Por
Leonardo Paixão (*)
Publicado também no Jornal eletrônico O Rebate: http://orebate-jorgehessen.blogspot.com.br/2016/02/o-zika-virus-veio-para-legalizar-o.html
Publicado também no Jornal eletrônico O Rebate: http://orebate-jorgehessen.blogspot.com.br/2016/02/o-zika-virus-veio-para-legalizar-o.html
O atual surto de pessoas infectadas com o vírus zika e de
mulheres que têm dado à luz crianças portadoras de microcefalia, tendo sido
apontado o vírus por principal causador desta deficiência, vem trazendo à tona
a discussão sobre a legalização do aborto.
Segundo o comissário de direitos Humanos da ONU, Zeid
Ra’ad AlHussein declarou nesta sexta-feira, dia 05/02, o seguinte sobre o
direito ao aborto: “As leis e as políticas que restringem acesso a esses
serviços devem ser urgentemente revistas, em consonância com os direitos
humanos, a fim de garantir o direito à saúde para todos".
Este comunicado do comissário da ONU leva a refletir
sobre quando começa a vida, o que diz a ciência sobre o assunto, em que semana
de gestação a microcefalia é detectada e quais as outras causas desta
deficiência. É o que colocaremos nos parágrafos a seguir.
A Embriologia Humana, ramo das Ciências Biológicas, diz
que a vida começa na concepção:
Keith
Moore and T. V. N. Persaud, The Developing Human: Clinically Oriented
Embryology (6th ed. only) (Philadelphia: W. B. Saunders Company, 1998):
"O
desenvolvimento humano é um processo contínuo que inicia quando um ovócito
(óvulo) de uma fêmea é fertilizado pelo esperma (ou espermatozoide) de um
macho"
"...
mas o embrião começa a se desenvolver logo que o ovócito é fertilizado"
(p. 2)
"Zigoto:
esta célula resulta da união de um ovócito e um esperma. Um zigoto é o início
de um novo ser humano (ou seja, um embrião)." (p. 2)
"O
desenvolvimento humano inicia na fertilização, processo durante o qual o gameta
masculino ou esperma (...) une-se com um gameta feminino ou ovócito (...) para
formar uma célula única, chamada zigoto. Esta célula altamente especializada e
totipotente marca o início de cada um de nós como um ser individual" (p.
18)
William Larsen, Human Embryology (New York: Churchill
Livingstone, 1997):
"Neste texto iniciamos
nossa descrição do desenvolvimento humano com a formação e diferenciação das
células femininas e masculinas ou gametas, que unir-se-ão na fertilização para
iniciar o desenvolvimento embrionário de um novo indivíduo. (...) A
fertilização ocorre nas Trompas de Falópio (...) resultando na formação de um
zigoto contendo um único núcleo diplóide. Considera-se que o desenvolvimento
embrionário inicia-se neste ponto" (p. 1)
"Este
momento da formação do zigoto pode ser considerado como o início ou momento
zero do desenvolvimento embrionário" (p. 17)
Ronan O'Rahilly and Fabiola Muller, Human Embryology
& Teratology (New York: Wiley-Liss, 1994):
"A
fertilização é uma etapa importante, pois, sob condições normais, um novo e
distinto organismo humano é assim formado" (p. 5)
"A
fertilização é o processo de eventos que inicia quando um espermatozoide faz
contato com um ovócito (...)" (p. 19)
"O
zigoto (...) é um embrião unicelular" (p. 19).
A Doutora, Alice Teixeira Ferreira, em seu artigo – A Origem
da Vida Humana e o Aborto (1), diz:
“Em 1839, Schleiden e Schwan, ao formularem a Teoria
Celular, foram responsáveis por grandes avanços da Embriologia. Conforme tal
conceito, o corpo é composto por células, o que leva à compreensão de que o
embrião se forma a partir de uma ÚNICA célula, o zigoto, que por muitas
divisões celulares forma os tecidos e órgãos de todo ser vivo, em particular o
humano. Com base nestas evidências experimentais, o Papa Pio IX aceitou a
concepção como a origem do ser humano, em 1869. Não se trata, portanto, de um
dogma religioso, mas da aceitação de um fato cientificamente comprovado. Para
não dizer que se trata de conceitos ultrapassados, pode-se verificar que TODOS os textos de Embriologia Humana
consultados, nas suas últimas edições, afirmam que o desenvolvimento humano se
inicia quando o ovócito é fertilizado pelo espermatozoide. TODOS afirmam
que o desenvolvimento humano é a expressão do fluxo irreversível de eventos
biológicos ao longo do tempo, que só para com a morte. TODOS nós passamos pelas
mesmas fases do desenvolvimento intrauterino: fomos um ovo, uma mórula, um
blastocisto, um feto. Em todos os textos, os autores expressam sua admiração de
como uma célula, o ovo, dá origem a algo tão complexo como o ser humano. Alguns
afirmam tratar-se de um milagre.
