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segunda-feira, 31 de março de 2014

145 ANOS DE DESENCARNAÇÃO DE ALLAN KARDEC
Por Leonardo Paixão - Campos, RJ - 31/03/2014
 
Em 31 de Março de 1869 tombava sob o impacto de um aneurisma o gênio Allan Kardec.
Consciência elevada, posicionamento crítico, o Mestre não era de forma alguma destituído de bom-humor e de paciência e tolerância evangélicas.
Camille Flammarion o chamou no discurso que fez em suas exéquias de "o bom-senso encarnado". Estudando toda a sua obra, confirmamos o que disse Flammarion.
Neste dia em que se lembra da desencarnação do Mestre Lionês, a forma com que temos de homenageá-lo é o nos debruçarmos sobre a obra que deixou, vivenciando em nossa vida cotidiana o lema evangélico que nos legou: "FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO".
Conhecer a obra do Mestre é precaver-se contra os possíveis desvios que se queira dar à Doutrina, colocando opiniões pessoais como absolutas verdades, quando para isto, o método do Controle Universal do Ensino dos Espíritos colocado por Kardec na Introdução, item 2 de "O Evangelho segundo o Espiritismo", resguarda a Doutrina contra estes abusos.
Imitemos o exemplo de Allan Kardec e teremos o discernimento suficiente para melhor agir em todos os lances da vida.
A vida do Professor Rivail traz lances dolorosos, mas também nos fala de sua alegria em servir e das benesses recebidas, assim com todos os que se tornam discípulos do Cristo. Eis o que em 1867 escreveu Allan Kardec:
 
"(...) Andei em luta com o ódio de inimigos encarniçados, com a  injúria, a calúnia, a inveja e o ciúme; libelos infames se publicaram contra mim; as minhas melhores instruções foram falseadas; traíram-me aqueles em quem eu mais confiança depositava, pagaram-me com a ingratidão aqueles a quem prestei serviços. A Sociedade de Paris se constituiu foco de contínuas intrigas urdidas contra mim por aqueles mesmos que se declaravam a meu favor e que, de boa fisionomia na minha a presença, pelas costas me golpeavam. Disseram que os que se me conservavam fieis estavam à minha soldada e que eu lhes pagava com o dinheiro que ganhava do Espiritismo. Nunca mais me foi dado saber o que é o repouso; mais de uma vez sucumbi ao excesso de trabalho, tive abalada a saúde e comprometida a existência.
Graças, porém, à proteção e assistência dos bons Espíritos que incessantemente me deram manifestas provas de solicitude, tenho a ventura de reconhecer que nunca senti o menor desfalecimento ou desânimo e que prossegui, sempre com o mesmo ardor, no desempenho de minha tarefa, sem me preocupar com a maldade de que era objeto. Segundo a comunicação do Espírito de Verdade, eu tinha de contar com tudo isso e tudo se verificou.
Mas, também, a par dessas vicissitudes, que de satisfações experimentei, vendo a obra crescer de maneira tão prodigiosa! Com que compensações deliciosas foram pagas as minhas tribulações! Que de bênçãos e de provas de real simpatia recebi da parte de muitos aflitos a quem a Doutrina consolou! Este resultado não mo anunciou o Espírito de Verdade que, sem dúvida intencionalmente, apenas me mostrara as dificuldades do caminho. Qual não seria, pois, a minha ingratidão, se me queixasse! Se dissesse que há uma compensação entre o bem e o mal, não estaria com a verdade, porquanto o bem, refiro-me às satisfações morais, sobrelevaram de muito o mal. Quando me sobrevinha uma decepção, uma contrariedade qualquer, eu me elevava pelo pensamento acima da Humanidade e me colocava antecipadamente na região dos Espíritos e desse ponto culminante, donde divisava o da minha chegada, as misérias da vida deslizavam por sobre mim sem me atingirem. Tão habitual se me tornara esse modo de proceder, que os gritos dos maus jamais me perturbaram" (Obras Póstumas - Nota de Allan Kardec ao texto Minha Missão, de 12 de junho de 1856).
 
Vemos aí o retrato do que ocorre em nossas Casas Espíritas na atualidade, estamos no momento da aferição de valores, coloquemo-nos, como o Mestre, em pensamento na região dos Espíritos e nossa consciência nos dirá se temos ou não o que temer e onde nós nos devemos esforçar para modificarmo-nos.
Louvando o ensino que nos legou o Missionário do Cristo, Allan Kardec, dizemos:
Ave, Kardec, os teus discípulos te louvam e saúdam!
 
 

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