, comum a todos os homens, pode ser considerado, como dizem, como dizem os materialistas, uma prova de que a fé e o conceito de vida eterna são coisas risíveis, pois a sua origem é proveniente de falsas interpretações de mentes incultas, não sendo tais conceitos dignos de estudo por homens de ciência.
O homem primitivo com sua mente infantil, obviamente não podia alcançar as implicações que a sua experiência tinha para a vida. Já nós, homens modernos, que vivemos num mundo onde a informática e o conhecimento se encontram a qualquer hora e momento, não haveremos de julgar tais conceitos de maneira a ridicularizá-los, pelo contrário, compreende-se que a interpretação do primitivo está “errada” em relação ao conceito de sonho, mas que a noção de imortalidade é a verdade que se depreende das experiências deste. Os sonhos não são apenas símbolos do inconsciente, se assim fosse, que dizer dos sonhos premonitórios? Este fato é suficiente para estudos profundos da psique humana. Homens destemidos como o Dr. Joseph Banks Rhine dedicaram-se a estes estudos. Rhine declarou corajosamente: “Nada em toda a história do pensamento humano – heliocentrismo, evolução, relatividade – foi mais verdadeiramente revolucionário ou radicalmente contraditório para o pensamento contemporâneo do que os resultados da investigação da psiprecognitiva” (7).
Allan Kardec na parte segunda, capítulo VIII de “O Livro dos Espíritos” – Da Emancipação da Alma, faz 54 perguntas aos Espíritos sobre sono, sonhos, telepatia e ao final faz um excelente estudo sobre o sonambulismo, o êxtase e a dupla vista (8). Estes fenômenos por si sós já seriam suficientes para provar ao homem a existência da alma, mas o orgulho humano dá a eles pouca atenção, considerando-os produtos do cérebro ou desequilíbrio da mente, por isso, as manifestações mediúnicas são a prova inconteste da imortalidade da alma e da vida futura. Em toda a sua obra Kardec fala de como fica a situação dos espíritos no além dependendo de como foi a sua estada na Terra, porém, as obras que mais nos esclarecem a respeito são “O Céu e o Inferno” e a “Revista Espírita” (9), por trazerem as evocações feitas por Kardec e as comunicações espontâneas dos espíritos. É imprescindível ao espírita o estudo de tais obras e a observação dos fatos, sejam os mediúnicos ocorridos nas reuniões ordinárias na casa espírita ou os casos de sonhos premonitórios, pressentimentos, etc. Certo é que não ficaremos à caça dos fatos (10), entretanto, o Espiritismo, diz Kardec, não é uma ciência fácil, devendo o observador estar atento aos detalhes os quais muitas vezes passam despercebidos.
O Espiritismo toca em um ponto crucial para o homem, levando-o a encarar a vida sob outro ponto de vista (12). A vida futura sempre foi alvo dos estudos dos teólogos, filósofos, historiadores e de estudiosos de outras ciências correlatas, entretanto, apenas a teorização e as pesquisas bibliográficas não são suficientes para promover a convicção desta, ao contrário, tais pesquisas não raras vezes fazem o homem se perder em divagações, permanecendo a sensação de vazio e desorientação. Jamais seremos contra as pesquisas, pois seria um contrassenso falarmos de estudos e ao mesmo tempo desmerece-los, fazemos tal ressalva apenas por percebermos o quanto os pesquisadores e estudiosos não chegam à uma conclusão final dos estudos que empreendem, ou então, consideram a vida futura fruto da fértil imaginação humana, enquanto outros aferram-se a um triste fundamentalismo. O caráter mediúnico da Revelação Espírita fornece nova luz aos estudos sobre as origens da religião, dando a perceber ao estudioso conceitos iguais em essência nos livros sagrados das mais diversas religiões (13). Claro é que os estudiosos fazem comparações, mas estas estão presas às formas ficando esquecida a essência, cabe ao Espiritismo retirar o homem da caverna e pô-lo em contato com o Sol da verdade, isto é, dar-lhe a compreensão do por que da vida, somente com esta compreensão o homem possibilitará um mundo de amor e fraternidade, que nada mais é que nosso dever (14).
