Imemoriável é o processo de comunicação dos ditos "mortos" com os "vivos".
Ernesto Bozzano, admirável pesquisador dos fenômenos espíritas, escreveu o livro Povos Primitivos e Manifestações Supranormais que nos amplia o campo de conhecimento antropológico.
Nesse conúbio entre os seres humanos ainda primitivos e os Espíritos de seus pares já desencarnados, temos aí o mediunismo primevo e, por consequência o início também dos processos obsessivos.
Avançando no tempo, veremos diversos conquistadores tais Alexandre, o Grande; Calígula; Gengis Khan, Alarico I e Alarico II, personalidades nas quais ao percorrermos as páginas de suas biografias, temos médiuns obsedados e da obsessão simples passando ao fascinio - que o tinham já por si próprios - culminando na obsessão por subjugação. E, diante de sua ânsia pelo poder de conquistas, tivemos neles, junto aos seus sequazes, as grandes escaladas de violências pelo mundo em que eles então habitavam (1).
Na História do Cristianismo, temos a triste situação ocorrida na Idade Média, segundo alguns historiadores, chamada de Idade das Trevas, isso porque se estava a usar do nome do Espírito de Pureza - Jesus Cristo, que encarnou na Terra - para saciar os mais torpes desejos do clero... (2)
Somente a partir de Allan Kardec, na segunda metade do século XIX, é que os fenômenos mediúnicos foram detalhadamente observados e colocados para experimentações e a obsessão surgiu como uma das tristes consequências do mau uso e abuso da mediunidade.
O Livro dos Médiuns é um verdadeiro farol que guia aos que desejam se esclarecer e, esclarecidos, ajudarem no amparo aos casos de obsessão.
Vemos hoje, nós, os Espíritos desvestidos do corpo físico, o quanto hoje, em pleno século XXI, ainda grassa a ignorância e a descrença em homens e mulheres que são da área científica, notadamente, médicos (as), em relação ao processo espiritual, quando se eles buscassem pesquisar sobre o assunto, veriam claramente o quanto os problemas psíquicos que acometem grande número de seres humanos hoje, tem, não raramente, uma influência espiritual negativa; basta aos espíritas estudiosos e que participam de reuniões de desobsessão, pesquisar a veracidade ou não do que aqui estamoa explanando (3).
Quando encarnado (4), ao escrever sobre obsessão eu percebi que cerca de 90% dos casos de pessoas internadas nos então chamados Manicômios ou Sanatórios, eram casos de alienação mental derivada do processo obsessivo de subjugação.
Tivemos o prazer e alegria de vermos muitos casos serem curados e, até de algumas pessoas que após se tornaram trabalhadoras em agremiações espíritas.
Estudemos sim, a Doutrina Espírita; pesquisemos sim; busquemos sim os aprofundamentos precisos, mas como nos diz Paulo, Apóstolo em sua I Coríntios 13 é preciso amar. E recordando aqui o nosso confrade Hermínio Miranda em seu excelenfe livro Diálogo com as Sombras, repetimos:
"Se me fosse pedido o segredo da doutrinação, diria apenas uma palavra:
- AMOR" (5).
Inácio Ferreira
(Página psicografada pelo médium Leonardo Paixão em reunião de Estudo de Aperfeiçoamento na Doutrinação no Grupo Espírita Semeadores da Paz, Campos dos Goytacazes, RJ, no dia 06/05/2023).
Notas do médium:
(1) - O Espírito se refere ao estágio espiritual desses conquistadores que depreendemos terem sido Espíritos exilados de Capela, conforme nos esclarece Santo Agostinho (Espírito) no cap. III de O Evangelho segundo o Espiritismo:
"(...) nem todos os Espíritos que encarnam na Terra vão para aí em expiação. As raças a que chamais selvagens são formadas de Espíritos que apenas saíram da infância e que na Terra se acham, por assim dizer, em curso de educação, para se desenvolverem pelo contacto com Espíritos mais adiantados. Vêm depois as raças semicivilizadas, constituídas desses mesmos Espíritos em via de progresso. São elas, de certo modo, raças indígenas da Terra, que aí se elevaram pouco a pouco em longos períodos seculares, algumas das quais hão podido chegar ao aperfeiçoamento intelectual dos povos mais esclarecidos.