Em
2002, na revista Nature, Helen Pearson relata os experimentos de R. Gardener e
Magdalena Zernicka-Goetz, onde demonstram que o nosso destino está determinado
no primeiro dia, no momento da concepção. Mais recentemente, também na Nature
(2005), Y. Sasai descreve os fatores/proteínas que controlam o desenvolvimento
do embrião a partir da concepção, descobertos por Dupont e colaboradores. O
embriologista Lewis Wolpert chega a afirmar que o momento em que o ovo começa a
se dividir é o momento mais importante de nossa vida, mais que o nascimento,
casamento ou morte.
Tenta-se
atualmente, através de uma retórica ideológica, justificar a morte de embriões
e fetos com argumentos despidos de fundamentos científicos, tais como:
"Não sabemos quando começa a vida do ser humano". Pelo visto acima,
não é verdade. "O embrião humano é um montinho de células". Se fossem
células comuns, certos pesquisadores não estariam tão interessados nelas. São
tão extraordinárias que dão origem a um indivíduo completo. "O embrião
humano não tem cérebro e é comparável à morte cerebral". Comparação
absurda, pois a morte cerebral é uma situação irreversível — não há maneira de
recuperar os neurônios mortos — e o embrião dispõe das células pluripotentes,
que vão originar o cérebro. "O embrião com menos de 14 dias não tem
consciência porque não tem tecido neural". Mas este argumento decorre
apenas e tão somente da separação entre mente/alma e o corpo operada pela
filosofia cartesiana.
(***)
Assim, ser a favor da descriminalização do aborto
equivale a ser conivente com o assassinato de embriões e fetos que, como vimos,
já são vidas humanas. E, com isso, não há como concordar.
Atualmente,
não se discute a realidade dos fatos biologicamente comprovados. Aceita-se que
se está matando um ser humano através do aborto. Buscam agora justificativas
"sociais" e para isto dão números falsos: O DataSUS relata 115 mortes
de mulheres em 2004, no Brasil, causadas por aborto (a pesquisa não especifica
se foram abortos provocados, ilegais, etc.).
São
enganosas as estatísticas de milhões de mortes referidas pelos que são
favoráveis ao aborto” (os grifos são do original).
A
vida humana começa na concepção, isto é fato científico e confirma o que os
Benfeitores Espirituais revelaram à Humanidade há mais de um século:
“344
– em que momento a alma se une ao corpo?
- “A
união começa na concepção, mas só é completa por ocasião do nascimento. Desde o
instante da concepção, o Espírito designado para habitar certo corpo a este se
liga por um laço fluídico, que cada vez mais se vai apertando até ao instante
em que a criança vê a luz. O grito, que o recém-nascido solta, anuncia que ela
se conta no número dos vivos e dos servos de Deus” (KARDEC, Allan. O Livro dos
Espíritos. 91. Ed. Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira, 2008. p.
225).
(***)
Quando
é detectada a microcefalia, em que semana de gestação?
O médico Artur Timerman, diz que a microcefalia aparece
no ultrassom no 6º mês de gravidez.
“No
Nordeste do país, as alterações cerebrais dos fetos têm aparecido só por volta
da 28ª semana de gestação.
"Fazendo
um acompanhamento [com ultrassom] mais frequente, podemos identificar
alterações mais cedo", afirma o obstetra Thomaz Gollop, professor da USP.
Já o
obstetra Manoel Sarno, especialista em medicina fetal e que já acompanhou 80
casos de microcefalia associados à zika na Bahia, diz que será
"improvável" o diagnóstico antes da 20ª semana” (2).
Temos
assim que a microcefalia só é detectada pelo 5º/6º mês de gestação, o que faz pensar
e, muito, sobre se a prática do aborto diante deste caso não seria uma forma
sutil de se implantar a busca pelo bebê perfeito...
Já
em termos de Doutrina Espírita, os casos vários que têm ocorrido, mormente na
região Nordeste do país, trazem a característica de um resgate coletivo de Espíritos
que, por Ordem da Lei Divina, encontraram o momento preciso para a sua
rearmonização com a Lei.
“Os
diversos casos de microcefalia que está ocorrendo por todo o Brasil, e com mais
intensidade no Nordeste, e os números cada vez mais aumentando. Nos faz
indagar: por que isto está acontecendo?