NOTAS
1 – Ritos Funerários
Geofrey Blainey esclarece:
“(...) Evidências que chegaram até nossos dias sugerem que muitos humanos esperavam renovar sua existência em uma vida após a morte; a viagem para essa nova vida requeria acessórios ou indicativos do status de cada um, e os itens escolhidos eram arranjados ao redor do corpo no túmulo. Em Sunghir, na Rússia, cerca de 28 mil anos atrás, um homem de aproximadamente 60 anos de idade teve seu corpo adornado com mais de dois mil fragmentos de marfim e de outros ornamentos. Atingir 60 anos de idade deve ter sido algo digno de veneração, pois a maioria dos adultos morria muito mais cedo.
Em outro túmulo, enterrada ao lado de um homem, uma adolescente fora vestida com um chapéu de contas e um provável manto, do qual o único vestígio é um alfinete de marfim que o teria prendido ao pescoço da menina. Seu corpo estava coberto com mais de cinco mil contas e outros enfeites. O longo tempo que os amigos ou a tribo inteira levaram para preparar essas decorações e o cuidado que tiveram para arrumar o túmulo são um sinal de que a morte era tão importante quanto a vida (Uma Breve História do Mundo. 2. ed. SP: Fundamento, 2008).
Gordon Childe observa:
“No Egito, as representações da vida numa propriedade mortuária – a semeadura, a colheita, a construção de barcos, até os esportes dos camponeses – pintadas nas paredes do túmulo, proporcionavam ao morto proprietário o gozo de seus produtos” (O Que Aconteceu na História. 2. ed. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1996. p. 145).
2 – Citamos Däniken como exemplo de uma proposta pouco racionalizada, as suas hipóteses não são levadas em conta hoje, justamente por reduzir todos os fenômenos incompreendidos pela arqueologia como provindos de criaturas extraterrestres, o mesmo se dá com certos trechos da Bíblia, por exemplo, o “arrebatamento” do profeta Elias, que a mediunidade devidamente estudada pelo Espiritismo é a chave que explica a visão que teve o profeta Eliseu e diversos outros fatos descritos no Antigo e Novo Testamentos, na Codificação encontramos as explicações lógicas por estes diversos fenômenos.
3 – Pitágoras e o Egito.
Escreve Gordon Childe:
“(...) os filósofos gregos não dependiam exclusivamente de suas observações – deviam conhecer as realizações da ciência babilônica e egípcia. No tocante à Aritmética, Geometria e Astronomia, a ciência grega levantou-se sobre as bases estabelecidas no Nilo e no Eufrates. Tales, o primeiro filósofo da Natureza, era meio fenício, segundo a opinião corrente, e julga-se que tenha estudado Geometria no Egito. Acredita-se também que Pitágoras aprendeu Geometria no Egito.
Ele e seus discípulos certamente realizaram o estudo da Matemática, mesmo que frequentemente o fizessem com propósitos místicos e mágicos (...) (CHILDE, op.cit., p.227).
4 – CHILDE, op. cit., p. 224.
5 – TAVARES, Leonardo Machado. A Sabedoria de Sócrates e o Cristianismo Redivivo. Araras, SP: IDE, 2008. p. 41.
6 – Sócrates e a História da Filosofia
“(...) ele fora tão grande e tão importante que dividira a história da filosofia em duas partes, antes e depois dele, eis porque os filósofos são considerados, após sua existência, em pré ou pós socráticos (Ibid., p. 37).
7 – APUD: LOUREIRO, Carlos Bernardo. IN: Das Profecias à Premonição: passado, presente e futuro se fundem para constituir a eternidade. Rio de Janeiro: FEB, 1999.
8 – Emancipação da Alma –é um capítulo de O Livro dos Espíritos que nos traz a chave para a compreensão de fenômenos simples como os sonhos e, ao mesmo tempo, colocando a extensão que têm tais fenômenos na compreensão do homem a respeito da vida futura.
