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terça-feira, 27 de junho de 2023

Considerando a Obsessão

Do livro Sementes de Vida Eterna, Espíritos Diversos, psicografia de Divaldo Pereira Franco. Cap. Conaiderando a Obsessão.

Considerando a obsessão
Autor: Manoel Philomeno de Miranda (Espírito).

"Com etiologia muito complexa, a alienação por obsessão continua sendo um dos mais terríveis flagícios para a Humanidade.

Não significando a morte o fim da vida, antes o inicio de nova expressão de comportamento, em que o ser eterno retorna ao Mundo Espiritual donde veio, a desencarnação liberta a consciência que jazia agrilhoada aos liames carnais, ora desarticulando, ora ampliando as percepções que melhor se fixaram nos painéis da mente, fazendo que o ser, agora livre do corpo físico, se revincule ou não aos sítios, pessoas ou aspirações que sustentou durante a vilegiatura carnal".


Comentário de Leonardo Paixão: 

É interessante ler o livro A Crise da Morte, de Ernesto Bozzano, em que há relatos de diversos Espíritos sobre seu estado após a morte. É uma obra que complementa a 2* Parte do livro O Céu e o Inferno, de Allan Kardec. A importância de ler estas obras é a de nos iniciarmos desde a Terra de como é a vida no pós-morte e de desmistificarmos as tradicionais compreensões de céu e de inferno.

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"O amor, por constituir alta aspiração do Espírito, mantêm-no em comunhão com os objetivos superiores que lhe representam sustento e estímulo, na marcha do progresso. Assim, também, o ódio e todo o seu séquito de paixões decorrentes do egoísmo e do orgulho, reatam os que romperam os grilhões da carne àqueles que foram motivo das suas aflições e angústias, especialmente se se permitiram guardar as idéias e reações negativas equivalentes.

Sutilmente a princípio, em delicado processo de hipnose, a idéia obsidente penetra a mente do futuro hóspede que, desguardado das reservas morais necessárias à manutenção de superior padrão vibratório, começa a dar guarida ao pensamento infeliz, incorporando-o às próprias concepções e traumas que vêm do passado, através de cujo comportamento cede lugar à manifestação ingrata e dominadora da alienação obsessiva.

Vezes outras, através do processo da agressividade violenta, com que a indução obsessiva desorganiza os registros mentais da alma encarnada, produz-se o doloroso e lamentável domínio que se transforma em subjugação de longo curso".

Comentário de Leonardo Paixão:

A técnica dos Espíritos obsessores para incutir uma ideia na pessoa visada é a de sutil hipnose que começa com um pensamento até que este se torne ideia fixa, conseguido esse primeiro propósito a ação obsessiva se faz com o tempo mais tenaz. Em meu livro Novas Reflexões Doutrinárias, no capítulo Pequeno Estudo sobre Técnica da Obsessão faço os seguintes esclarecimentos de como se dá a contaminação da mente do obsessor na mente do encarnado:

1 – A contaminação se dá pela impressão de ideias fixas na mente do obsidiado através de imagens mentais;


2 – Pelo períspirito: mantendo o do encarnado em seu mesmo padrão vibratório, para isso, incentivando os pensamentos licenciosos que derivam das imagens mentais, atuando especialmente através do sono, quando o encarnado, desprendido do corpo físico, é atraído para regiões onde dará vazão aos seus apetites sensuais e, em geral, também lhe são impressas palavras a título de senha que, quando acordado, ao ouvi-las ou captar-lhes as imagens (pode ser o nome de alguém ou a imagem de uma pessoa ou um objeto) lhe aflorarão os desejos...
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'Noutras oportunidades, inspirando sentimentos nefastos, latentes ou não no paciente desavisado, os desencarnados em desdita nele instalam o seu baixo teor vibratório, logrando produzir variadas distonias psíquicas e emocionais, que o atormentam e desgovernam, graças à inditosa dependência em que passa a exaurir-se, a expensas da vontade escravizante do hóspede que o encarcera e aflige...

Pululam por toda parte os vinculados gravemente às Entidades perturbadoras do Mundo Espiritual inferior.

Obsidiados, desse modo, sim, somos quase todos nós, em demorado trânsito pelas faixas das fixações tormentosas do passado, donde vimos para as sintonias superiores que buscamos.

Muito maior, portanto, do que se supõe, é o número dos que padecem de obsessões, na Terra.

Lamentavelmente, esse grande flagelo espiritual que se abate sobre os homens, e não apenas sobre eles, já que existem problemas obsessivos de várias expressões, como os de um encarnado sobre outro, de um desencarnado sobre outro, de um encarnado sobre um desencarnado e, genericamente, deste sobre aquele, não tem merecido dos cientistas nem dos religiosos o cuidado, o estudo, o tratamento que exige.

Antes, vinculados a preconceitos injustificáveis, os cientistas e religiosos se entregavam à indiferença, quando não à perseguição sistemática aos portadores de obsessões, acreditando que, ao destruírem as vítimas de tão grave enfermidade, aniquilavam a ignorada causa do problema...

Aliás, ainda hoje, a situação. é idêntica, variando, apenas, na forma de encarar a questão".