Para
nós espíritas isto não é por acaso. Na visão da Doutrina Espírita esta situação
enquadra-se nas chamadas provações coletivas, é um resgate coletivo. São
espíritos que trazem necessidade de provas ou expiações semelhantes, nisto são
atraídos a lugares ou situações, onde graves desequilíbrios destes espíritos
são tratados em conjunto. Sobretudo nas doenças, chamadas de congênitas, que a
criança já traz ao nascer, não se pode atribuir ao acaso ou a má sorte elas
passarem por esta situação.
Há
casos também em que esses espíritos reencarnam com este problema para ajudar os
familiares a desenvolverem boas qualidades, a terem mais paciência, para
desenvolver o cuidado pelo próximo, a compaixão, a generosidade...
O
Espiritismo nos esclarece que estamos num mundo de efeitos, de consequências,
onde percebemos que na reencarnação encontra-se o “por que” para compreendermos
o que está ocorrendo, as causas e as consequências” (3)
(***)
Causas
da microcefalia:
“O
que pode gerar uma microcefalia? (5)
Tânia
Saad: A microcefalia é uma situação bastante antiga dentro da medicina.
Justamente porque ela não tem uma única causa. Os vírus, de uma forma geral,
podem causar microcefalia. O que a gente mais conhece é o vírus da rubéola, um
dos mais antigos e que a gente já tem campanhas para evitá-lo, como a
vacinação. Mas o citomegalovírus, que parece uma gripe para a mãe, também pode
ser causa de microcefalia. O herpes vírus, a toxoplasmose, alguns estágios da
sífilis, menos frequentemente, mas além desses quadros que são infecciosos,
você também pode ter alterações do metabolismo do bebê, causando isso; você
pode ter alterações do fluxo da placenta, da quantidade de sangue com
nutrientes que passa da mãe para esse bebê. Por exemplo, problemas de pressão
alta, que muitas vezes acontecem durante o pré-natal, podem acabar gerando um
crescimento intrauterino restrito, além da própria situação genética, muitas
vezes é uma família que tem tendência a ter um crânio menor ou maior”.
Diante
de tantas causas para a microcefalia, é justo que se pense na discussão da
legalização do aborto, conforme tem explorado a mídia? E o combate ao vírus?
Poucas são as notas colocadas sobre isso. Havendo tratamentos para rubéola,
herpes, toxoplasmose, sífilis, seria justo dizer a uma mulher grávida e que tem
estas doenças para ela abortar, quando é possível se ter um bebê saudável? Como
ocorre em todos os casos de uma doença nova, é preciso aguardar tempo para que
se tenha um tratamento a não permitir danos nem para as mães e nem para os
bebês e, hoje, a ciência está bem avançada para auferir resultados em pouco
tempo. Fazer desta questão trampolim para a legalização de um crime é deixar de
atuar sobre a causa para se fixar em um efeito e que é provável, pois não se
tem certeza da ligação do vírus zika e casos de crianças com microcefalia. Vejamos:
Revista
Científica – Nature – expõe a dificuldade de se dizer imediatamente da ligação
entre o zika vírus e os casos de microcefalia. Deixamos aqui o artigo inteiro
em tradução livre (4):
Provando
ligação Zika a defeitos de nascimento representa grande desafio.
Obtenção
de provas conclusivas de qualquer forma poderia levar anos, dizem
pesquisadores.
Erika
Check Hayden
09
de fevereiro de 2016
As
mulheres grávidas infectadas com o vírus Zika estão sendo monitorados para
efeitos sobre seus fetos.
As
autoridades de saúde pública estão investigando se o vírus Zika causou um
aparente aumento no número de crianças nascidas com microcefalia, ou
anormalmente cabeças pequenas, em pelo menos sete países. Mas para ser
conclusiva e determinar que o vírus transmitido por um mosquito é o
responsável poderia levar meses ou anos,
dizem os pesquisadores.
Preocupações
surgiram pela primeira vez no Brasil, que em novembro declarou uma emergência
nacional de saúde pública. A partir de 2 de fevereiro foram investigados e
encontrados 1.113 de 4.783 casos suspeitos de microcefalia relatadso desde o
ano passado, e se confirmou que 404 que poderiam estar ligados a Zika. Em 1º de
fevereiro, uma comissão convocada pela Organização Mundial de Saúde disse que
um nexo de causalidade entre Zika e microcefalia é "fortemente suspeito,
embora ainda não cientificamente comprovado".