Os Espíritos em expiação, se nos podemos exprimir dessa forma, são exóticos na Terra; já estiveram noutros mundos, donde foram excluídos em consequência da sua obstinação no mal e por se haverem constituído, em tais mundos, causa de perturbação para os bons. Tiveram de ser degredados, por algum tempo, para o meio de Espíritos mais atrasados, com a missão de fazer que estes últimos avançassem, pois que levam consigo inteligências desenvolvidas e o gérmen dos conhecimentos que adquiriram. Daí vem que os Espíritos em punição se encontram no seio das raças mais inteligentes. Por isso mesmo, para essas raças é que de mais amargor se revestem os infortúnios da vida. É que há nelas mais sensibilidade, sendo, portanto, mais provadas pelas contrariedades e desgostos do que as raças primitivas, cujo senso moral se acha mais embotado. (O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. III, item 14.).
(2) - Referência à Inquisição.
"A Inquisição foi criada pela Igreja Católica, durante a Idade Média (476-1453) — especificamente na Baixa Idade Média (séculos XI e XV) — e Idade Modena (1453-1789). Era um tribunal que julgava hereges (pessoas não adeptas ao cristianismo), porém esses julgamentos se tornaram também parte de um movimento político e econômico da época.
Inicialmente, as averiguações incidiram na Alemanha, França e Itália; em seguida, Espanha e Portugal, e, assim, alcançaram os países da América colonizados. O movimento, já abrandado na Idade Moderna, teve um novo apogeu durante a Reforma Protestante (1517), e retornou também durante a formação dos Estados Nacionais (século XVIII).
Apesar de existirem poucos estudos a respeito, existiu Inquisição no Brasil, onde chegou a abrir mais de 1000 processos. Não se sabe ao certo quantas pessoas morreram em todo o período inquisitório no mundo, mas os números vão de 100 mil a milhões. O Tribunal da Santa Inquisição foi extinto em 1891." (https://brasilescola.uol.com.br/guerras/inquisicao.htm)
Eu possuo em minha biblioteca particular o livro da Doutora em História Neusa Fernandes, pela UERJ, cujo título é A Inquisição em Minas Gerais no século XVIII, estudo em que ela combinou capítulos de sua dissertação de mestrado e outros de sua tese de doutorado. É um livro que nos mostra vários processos e diversas injustiças cometidas pela Inquisição em terra brasileira.
(3) - A Classificação Internacional de Doenças (CID) traz o seguinte:
CID F44.3 - Estados de Transe e Possessão
Transtornos caracterizados por uma perda transitória da consciência de sua própria identidade, associada a uma conservação perfeita da consciência do meio ambiente. Devem aqui ser incluídos somente os estados de transe involuntários e não desejados, excluídos aqueles de situações admitidas no contexto cultural ou religioso do sujeito.
Vemos aqui um desenvolvimento da ciência médica, especialmente a psiquiatria, em relação a taís estados, não os considerando quando admitidos, como nas reuniões mediúnicas espíritas, esquizofrenia ou outro transtorno psicótico.
(4) - Neste momento da mensagem ocorreu um fenômeno interessante, o Espírito Alberto, nosso Guia Espiritual, que até então estava a escrever a mensagem, dá licença ao Espírito Inácio Ferreira e, deixando a este a conclusâo da mensagem, este último a assina. Espíritos que estão sintonizados em seus pensamentos não se preocupam com seus nomes desde que a mensagem seja transmitida,conforme podemos ler na Introdução de O Livro dos Espíritos , item 12:
"(...) A experiência nos ensina que os Espíritos da mesma categoria, do mesmo caráter e possuídos dos mesmos sentimentos formam grupos e famílias; ora, incalculável é o número dos Espíritos e longe estamos de conhecê-los a todos; a maior parte deles não têm mesmo nomes para nós. Nada, pois, impede que um Espírito da categoria de Fénelon venha em seu lugar, muitas vezes até como seu mandatário; apresenta-se então com o seu nome, porque lhe é idêntico e pode substituí-lo e ainda porque precisamos de um nome para fixar as nossas ideias; mas, que importa, afinal, seja um Espírito, realmente ou não, o de Fénelon? Desde que tudo o que ele diz é bom e que fala como o teria feito o próprio Fénelon, é um bom Espírito; indiferente é o nome pelo qual se dá a conhecer, não passando muitas vezes de um meio de que lança mão para nos fixar as ideias. O mesmo, entretanto, não é admissível nas evocações íntimas; mas, aí, como dissemos há pouco, se consegue estabelecer a identidade por provas de certo modo patentes".
(5) - Final do livro Diálogo com as Sombras , de Hermínio Miranda. Livro que muito recomendamos a todos os lidadores da mediunidade e especialmente aos dirigentes e doutrinadores ou dialogadores.
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