Comentário de Leonardo Paixão:

Eeste último parágrafo "Aliás, ainda hoje, (...)" é confirmado em leituras como do livro O Exorcista do Vaticano, onde o Padre Gabriele Amorth coloca sobre as ações doa "demônios" (Espíritos obsessores), entretanto, apesar do estudo aprofundado sobre os efeitos, ainda se colocam as fórmulas de orações específicas e o uso de elementos da antiga magia por meios indispensáveis à cura, deixando de lado a questão mais importante e que traz real efeito sobre o Espírito obsessor a quem a ele fala: a autoridade moral. Ver a qiestão 477 do tópico Possessos em O Livro dos Espíritos. Precisamos também atentar para a questão 479 de O Livro dos Espíritos: "A prece é meio eficiente para a cura das obsessões? R. - A prece é em tudo um poderoso auxílio.  Mas, crede que nâo basta que alguém murmure algumas palavras, para que obtenha o que deseja. Deus assiste os que obram, não os que se limitam a pedir. É, pois, indispensável que o obsidiado faça, por sua parte, o que se torne necessário para destruir em si mesmo a causa da atração dos maus Espíritos ". (Grifei).

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'Mesmo as modernas Ciências, que se preocupam em conhecer profundamente a psique humana, colocam, a priori, os problemas obsessivos à margem, situando-os em posições muito simplistas, já que os seus pesquisadores se encontram atados a raciocínios e conclusões de fisiologistas e psicólogos do século passado, que se diziam livres de qualquer vinculação com a alma...

Repontam, é verdade, aqui e ali, esforços individuais, tentando formular respostas claras e objetivas às tormentosas interrogações da afligente quão severa problemática, logrando admitir a possibilidade da interferência da mente desencarnada sobre o deambulante do escafandro orgânico.

Terapêutica salutar, porém, para a magna questão, é a Doutrina Espírita. Não apenas como profilaxia, mas, ainda, como terapêutica eficiente, por assentar as suas lições e postulados nos sublimes ensinamentos de Jesus-Cristo, com toda a justiça cognominado “O Senhor dos Espíritos”, graças à sua ascendência, várias vezes demonstrada, ante as Entidades ignorantes, perturbadoras e obsessoras.

A Allan Kardec, o ínclito Codificador do Espiritismo, coube a tarefa de aprofundar sondas e bisturis no organismo e na etiologia das alienações por obsessão, projetando luz, meridiana sobre a intricada enfermidade da alma. Kardec não somente estudou a problemática obsessiva, como também ofereceu medidas profiláticas e terapêutica salutar, firmado na informação dos Espíritos Superiores, na vivência com os obsidiados, como pela observação profunda e meticulosa com que elaborou verdadeiros tratados de Higiene Mental, que são as obras do Pentateuco Espírita, esse incomparável monólito de luz, que inaugurou era nova para a Ciência, para a Filosofia, tornando-se o Espiritismo a Religião do homem integral, da criatura ansiosa por religação com o seu Criador.

Diante de qualquer expressão em que se apresentem as alienações por obsessão ou em que se manifestem suas sequelas, mergulhemos a mente e o coração no organismo da Doutrina Espírita, e, procurando auxiliar o paciente encarnado a desfazer-se do jugo constrangedor, não olvidemos o paciente desencarnado, igualmente infeliz, momentaneamente transformado em perseguidor ignorante, embora se dizendo consciente, mas sofrendo, de alguma forma, pungentes dores morais".

Comentário de Leonardo Paixão:

É preciso estudar, pesquisar sobre o assunto e vivenciar os antídotos quais a prece, a conduta moral enobrecida e, com o conhecimento sobre as técnicas obsessivas, realizar a desobsessão disciplinarmente em um grupo mediúnico sério e praticar no dia a dia o Evangelho do Cristo, assim, pregando pelo exemplo e moralizando o obsessor que observa as atitudes não só do obsedado, mas também de todos os elementos de uma equipe mediúnica para a qual foi direcionado para ser auxiliado.

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"Concitemos o encarnado à reformulação de idéias e hábitos, à oração e ao serviço, porquanto, através do exercício da caridade, conseguirá, sensibilizar o temporário algoz, que o libertará, ou granjeará títulos de enobrecimento, armando-se de amor e equilíbrio para prosseguir em paz, jornada a fora.

... E em qualquer circunstância procuremos em Jesus, Mestre e Guia de todos nós, o amparo e a proteção, entregando-nos a Ele através da prece e da ação edificante, porque somente por meio do amor o homem será salvo, já que o amor é a alma da caridade.

Obsessões e obsidiados são as grandes chagas morais dos tumultuados dias da atualidade. Todavia, a Doutrina Espírita, trazendo de volta a mensagem do Senhor, em espírito e verdade, é o portal de luz por onde todos transitaremos no rumo da felicidade real que nos aguarda, quando desejemos alcançá-la'.


(Página psicografada pelo médium Divaldo P. Franco na noite de 13-11-1976, no Centro, Espírita “Caminho da Redenção”, em Salvador, Bahia
Mensagem inserida no livro Sementes de Vida Eterna, Espíritos Diversos, psicografia de Divaldo Pereira Franco).


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