Fala André Luiz no livro Os Mensageiros – cap. 38:
“(...) Pensei no longo esforço dos que indagam o mundo dos sonhos. Quantas riqueza psíquica suscetível de conquista, se os pesquisadores conseguissem, deslocar o centro de estudo, das ocorrências fisiológicas para o campo das verdades espirituais (...). p. 207.
9 – Obras de Kardec – é de grande valia a reflexão do médium Élzio Ferreira de Souza (1936-2006):
“(...) Alguns confrades, referindo-se a um pentateuco kardequiano, constituído pelo O livro dos espíritos, O livro dos médiuns, O evangelho segundo o Espiritismo, O Céu e o Inferno e A Gênese, dão-lhe tal conotação que ficam a um passo da sacralização dos textos, olvidando não só a natureza da doutrina espírita, mas também a importância de outrostextos de Kardec como todo o material recolhido na Revista Espírita (AMORIM, Deolindo (espírito). Convite à Reflexão [psicografia e notas de] Élzio Ferreira de Souza. São Paulo, SP: Lachâtre, 2008. p. 52 – nota 1).
10 – Caça dos fatos – Escreve o Espírito Emmanuel no prefácio do livro Os Mensageiros:
O Espiritismo cristão não oferece ao homem tão somente o campo de pesquisa e consulta, no qual raros estudiosos conseguem caminhar dignamente, mas muito mais que isso, revela a oficina de renovação, onde cada consciência de aprendiz deve procurar sua justa integração com a vida mais alta, pelo esforço interior, pela disciplina de si mesma, pelo auto-aperfeiçoamento (André Luiz (espírito)/ XAVIER, Francisco Cândido (médium). Os Mensageiros. 23. Ed. Rio de Janeiro: FEB, 1990. p. 09).
Para maiores esclarecimentos sobre o assunto vejam os capítulos 11 e 12 da referida obra.
11 – Espiritismo – Kardec insiste sobre a necessidade do estudo perseverante e metódico da doutrina sem o que não se pode avaliar o valor de uma ciência, de uma doutrina, em especial a espírita “que nos lança de súbito numa ordem de coisas tão nova quão grande” (O Livro dos Espíritos – Introdução, item VII).
Escreve Kardec no item 35 de O Livro dos Médiuns:
(...) Os que desejam tudo conhecer de uma ciência devem necessariamente ler tudo o que se ache sobre a matéria, ou, pelo menos, o que haja de principal, não se limitando a um único autor. Devem mesmo ler o pró e o contra, as críticas como as apologias, inteirar-se dos diferentes sistemas, a fim de poderem julgar por comparação.
Por esse lado, não preconizamos, nem criticamos obra alguma, visto não querermos de nenhum modo, influenciar a opinião que dela se possa formar. Trazendo nossa pedra ao edifício, colocamo-nos nas fileiras. Não nos cabe ser juiz e parte e não alimentamos a ridícula pretensão de ser o único distribuidor da luz. Toca ao leitor separar o bom do mau, o verdadeiro do falso.
12 – ver o item 5 do cap. II de O Evangelho segundo o Espiritismo.
13 – O estudo das religiões deve fazer-se com a mente livre de dogmas e ideias preconcebidas, de outro modo ficaremos como os filósofos convertidos ao Cristianismo, buscando adequar os conceitos da filosofia aos ensinamentos cristãos e vice-versa (vide RENAN, Ernesto. A Igreja Cristã. Porto, Portugal: Lello e Irmãos Editores. Cap. V).
14 – Declaro o Espírito Camilo:
Quando parte dos despreocupados inertes do mundo se tornar ocupada nos serviços do Senhor, a Terra inteira se transformará num oásis de júbilos, onde a fraternidade e a caridade deixarão de ser expressões desconsideradas no vernáculo vazio, uma vez que, nesses tempos, a Mensagem de Jesus Cristo, visitando o cerne dos corações e ali se instalando, trará messes de renovação aos homens ajustados e comprometidos com o amor transcendente, ocupando-se, positivamente uns com os outros, como Jesus com todos se ocupou (Cintilação das Estrelas. Niterói, RJ: Frater, 1992. p. 34 – psicografia de José Raul Teixeira.
Nenhum comentário:
Postar um comentário