Isso
não é por falta de esforço. Trabalho em curso inclui estudos de caso-controle
para comparar as taxas de infecção da Zika em bebês que nascem com microcefalia
e naqueles sem ele, assim como o sequenciamento genético do vírus e os esforços
para desenvolver um teste de diagnóstico molecular para a infecção Zika.
Fazendo
o progresso tem sido difícil porque os cientistas sabem relativamente pouco
sobre Zika; não existe um teste fácil de usar para diagnosticar infecções; e os
médicos discordam sobre como definir microcefalia, afirma Bruno Andrade,
imunologista do Instituto de Pesquisa da Fiocruz na Bahia, Brasil. "Tudo
isso começou a menos de dois meses atrás - que é quando tudo se
aproximou", diz ele. "Estamos no meio desse pesadelo aqui."
Até
agora, duas linhas de evidência apoiam uma ligação entre o vírus e
microcefalia. Casos de microcefalia no Brasil começou a subir cerca de 6 meses
depois que as autoridades confirmaram a transmissão do Zika, sugerindo que o
defeito pode ter sido causado por exposição in utero ao vírus. E pesquisadores no
Brasil têm encontrado vestígios do vírus, ou anticorpos para ele, no líquido
amniótico, cérebros ou fluido espinhal de 15 fetos e bebês diagnosticados com
microcefalia.
Esta
pesquisa é sugestiva, mas não conclusiva. "A maioria de nós acredita que é
altamente plausível que Zika é a causa desta epidemia de microcefalia, mas
precisamos de provas adicionais", diz Albert Ko, um médico em doenças
infecciosas e epidemiologista na Escola Yale de Saúde Pública, em New Haven,
Connecticut.
Na
esperança de produzir dados mais-definitivos, o Ministério da Saúde está agora
realizando criação de grandes estudos. Em um deles, os pesquisadores vão
acompanhar 6.000 mulheres grávidas no nordeste do Brasil, para investigar os
efeitos de Zika e de microcefalia.
Lacunas
de conhecimento
Estudos
epidemiológicos são muitas vezes complexos porque Zika provoca uma doença
relativamente leve em adultos e não há nenhum teste amplamente utilizado para o
vírus. Isto significa que a maioria das mães que participaram em estudos
anteriores não foram diagnosticadas com Zika. Para resolver este problema, o
Ministério da Saúde está agora a pedir às se esses casos tinham sintomas Zika
em vez de se eles foram diagnosticados com Zika.
Mas
muitos pesquisadores dizem que os dados epidemiológicos sozinhos não vão convencê-los
de uma ligação entre Zika e microcefalia; eles gostariam de ver a evidência de
como e por que o vírus causa a doença. Com isto em mente, os cientistas estão a
desenvolver modelos animais para investigar os efeitos do Zika sobre o corpo,
os tecidos que infecta, e por que os cérebros fetais podem ser especialmente
vulneráveis.
"Há
um monte de trabalho a investigação fundamental e que é preciso fazer",
diz Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças
Infecciosas em Bethesda, Maryland.
"Há
um monte de trabalho, a investigação fundamental é que é preciso fazer."
É
plausível, por exemplo, que Zika cruza da mãe para o bebê através da placenta,
como fazem alguns vírus relacionados, tais como o vírus do Nilo Ocidental. Mas
esses outros vírus não costumam causar danos ao cérebro infantil, por isso não
é claro por que - ou como - o Zika pode fazer isso, diz David Morens, um
conselheiro sênior para Fauci.
O
vírus pode ser tóxico somente enquanto o cérebro de um feto ainda está desenvolvendo
suas principais estruturas, nos dois primeiros meses de gravidez. Ou pode
persistir no organismo por um longo período, o que explicaria por Zika é visto
em bebês natimortos com microcefalia. "Se o insulto aconteceu logo no
início, então porque é que o vírus presente em sete meses quando o aborto
ocorre?", Diz Morens. "Deve haver uma combinação de coisas
acontecendo."
Outro
enigma é o que faz com que essas mulheres e bebês sejam tão vulneráveis: a
grande maioria das mulheres infectadas com Zika passa a ter bebês saudáveis.
Mas
seja qual for a causa os cientistas em última análise, descobrir sobre Zika,
outro grande desafio continua: apoiar as crianças nascidas com microcefalia.
Muitos vivem em o que Ko chama de "estado vegetativo", e pode passar
a ter convulsões. Isso pode ser difícil para as suas famílias - muitos dos
quais são pobres - para suportar.
"Temos
que começar a se estabelecer e pensar em como vamos cuidar dessas
crianças", diz Ko. Se houver uma ligação entre Zika e microcefalia, o
número de bebês afetados pela condição poderia dizer como o vírus se espalha,
ele adverte. "Não temos ideia de quão grande ele vai ficar."
Nature
530, 142-143 (11 de Fevereiro de 2016)
Aos
que apregoam o respeito à opinião da mulher e de sua vida, dizemos duas coisas:
primeiro é preciso orientar à mulher sobre quando a vida se inicia e em relação
a planejamento familiar, etc, do contrário teremos de admitir que as que se
deleitam no sexo casual e que engravidam, devem ter todo o direito de abortarem
a vida que, por inconsequência, vieram e não lhes cabe agora arcar com as consequências
de um ato inconsequente? Ah! – dirão alguns que o homem por não carregar uma
vida em seu ventre, tem uma carga menor e que tudo recai sobre a mulher, mas, e
ela não pensou nisto antes?
Outra
coisa é o que nos colocou um amigo ateu: “O Livro dos Espíritos, na questão 359
diz o seguinte: Dado o caso que o nascimento da criança pusesse em perigo a vida da mãe dela, haverá
crime em sacrificar-se a primeira para salvar a segunda? – ‘Preferível é se
sacrifique o ser que ainda não existe a sacrificar-se o que já existe’. E fez
um adendo filosófico dizendo que o ser que não existe se refere ali não à vida,
mas ao fato de não ser um indivíduo com todo um histórico de experiências como
a mãe. Colocou então a seguinte questão a nós: A mãe tem um amor sublime pelo seu filho e
renúncia à própria vida por ele, por que não se deixar a criança viva e se
matar a mãe, até porque a mãe em seu amor sublime a isso concordaria plenamente?
Ao que respondemos que a ética deixa bem claro que, no caso, a mãe é um ser com
experiências e condições para cuidar de si, já o bebê ficaria privado do amor
de sua mãe? E, por outra, como espírita, sabemos da possibilidade dele ter uma
nova encarnação.
Tudo
o que aqui escrevemos nos apontam para o acerto do que nos disseram os
Benfeitores da Vida Maior há mais de um século:
“Constitui
crime a provocação do aborto, em qualquer período da gestação?
“Há
crime sempre que transgredis a lei de Deus. Uma mãe, ou quem quer que seja,
cometerá crime sempre que tirar a vida a uma criança antes do seu nascimento,
por isso que impede uma alma de passar pelas provas a que serviria de
instrumento o corpo que se estava formando”.
Nem se
alegue que não se deva por questões religiosas nesta discussão (e temos ouvido
isso de espíritas?), no caso de nós espíritas, isso é um contrassenso, pois que
o Espiritismo é uma Ciência, conforme definição de Allan Kardec no Preâmbulo do
livro “O que é o Espiritismo”:
“O Espiritismo é, ao mesmo tempo, uma ciência de
observação e uma doutrina filosófica. Como ciência prática, consiste nas
relações que se podem estabelecer com os Espíritos; como filosofia, compreende
todas as consequências morais que decorrem destas relações.
Podemos
assim defini-lo:
O
Espiritismo é uma ciência que trata da natureza, da origem e do destino dos
espíritos e de suas relações com o mundo corporal” (¨6).
Recomendamos
também uma leitura atenta do item 8 – Aliança da Ciência e da Religião, do capítulo
I de O Evangelho segundo o Espiritismo – Não Vim Destruir a Lei.
Para
encerrar deixamos aqui a frase do cientista que continua liderando a ciência, Albert
Einstein:
“A ciência sem a religião é paralítica -
A religião sem a ciência é cega...”
(6)
Leia-se sobre observação como método científico: http://conceito.de/observacao
(7)
Sobre Eintein continuar liderando a Ciência recomendamos a leitura de: http://www.nature.com/news/einstein-s-gravitational-waves-found-at-last-1.19361
(*)
- Leonardo Paixão é Orador espírita (que
tem viajado por alguns Estados brasileiros, quando possível, na divulgação da
Doutrina Espírita), articulista, escritor, poeta, tem críticas literárias
publicadas no site orientacaoespirita.org e um artigo publicado em Reformador
em Agosto de 2010, A Revelação - uma perspectiva histórica e tem escrito alguns
artigos no jornal eletrônico O Rebate. Tem livro publicado pela Editora Virtual
O Consolador – “Reflexões Doutrinárias” e obras próprias e mediúnicas acessíveis
gratuitamente no site bvespirita.com. Participa com um grupo de amigos de ideal
do GE Semeadores da Paz em Campos dos Goytacazes, RJ, onde exerce direção de
estudos e trabalhos na área mediúnica, atuando como médium psicofônico na
desobsessão e como psicógrafo de mensagens esclarecedoras, poesias e cartas
consoladoras.
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